Müller Nunes, Fábio Gomes e Ulisses Gama contam como os aspirantes da área podem se destacar
Por Maiara Giudice
Revisão: Antônio Netto
Hoje, 7 de abril, se comemora no Brasil o Dia do Jornalista, uma homenagem da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, defensor da liberdade de imprensa. Como uma forma de homenagem ao dia, jornalistas baianos compartilham suas experiências e dicas com seus futuros colegas de profissão.
Quem acredita que a vida de um repórter televisivo é fácil, Müller Nunes, repórter da TV Bahia, relata sua rotina na gravação de várias reportagens.
“No Jornal da Manhã, os repórteres entram às 4h30. Tem, pelo menos, três ‘vivos’ pré-estabelecidos, que podem mudar de acordo com os factuais. Fazemos um intervalo de meia hora, às 8:30 da manhã, segue para o café, e depois fazemos uma pauta para o Bahia Meio-Dia, o que consideramos um VT. Também fazemos um ou dois ‘vivos’ para o Bahia Meio-Dia. Por vezes, trabalhamos 10, até 12 horas por causa dos factuais. Tem dia dos ‘vivos’ renderem, é muito desafiador”, relata.
Para Nunes, uma dica para os estudantes de jornalismo é empreender, principalmente utilizando as redes sociais.
“Comece praticando na sua comunidade, no seu bairro, faça jornalismo comunitário. Cada vez mais o conteúdo está regionalizado. O caminho para o jornalista do futuro hoje é ser dono do próprio negócio. É uma coisa que, na minha época de faculdade, eu não aprendi”, recomenda.
Nunes conta que procura fazer cursos livres, como os do Sebrae. Segundo ele, o de técnicas de venda, por exemplo, o ajudou a treinar sua fala e a convencer as pessoas. “Tem de oratória, teatro, várias coisas que você pode agregar na sua profissão, e, claro, falar outra língua”, conclui.
Fábio Gomes, repórter na TV Aratu e apresentador do “No Campo do 4”, programa esportivo da emissora, e repórter na Arena Transamérica, na Rádio Transamérica FM, conta que suas atividades ao longo do dia são divididas entre ser pai, marido e jornalista.
“Hoje, eu acordo às 5h30, levo as crianças para a escola e às 7h estou aqui na redação da TV Aratu. Minhas pautas policiais já estão todas programadas. Como são factuais, acontecem ou no dia ou na noite anterior. Vou para a rua e, às 11 da manhã, entramos ao vivo na Cidade Aratu com essas informações. Por volta das 13h ou 13h30, estou de volta na TV e entro ao vivo com o No Campo do 4. Às 18h, entro ao vivo na Arena Transamérica para falar de futebol”, relata Gomes.
O jornalista e reporter ressalta que é um dia a dia corrido, mas ama as funções que tem, e tudo vai depender da rotina e área de atuação de cada pessoa. Gomes explica que os jornalistas têm a missão de informar quem está do outro lado, sempre com credibilidade e com cuidado, “porque assim como podemos dar o melhor da informação, podemos prejudicar alguém se não colhermos as informações do jeito correto”.
“Acredite no seu potencial, porque o ‘não’ a gente já vai ter muito fácil, pessoas que coloquem a gente para baixo a gente já vai ter muito fácil. Mas me lembrando e fazendo um filme de um pouco da minha carreira, eu já estive do lado de vocês. Não escute o ‘não’, ou o escute e use como combustível para buscar algo melhor”, aconselha.
Ulisses Gama, repórter esportivo do site Bahia Notícias e da Rádio Salvador FM, também aconselha a praticar as atividades da área e não desistir facilmente.
“Diversos eventos esportivos acontecem em Salvador. Por que não os relatar em textos ou vídeos? Com o material próprio disposto em um blog ou canal no YouTube, o estudante de jornalismo pode mostrar o seu trabalho e a sua competência para os demais veículos de comunicação”, diz, principalmente para quem quer seguir na área de esportes.