Novas evidências científicas traz recomendações de limpeza e higiene doméstica
Por Camila Soeiro
Revisão: Catherine Marinho
A pandemia mudou os costumes e ações de limpeza dos cidadãos em suas residências. Neste momento, preocupados com a transmissão do coronavírus, cuidados com a higienização são compartilhados entre os membros das famílias.
Mas afinal, não entrar com os sapatos em casa faz alguma diferença? Apenas água e sabão são suficientes para uma limpeza? Quais os riscos de contaminação das superfícies?
O Centro para Controle e Prevenção de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC) fez, no começo de abril deste ano, atualizações das recomendações de limpeza e higiene doméstica.
Segundo as novas evidências científicas, a possibilidade de uma pessoa tocar uma superfície inanimada e levar isto a seu rosto, olhos, boca, e se contaminar é de uma para cada 10 mil casos.
As instruções indicam, portanto, que a limpeza apenas com água e sabão é suficiente. Desinfetantes devem ser passados no caso de haver pessoas contaminadas pelo coronavírus naquele ambiente.
Os novos estudos do Centro para Controle e Prevenção de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC), corroboram com os especialistas, como destacamos a seguir.
Opinião dos especialistas
O microbiologista Jailton Azevedo garante que os calçados não são uma fonte de risco para a Covid 19: “Para profissionais de saúde que trabalhem em locais com alta circulação do vírus, é recomendado por questão de higiene geral, mas não em relação ao coronavírus”.
Azevedo reforça que “a forma de transmissão indireta, seja através de superfícies ou objetos contaminados é muito rara, mas pode ocorrer”.
Elizabeth Duarte, microbiologista, também enfatiza que o calçado possui um risco baixíssimo de contaminação. Mas garante que do ponto de vista microbiológico é uma prática correta deixar os sapatos do lado de fora e sugere manter o hábito pós pandemia.
A enfermeira emergencista Daiane Burgos também defende esta atitude, criou até mesmo um ambiente separado para suas roupas e calçados. Ela, que trabalha na linha de frente, iniciou o hábito de entrar na sua residência após cumprir os protocolos de higiene.
A profissional passou a desinfectar sua bota de trabalho e outros sapatos com hipoclorito de sódio, além de lavar suas roupas separadamente do resto da família.
A emergencista acredita que levará este costume adquirido para a vida, como uma medida de higiene contra qualquer vírus ou bactéria. Mas, reitera que esta preocupação com limpeza e saúde acabou impactando não só a rotina, como também o bolso.
“Os gastos com produtos de limpeza triplicaram meus custos mensais e o consumo de água duplicou”, relata Burgos.
A pandemia tem mudado a rotina dos brasileiros, intensificando o hábito da população higienizar as residências, objetos e superfícies com álcool 70%, hipoclorito de sódio, detergente ou água e sabão.
O infectologista Robson Reis afirma que vale a pena manter esses cuidados, com a casa limpa e higienizada, apesar do mínimo risco de transmissão.
Já o aposentado João Souza e toda sua família sempre tiveram o costume de tirar o calçado para entrar em casa. Com a chegada da pandemia, apenas reforçou o hábito.
“Faço por uma questão de higiene, para não trazer sujeira da rua. Acredito que assim fico mais protegido e trago menos riscos à minha família”, explica Souza.
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