Emanuele Braga, jornalista Foto: Live COMUNICARTE | Reprodução
O bate papo online englobou as diversas formas e o impacto da comunicação no meio esportivo
Por Alana Bitencourt
Revisão: Kátia Borges
O terceiro dia do Comunicarte, nesta quarta (30), começou com a participação de Emanuele Braga, jornalista da Band e escritora do livro “Corinthians Feminino”, em um bate papo online que englobou as diversas formas e o impacto da comunicação no meio esportivo, principalmente feminino. Para o debate, a jovem trouxe seu objeto de estudo, o Corinthians, e a maneira que o clube e a equipe têm ampliado o espaço do esporte para mulheres.
No livro, Emanuele analisa o case do Corinthians como produto pop, abordando as diferentes linguagens para os públicos, unindo a paixão pelo clube paulista e papel do jornalismo esportivo na intenção de trazer visibilidade para o esporte feminino. Segundo a jornalista, a iniciativa do time em investir verdadeiramente no setor é grande, “a ponto de outros clubes encararem isso como sinal de alerta, porque demonstra valorização e envolvimento com causas sociais.
A prova real de que as grandes mídias têm função indispensável nessa luta é quando as atletas utilizam desse meio para reivindicar as necessidades e desejos de quem atua na área, como melhor estrutura de para os times e maior atenção dos canais de transmissão. “O time feminino ama o clube, o masculino trabalha pra ele”, declarou Emanuele sobre, geralmente, apenas as próprias jogadoras se posicionarem fora de campo por melhores condições de trabalho, enquanto os atletas e relacionados ao time masculino se acomodam no conforto do monopólio.
Em perspectiva internacional, o Barcelona foi reconhecido com três atletas no pódio de melhor jogadora do mundo, o que ilustra o pesado investimento do clube, mas também demonstra que a concorrência é extremamente baixa no cenário. Ainda nessa premiação, Arthur Elias, ex-Corinthians e agora comandante da Seleção Feminina, concorreu na categoria de melhor técnico de elenco feminino, pegando o terceiro lugar.
Desconstrução do estigma
Se tratando de Brasil, um país em que futebol praticado por mulheres já foi proibido, os canais comunicativos têm a obrigação de mostrar para o espectador que essa pauta vale a pena ser falada, abordando com seriedade e com constância, não trazendo só as grandes conquistas e campeonatos. Para Emanuele, ainda que a evolução do processo esteja sendo a passos lentos, é possível notar mulheres alcançando espaços – narradoras e comentaristas, por exemplo – e entidades passando a incluir o fut fem em suas ações e atividades.