Calouras e veteranas no esporte compartilham experiências e dicas para quem se interessa na modalidade
Por Duda Matos
Revisão: Vinícius Daniel
Conhecido popularmente pelos filmes americanos, o esporte cheerleading, que em tradução significa “animação de torcida”, vai muito além de chacoalhar pompons. Exige força, flexibilidade, coordenação e muita dedicação. O time da atlética de Comunicação da Unifacs, as Comunikats, é composto por alunos veteranos e calouros da área.
O esporte surgiu em 1964 nos Estados Unidos. O objetivo era animar as torcidas especialmente em jogos de futebol americano. Primordialmente, era uma prática estritamente masculina, apenas em 1923 as mulheres passaram a participar e hoje são 90% dos praticantes do esporte.
Fabiana Nascimento (23), conhecida como Zan, é formada em Design de Moda e estudante de Comunicação e Marketing. Ela é a atual capitã do time da Atleticom. A diretoria é composta também por uma co-capitã, coordenadora geral, secretária, um grupo financeiro e um grupo de marketing que ajuda a estruturar todas as ações das atletas.
“O esporte tem vários elementos diferentes, trabalhamos acrobacia, aeróbio, força e etc, mas além disso ele trabalha muito a sua confiança e os seus medos. É preciso respeitar o seu momento de evolução, e exercitar o vínculo com a equipe, para subir uma pessoa por exemplo (flyer) precisamos que elas [atletas] confiem umas nas outras, a equipe em si tem que ter uma integração e a gente tem uma integração muito legal, nós viramos uma família”, conta Zan.
O Cheerleading é pouco valorizado e frequentemente sexualizado, às vezes sequer é reconhecido como esporte. Mas com treinos extensos de 3h, durante 3 vezes na semana, com uma bateria aeróbica funcional para avanço de condicionamento físico, a equipe se prepara para competir na Copa Facs de 2024.
A Copa Facs é um evento esportivo entre os cursos acadêmicos da Universidade Salvador. Com várias modalidades de esporte, o campeonato desperta interesse e gera expectativa em centenas de alunos. Em 2022 as comunikats participaram e com apenas um mês de treino para preparação, fizeram uma linda apresentação no evento.
Além dos treinos e competições, as Comunikats atuam com ações de vendas de brigadeiro e rifas para custear os gastos da equipe, como uniforme, músicos e etc. ” A gente luta muito para que todas as pessoas tenham direito de fazer, mesmo não tendo condição. Arrecadamos dinheiro para quem não pode pagar uniforme ou ajudar na mensalidade do time, e eu me orgulho disso”, relata a capitã, Fabiana.
Ademais, a importância de fazer uma atividade extracurricular, como o esporte atleticano, serve também para fazer networking dentro da área. Pietra de Carvalho (20), estudante veterana de Publicidade e Propaganda, e vice-presidente da atlética de comunicação, compartilha deste pensamento.
“Como atleta e Vice Presidente da Atleticom eu posso dizer que tudo hoje que a atlética propõe é no intuito de deixar essa fase tão importante das nossas vidas mais leve e gostoso de ser vivido, criando memórias e laços. Além disso, fazer parte de um time, principalmente as Comunikats, também é importante para vida profissional, já que a rede de contatos que se cria é muito grande e forte”, conta Carvalho.
Para Larissa Andrade (21), caloura de Publicidade e Propaganda, atleta cheerleander há 2 meses, diz que é uma experiência sem igual.
“Foi como se um sonho estivesse se realizando. A sensação de poder conseguir fazer tudo aquilo é incrível, mesmo sendo aterrorizante também. Apesar de toda dor que sentimos no treino, é uma sensação muito boa. Fazer tudo isso é tão realizador! Sem contar a sensação de estar em uma nova família”, relata Andrade.
Victoria Dowling (22), formada em Comunicação e Marketing, e co- capitã do time desde maio do ano passado, recomenda aos calouros experimentar sem medo a prática do esporte.
“Estamos em um ambiente seguro onde todos podem se expressar e superar cada dia mais e sabemos que sempre vai ter gente ali pra te aplaudir. Porque hoje em dia eu acho que nada melhor define o nosso time do que isso. Pessoas que estão ali umas para as outras no esporte e na vida”, pontua Dowling.
E conclui com uma dica: “Não tenha medo, não tenha medo de entrar, não tenha medo de não saber, porque a gente está constantemente aprendendo e esse é o legal. Está todo mundo aprendendo e se ajudando simultaneamente”.