Após a pandemia, grupo cultural aposta em novas experiência cinematográfica, agregando os projetos CineSom e CineTeatro
Por Maria Clara Oberlaender
Revisado por: Nalanda Rocha
O projeto cultural SaladeArte sofreu grandes impactos durante a pandemia. Apesar das crises enfrentadas, novas propostas foram feitas para recuperar o público e a criar alternativas ao consumo cinematográfico, incluindo música, teatro e novas formas de arte.
O grupo tem salas no Museu Geológico, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Museu de Arte Moderna da Bahia e no Shopping Paseo Itaigara. É um dos espaços de cinema alternativo mais conhecidos na capital baiana.
Suzana Argollo, diretora da SaladeArte e entusiasta dos novos projetos, afirma que o retorno às atividades foi muito desafiador:
“Logo que reabrimos após a pandemia, o público caiu bastante. As pessoas adquiriram novos hábitos e o consumo dos streamings se intensificou, então percebemos que precisávamos mesclar outras experiências ao cinema.”
A solução encontrada foi unir meios artísticos, criando assim, os projetos: CineSom e CineTeatro.
O CineSom, acontece no Cinema do Museu Geológico, onde o público assiste um show e filme de conteúdos associados. Muitas vezes sendo tributos, como Vinícius de Moraes, Cartola e Belchior.
Já o CineTeatro, no CineMAM, acontece com peças feitas e pensadas para mesclar as linguagens teatrais e da sétima arte, sendo apresentadas aos espectadores em uma sala de cinema.
Enquanto o Brasil enfrenta uma crise econômica e cultural, espaços como os da SaladeArte sofrem duplamente. “As pessoas começaram a desvalorizar a cultura, começaram acreditar que a arte não vale tão a pena assim”, destaca Argollo.
Entretanto, a diretora acredita que os novos hábitos de consumo midiático, como dos streamings, não conseguem extinguir os cinemas de arte: “Eles têm o objetivo da experiência coletiva, já que somos contaminados pela emoção do outro. A arte coletivamente tem um poder ainda maior.”
Quem concorda com a afirmação da diretora, é Saulo Dourado, escritor e professor que frequenta a SaladeArte há muitos anos e esteve presente no CineSom com filme “Dreamgirls – Em busca de um sonho” e no show do JP Castelhano, tocando músicas de Tim Maia.
“Além de trazerem filmes fora do circuito hollywoodiano, é um espaço de encontros e trocas, o que é muito valioso. Os cinemas deixam de ser espaços unicamente para exibição de filmes e se tornam centros culturais”, explica Dourado.
Para saber mais sobre os eventos, veja no Instagram @saladearte_oficial.