
Implementação do projeto que oferece assistência 24 horas para mulheres vítimas de violência está previsto para 2023
Por Camilly Paschoal
Revisão: Carolina Pena
A Casa da Mulher Brasileira, centro dedicado a oferecer serviços de atendimento psicológico, social e jurídico a mulheres violentadas, já está em construção. O projeto visa preservar o bem-estar da vítima para denunciar e receber atendimento médico e psicológico em um só lugar. Assim, o transtorno de deslocamento e o incômodo de repetir a história de agressão múltiplas vezes são reduzidos.
A construção foi aprovada pelo prefeito Bruno Reis, no dia 17 de maio deste ano, juntamente à Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). A Casa ficará ao lado do Hospital Sarah, localizado na Av. Tancredo Neves. O plano representa um grande avanço no combate à violência de gênero, sendo pioneiro em Salvador.
Em pesquisa publicada pela Rede de Observatórios de Segurança em março deste ano, a Bahia registra uma média de um caso de violência contra a mulher a cada dois dias; dado que revela a relevância do projeto para a capital baiana.
Serviços oferecidos
No estabelecimento, se encontrarão redes de apoio do Núcleo Especializado de Defesa das Mulheres da Defensoria da Bahia (Nudem), da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), da Promotoria de Justiça especializada e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
Além disso, as vítimas terão acesso a atendimento de apoio psicossocial e ações de fortalecimento das políticas de equidade de gênero.
Segundo a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), as vítimas receberão acolhimento de moradia, central de transporte e cursos profissionalizantes para obter independência financeira caso necessário.

“Este equipamento prestará apoio à mulher em diversas áreas, com atendimentos junto à Defensoria Pública, Ministério Público, auxílio no combate às violências doméstica, sexual e a todo o espectro de agressões que podem afligir às mulheres soteropolitanas”, afirma o prefeito Bruno Reis.
É importante se atentar ao que se enquadra como violência, que não se trata apenas de agressão física: chantagem, humilhação, querer controlar a parceira e relações sexuais sem consentimento, por exemplo, também se enquadram como violência doméstica.
Para aquelas mulheres que não conseguem sair de casa para denunciar, existe a “Delegacia Virtual”, no site da Polícia Civil estadual, ou o número 180 (Central de Atendimento à Mulher).
Os canais de comunicação à distância também auxiliam a vítima sobre qual encaminhamento jurídico tomar, incluindo para mulheres que não possuem condições econômicas de contratar advogado por seus próprios meios.
Atuais pontos de atendimento às vítimas de violência de gênero em Salvador
A rede da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), que irá administrar a Casa da Mulher Brasileira, já conta com Centros de Referência de Atenção à Mulher (CRAMs) na capital baiana:
- CRAM Loreta Valadares (CRAMLV), nos Barris
O CRAMLV connta com sala de atendimento no local, para encaminhar as vítimas de violência a triagem do caso.
Oferece também cadastro em programas sociais como o Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, além de direcionar a mulher para um emprego por meio do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (SIMM), com cursos para aperfeiçoamento profissional em parceria com o Centro Empreendedor Municipal (CEM).
Funcionamento: segunda a sexta, das 8 às 17h.
- Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (CREAM), em Cajazeiras.
Projeto da prefeitura que atende a demanda da região de Cajazeiras e seu entorno oferecendo serviços de acolhimento e psicologia, além de cursos profissionalizantes.
Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 17h.
- Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (CAMSID), na Ribeira
Com atendimentos social, psicológico e jurídico, dispõe de acolhimento para mulheres em situação de riso quando for necessário.
Funcionamento: segunda a sexta das 8h às 17h.