Notícias Avera
  • Home
  • Cidade
  • Cultura
  • Unifacs
    • Destaques da Facs
    • Curto-Circuito
    • Especial ABAPA
    • Jornada Social Media
  • Esportes
  • Saúde
  • Negócios
  • Expediente
  • Home
  • Destaque em slide
  • Conheça Ubirajara Pereira, o Papai Noel negro da Bahia

Conheça Ubirajara Pereira, o Papai Noel negro da Bahia

Da Redação
14 de dezembro de 202114 de dezembro de 2021 No Comments
Bahia Natal Papai Noel Representatividade

Com o sonho de representar o maior símbolo natalino, o industrial aposentado viu sua oportunidade surgir com a busca pela representatividade negra no Natal

A cultura natalina sempre foi marcada pela tradição do bom velhinho, geralmente branco, desempenhando representando o Papai Noel. Na Bahia, que possui mais de três milhões de pessoas negras, segundo dados do censo de 2010, essa realidade começou a ser modificada no ano de 2019, graças ao industrial Ubirajara Pereira.

Pai do ator global Fabricio Boliveira, o industrial aposentado, que é negro, sonhava desde a infância em atuar com o bom velhinho, mas não imaginava que conseguiria. Até que um dia soube que o Shopping Center Lapa, em Salvador, estava a procura de um Papai Noel negro.

Quando soube da oportunidade, Ubirajara entrou em contato com a agência responsável pela contratação. Depois de duas entrevistas, foi efetivado, se tornando a atração principal das festividades natalinas do centro comercial, que teve como tema Madagascar, uma ilha africana.

Durante o processo de preparação, Ubirajara procurou estudar a forma como os tradicionais papais Noel dos shoppings trabalham. Observando alguns deles, no Rio de Janeiro e em São Paulo, resolveu que queria seguir um modelo de atuação diferente e, para isso, se dedicou a questões como o autismo e de como seria o processo de aceitação a um papai Noel negro.

Para Ubirajara, seu jeito diferente de lidar com as pessoas que o procuram colabora para uma boa receptividade do público.

Ubirajara caracterizado de Papai Noel no Shopping Center Lapa

“O pessoal não estava acostumado a bater papo com o Papai Noel e eu sambava, a gente passava em todas as lojas dando bom dia, eu tenho orgulho de ser um Papai Noel diferenciado”, relata Ubirajara.

Um momento marcante dessa experiência para o aposentado aconteceu quando, após o horário do expediente, ele se preparava para deixar o posto e apareceu uma criança gritando pelo Papai Noel. Avisado por uma assistente, ele se vestiu novamente e foi atender ao pequeno.

“Ali eu percebi que era aquilo que eu queria, o menino chorava e eu chorava de alegria”, conta Ubirajara orgulhoso.

Mesmo com a pandemia de Covid-19, em 2020, o conhecido Papai Noel não parou e resolveu dar um salto ainda mais alto na carreira. Ubirajara concorreu com mais de cinquenta candidatos de todo o Brasil para estrelar uma campanha natalina de uma famosa empresa de cosméticos e acabou sendo o escolhido.

Neste ano, Ubirajara segue trabalhando como Papai Noel no Parque Shopping Bahia, localizado na cidade de Lauro de Freitas, que tem como tema o conto do Natal. O profissional natalino está atendendo o público diariamente, das 14h às 20h, até o dia 24 de dezembro.

Após realizar o seu sonho de atuar como o bom velhinho, Ubirajara declara que gostaria que outras pessoas negras também se engajassem nessa luta e que novos papais Noel negros sejam vistos em outros shoppings da capital baiana.

Cultura Natalina

Para a historiadora Marlene Silva, formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a inclusão do Papai Noel negro nos festejos natalinos é vista como uma forma gerar mais representatividade e também de incentivar mais o consumo.

“O Papai Noel é um meio de fomentar a compra no período natalino para implementar o comércio. Como é um símbolo de mercado norte americano e europeu, portanto dos grandes impérios, é importante que se coloque o Papai Noel negro no sentido de chamar essa classe consumidora para movimentar o comércio”, explica a historiadora.

Por outro lado, Silva acredita que a escolha do Papai Noel negro também contribui para o reconhecimento da etnia nesse contexto, gerando identificação do bom velhinho com a cultura negra.

Quanto a representatividade do Natal no estado da Bahia, Silva lamenta que ainda exista padronização da cultura europeia na cultura baiana, frisando que essa tradição supera as tradições religiosas.

A historiadora acredita que mesmo com a aberta às mudanças, a tradição no estado da Bahia, ainda sofra resistência em fugir da tradição natalina, para agregar símbolos culturalmente representativos do estado ou da cultura afro, mesmo com a existência de exemplos como Ubirajara Pereira.

“O Papai Noel só vai ganhar uma nova roupagem talvez no digital. O Papai Noel do mundo virtual talvez seja um mais sofisticado em relação ao mundo real, presencial”, opina Marlene Silva.

Procuramos a assessoria dos shoppings de Salvador para saber como ocorre o processo de seleção dos Papai Noel e como tratam a questão da diversidade, mas até a conclusão deste texto não obtivemos resposta.

Repórteres: Frederico Sólon, Gemima Barreto, Luisa Mendes, Tácio Caldas

Revisão: Antônio Netto

Navegação de Post

Profissionais de circo e teatro celebram a retomada das apresentações presencias
Cultura pop ganha espaço em rádio soteropolitana

Related Articles

Cultura: Descubra o que fazer em Salvador neste fim de semana

Ânima Plurais promove evento que destaca a importância da educação inclusiva

AVERA Jornalismo

Dia Nacional da Libras: Entre conquistas e desafios para a inclusão

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

  • Velocidade, emoção e inclusão: As mulheres na Fórmula 1
  • Liverpool e o “Scouse” – O orgulho e a Identidade de um povo.
  • Tecnologia/Opinião: “Você não foi selecionado”: como a inteligência artificial está moldando — e excluindo — trabalhadores no Brasil
  • Educação: Quando a esperança se faz presente
  • “O amanhã é hoje”: Encerramento da Semana de Arquitetura e Urbanismo & Design abordou as emergências climáticas e o futuro das cidades
  • Último dia do Curto Circuito conta com a produção audiovisual baiana 
  • Casa Rosa:  Refúgio Cultural no Coração de Salvador
  • Curto-Circuito 2025: Protagonismo feminino revoluciona a comunicação

ARQUIVO

  • maio 2025
  • abril 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • outubro 2024
  • setembro 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • abril 2024
  • dezembro 2023
  • novembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • abril 2023
  • março 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • fevereiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • dezembro 2018
© 2022 - AVERA - Agência de Notícias Experimental da UNIFACS - Universidade Salvador (Bahia) | Todos os direitos reservados. | Theme: OMag by LilyTurf Themes