Segundo o Professor Roberto Carlos Junior, a vacina produzida em parceria Incor/FMUSP tem a mesma eficácia ou até maior que as vacinas injetáveis
Por Jessica Nobre
Revisão: Fernanda Abreu
Está em desenvolvimento no Brasil, a primeira vacina nacional, produzida exclusivamente por brasileiros e com um método de aplicação totalmente diferente das vacinas já aplicadas no Programa Nacional de Imunização.
Roberto Carlos Junior é biomédico, pesquisador colaborador no Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes), da Universidade Estadual da Paraíba e atualmente coordena o grupo de pesquisa da Universidade de Medicina e Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) que trabalha na produção da “vacina brasileira”.
O projeto para o desenvolvimento da nova vacina tem como principal objetivo a produção de um formato de aplicação distinto das demais utilizadas contra Covid-19, através de spray nasal, por isso a sua produção tem sido cuidadosa para que seja uma vacina permanente.
“As vacinas que estão sendo aplicadas hoje ainda não se sabem a proteção total que elas vão causar e o tempo que elas imunizam o ser humano. Por isso, com a vacina que estamos produzindo, já queremos entregar com todas essas pesquisas prontas”, aponta o Professor Roberto.
O pesquisador registra que a vacina produzida tem um diferencial ainda não visto no mundo, a tecnologia intra-nasal, ou seja, com aplicação através das narinas.
“Nosso diferencial é que com esse novo método, a pessoa não contraia a doença e nem transmita. Como sabemos, mesmo após vacinado com os imunizantes que estão sendo aplicados hoje em dia, a pessoa pode vir a transmitir a doença”, explica o professor.
A opção pelo desenvolvimento da vacina nasal se deve ao fato de ter uma resposta local muito rápida, uma vez que a vacina vai neutralizar os receptores, ACE2, e gerando a produção dos anticorpos, fazendo com que a sua eficácia seja a mesma ou até melhor do que as vacinas injetáveis.
FASE DE TESTES DA VACINA
O processo de produção da vacina já passou por testes em pequenos animais e agora está na fase de organização para o envio de todos os documentos para que a Anvisa aprove a fase experimental em seres humanos, a chamada Fase 1-2.
“A produção da vacina precisa passar por quatro fases. A primeira e a segunda fase, são realizadas juntas e a vacina é testada em um pequeno grupo de pessoas. A Fase 3, testamos em uma parte maior da população e a Fase 4, fase de escalonamento, é a distribuição de forma exponencial”, explica o pesquisador.
No decorrer da pesquisa, ao testar a vacina em animais, o Professor Roberto informa que eles tiveram pouquíssimas reações à vacina, então a esperança é que nas pessoas a vacina também tenha pouquíssimos efeitos colaterais.
PREVISÃO DE LANÇAMENTO DA VACINA NO MERCADO
A vacina totalmente desenvolvida no Brasil já tem uma previsão de lançamento, mas para não gerar grande expectativa ou até frustração na sociedade, o Professor Roberto prefere não indicar uma data exata.
“Nós passaremos por algumas análises realizadas pela Anvisa. Por isso, inicialmente precisamos que esses testes sejam feitos e aprovados para que realmente tenhamos uma data certa a informar para a população”, explica o coordenador da pesquisa.
O foco da vacina produzida em parceria Incor/FMUSP é a distribuição total pelo Brasil, através do SUS, e só depois vislumbrar uma possível exportação.
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