Sarau Elo da Corrente | Foto: Reprodução/Instagram
A criação de espaços para compartilhar as experiências e diferentes impressões de um livro, como a do Sarau Elo da Corrente, torna a leitura uma atividade mais social e acessível
Por Julia Carneiro
Revisão Juliana Brito
Comemorado em 12 de outubro, o Dia Nacional da Leitura é um momento oportuno para lembrarmos a importância dos livros na construção do indivíduo e, hoje em dia, devemos também ressaltar a influência da comunidade literária, no digital e no presencial, nesse incentivo e na valorização desse hábito que amplia as opiniões, discussões e acervo de autores e obras.
O incentivo à leitura sempre esteve presente, mesmo que minimamente, porém com a pandemia de COVID-19 e o isolamento social, esse hábito veio a se perpetuar cada vez mais, muito por conta das comunidades criadas nas redes sociais, as chamadas bookredes.
O ato de compartilhar tem propagado o hábito da leitura e a paixão pelas suas histórias, como relatado pela criadora de conteúdo Ana Júlia Barros. “Recebo muitas mensagens de pessoas falando que nunca gostaram de ler e que depois começaram a acompanhar o meu conteúdo e passaram a ler cada vez mais”, comenta.
A comunidade literária vem crescendo e ganhando mais engajamento nas redes sociais com os consumidores assíduos com o conteúdo e, presencialmente, com os clubes do livro desenvolvidos por leitores para leitores, como o Clube do Caldeirão de Livros e o Clube do Livro da LDM.
O aumento de vendas no mercado literário mostrou que a busca por livros aumentou com essa valorização. A hashtag na rede social TikTok, #booktokbrasil, tem mais de 20,4 bilhões de visualizações, segundo pesquisa do G1, demonstrando que essa visibilidade para autores, livros e a opiniões dos leitores foi muito bem acatada por aqueles que já tinham o hábito de leitura mas também para aqueles que começaram a ter esse incentivo da comunidade.
Refúgio
Os espaços literários têm se mostrado um refúgio para os leitores e autores, criando uma bolha de incentivo a opiniões, discussões e apreciação da arte, ampliando tanto a visão da obra quanto a visão de mundo através de cada vivência individual presente na comunidade.
“Uma outra vivência literária que despertou em mim símbolos e significados relacionados a essas temáticas foram os saraus literários. Em específico o Sarau Elo da Corrente, onde aprendi, por meio da récita, o sentido da palavra ‘nós’”, comenta Juliana Balduino, fundadora do Coletivo Cultural Esperança Garcia.
O Sarau Elo da Corrente é um projeto fundado em 2007 no bairro Pirituba (SP), com o objetivo de dar mais visibilidade à literatura afrobrasileira criado pelos escritores Michel Yakini e Raquel Almeida, que pretendia estimular a produção de jovens escritores e, claro, incitar a reflexão e o conhecimento.