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Cultura: do romance aos palcos, Torto Arado, o musical

Da Redação
16 de outubro de 202416 de outubro de 2024 No Comments
cultura Jornalismo Salvador

Com plateia lotada, o espetáculo ampliou a temporada até o próximo dia 25 | Foto: Divulgação/Caio Lirio

O musical tem mais três datas de apresentações confirmadas em Salvador

Por Maria Fernanda Cardoso
Revisão: Juliana Brito

Em Salvador, a primeira temporada do espetáculo teatral Torto Arado, adaptação do aclamado romance de Itamar Vieira Junior, ampliou a temporada e seguirá com apresentações nos dias 18 e 25 de outubro, no Teatro SESC Casa do Comércio. Com sessões esgotadas, o musical mostra que os espetáculos negros têm público que enchem as plateias dos teatros.

Em 2020, Torto Arado, conquistou o Prêmio Jabuti, o mais prestigiado prêmio literário do Brasil. Com mais de 800 mil exemplares vendidos, a obra se firmou como um clássico da literatura brasileira contemporânea e, recentemente, ganhou uma adaptação para os palcos.

O musical é resultado de um cuidadoso processo de audições que selecionou atores e cantores, representando a força e a beleza do enredo. A trama, que narra a transformação na vida das irmãs Bibiana e Belonisia após um enigmático incidente com uma faca de sua avó, destaca a presença marcante de pessoas pretas tanto no palco quanto em todos os processos criativos do espetáculo.

Do livro ao musical

O romance de Itamar Vieira Junior se junta ao cânone literário contemporâneo brasileiro por meio de uma história que envolve temas sensíveis, como a exploração do trabalho, a relação com a terra, a espiritualidade e a ancestralidade. Traduzido para 24 idiomas, Torto Arado tem uma narrativa que se desenvolve em um ambiente árido, mas mágico, em que o Jarê, manifestação religiosa nascida na Chapada Diamantina, envolve a narrativa de luta, amor e resistência.

“Me surpreendi com a sutileza em apresentar detalhes caros à narrativa. O musical inicia com uma das cenas mais importantes e dolorosas do romance. Me encantei também com a sonoridade dessa cena, e com a relação entre corpo, luz e som criando uma espécie de jogo entre quem performa e quem assiste” Comenta a  professora de inglês e mestranda em Literatura e Cultura na UFBA Natália Koques.

Para a professora, a adaptação tem a força de nos transportar para dentro das cenas, despertar sentimentos e sensações que não haviam sentido ao ler o livro. “Preciso pontuar a excelência das atrizes que reforçaram a potência da corporeidade negra em torno da arte, de forma que até mesmo quem não leu o romance, pode não apenas assistir, mas sentir e viver a narrativa em torno da vida das irmãs”, acrescenta.

Dividida em dois atos, a adaptação traz a cantora e atriz Larissa Luz no papel de Bibiana, e a teatróloga, compositora e cantora Bárbara Sut no papel de Belonisia. Na trama, a história ganha vida através da dramaturgia de Elisio Lopes Junior, Aldri Anunciação e Fábio Espírito Santo, além de contar com direção musical e composição de Jarbas Bittencourt e coreografia de  Zebrinha.

“Participar do musical está agregando muito na minha vida musical e artística”, diz a baixista e musicista Talita Felicio, que compõe a banda do musical. Para ela, o sucesso de Torto Arado traz uma sensação de dever cumprido tanto pessoal quanto para a equipe, além de gerar uma sensação de identificação. A atuação e a banda ficam por conta de um elenco composto, em maioria, por atores e músicos baianos. “Não tem uma cena que eu não consiga relacionar com a história da minha vida ou com a de  alguém próximo a mim”, acrescenta.

Talita Felicio | Foto: Arquivo pessoal

Representatividade dentro e fora dos palcos

Em todas as partes da produção encontramos a presença de pessoas negras, seja no elenco, na banda ou na equipe por trás da adaptação. Isso, apesar de não ser inédito em Salvador, marca o musical, já que a trama é repleta de representatividade. “A equipe do musical de todas as partes são excelentes profissionais, e ver que a galera preta fazendo um trabalho excepcional, os atores pretos no protagonismo fazendo um excelente trabalho, é ótimo e empoderador” diz a musicista Talita Felicio.

Em Salvador, também podemos encontrar essa realidade em companhias, como o Bando Teatro Olodum, que desde 1990 tem ajudado a construir a história das pessoas negras no teatro brasileiro. A companhia, que tem em sua trajetória a presença de atores como Lázaro Ramos e Ednalva de Carvalho, é um espaço onde a dramaturgia e artistas negros convergem. Porém, essa realidade não é a mesma em outros espaços pelo Brasil, onde os atores, produtores e escritores pretos buscam espaços para representar as suas obras e trabalhos.

O musical não apenas adapta com excelência uma das maiores obras da literatura brasileira contemporânea, mas também reforça a importância de termos obras negras ocupando espaços que historicamente pareciam difíceis de serem ocupados. Assim, Torto Arado, o Musical, evoca a força de uma dramaturgia que evidencia a riqueza da cultura afrobrasileira e a potência de suas narrativas, realizando uma leitura sensível, pungente e forte da obra.

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