Da origem humilde à medalha dourada mundial, o lutador conta como foi sua carreira e o que aprendeu com o esporte
Por Bruno Dias, Jônatas Nascimento e Rodrigo Miranda
Revisão: Antônio Netto
Jujutsu, Ju-jitsu ou Jiu-jitsu como é popularmente conhecido, é uma arte marcial japonesa e também um esporte de combate, que utiliza técnicas de golpes de alavancas para derrubar e dominar seu adversário. Prática esportiva que possui potencial de mudar vidas.
Como foi o caso do jovem baiano Matheus de Miranda (18), que em 2019 saiu do anonimato para o primeiro lugar da sua categoria no Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, sediado no Brasil.
”Apesar das dificuldades, desafios e muito trabalho duro, receber a medalha de ouro e o título de campeão mundial é a realização de um sonho, mas é só a primeira etapa de tudo que eu ainda almejo conquistar na minha carreira”, declara o medalhista.
Início da caminhada
De origem humilde, crescido no bairro do Calabar, em Salvador, Miranda começou a despertar seu interesse pela arte marcial desde a infância, quando acompanhava diversos programas de luta ao lado da família.
“Sempre tive o costume de assistir lutas com meu pai. Observando nomes como Anderson Silva, Demian Maia, Charles do Bronx”, diz Miranda.
Tendo assim seu primeiro contato com a modalidade do Jiu-jitsu, consequentemente despertando a curiosidade para o esporte.
“Eu via o jiu-jitsu, não sabia o que era e ficava pensando: como ele [o lutador] não conseguiu sair dali, só está sendo abraçado. Mas aí eu fui me informar, procurar sobre o que era. E aí, em 2017, eu fiz uma aula experimental, amei logo de cara, mas só um ano depois comecei a treinar”, relata o jovem lutador.
Mais do que só um esporte
Tendo como mestre o treinador Alessandro Rugal, o jovem e sonhador Matheus de Miranda iniciou sua carreira nos tatames da academia “Rugal Jiu-Jitsu Clube”.
Foi na academia que Miranda descobriu que, apesar de se usar o físico como foco principal, o esporte de combate vai muito além de golpes e técnicas corporais, adquirindo conhecimentos que marcaram sua vida.
“O jiu-jitsu é uma verdadeira escola, onde eu aprendi muito sobre disciplina, muito sobre superação, muito sobre resiliência, onde eu aprendi que eu sempre posso mais e nunca devo desistir. O jiu-jitsu me ensinou muita coisa e eu só tenho a agradecer”, relata o atleta.
Um futuro brilhante
Grandes esportistas são feitos de sonhos e os sonhos levam a grandes conquistas. O que não é diferente com Miranda, que após ter colecionado medalhas e títulos, sonha cada vez mais alto e cultiva a ambição de evoluir a cada dia para ter um futuro ainda mais vencedor.
“O que eu almejo para o meu futuro no jiu-jitsu é praticamente o que todos almejam, que é conquistar a faixa preta e ser campeão mundial com ela”, relata Miranda.
Jiu-jitsu no Brasil
Segundo pesquisas divulgadas pelo Ministério da Saúde, em 2018, a procura porlutas teve um grande aumento comparado aos 11 anos anteriores. Cerca de cinco milhões de brasileiros praticam algum tipo de esporte de combate atualmente no país.
Apesar da existência de diversas modalidades, outra pesquisa mais abrangente, feita em 2013, pelo IBGE, informa que o Jiu-Jitsu se destaca das demais, sendo a luta mais popular em todo Brasil.
Esta pesquisa envolveu 8.902 entrevistas com brasileiros de várias idades e regiões, e o Jiu-Jitsu foi citado como esporte de 1,3% dos brasileiros, algo em torno de 2,5 milhões de praticantes.
Visite o Instagram da AVERA e conheça nossos conteúdos exclusivos.