O cineclube vem sendo uma forma de incentivo à literatura através do audiovisual

Por Maria Fernanda Caribé

Revisão por Mariana Nogueira

Nos últimos meses, o clube Cine Literatus se encontra em reuniões mensais no cinema Circuito Saladearte do shopping Paseo. Em parceria com a livraria baiana, LDM e o portal de notícias Umbu, o clube tem como proposta trazer ao público uma sessão mensal com adaptações cinematográficas de livros em que seus filmes acabam passando despercebidos pelo público.

Em uma conversa com um dos criadores do projeto e também mediador dos debates que acontecem após as sessões, Heider de Assis, conta que trabalhar o audiovisual também é uma forma de formar novos leitores.

“A leitura é uma atividade que pede renúncia, e acaba sendo uma atividade solitária. Os encontros presenciais são de suma importância para uma socialização mais efetiva, mais humana, sem as réplicas mecânicas estabelecidas pelas plataformas virtuais”, comenta o livreiro. Heider foi um dos responsáveis por idealizar o projeto Cine Literatus ao lado do poeta George Lima.

Ainda mais, o livreiro contou sobre curadoria para as obras reproduzidas nos encontros mensais. Feita de maneira cautelosa, o clube sempre visa em criar diálogos que possibilitem o exercício de colocar-se no lugar do outro.

Filmes como “Rastros”, filme polonês baseado no livro “Sobre os Ossos dos Mortos” da autora de mesma nacionalidade, Olga Tokarczuk e “Meio Sol Amarelo”, adaptação do livro da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, são algumas das obras exploradas nestes encontros.

“Escolhemos obras que, na verdade, passaram despercebidas pelos leitores no aspecto do audiovisual. Alguns livros são bastante conhecidos. Mas, a transposição para a imagem, muitas vezes não tem a mesma comercialização da obra textual”, acrescenta Heider.

O próximo encontro acontecerá na noite do dia 13 de junho (quinta-feira) na Saladearte do shopping Paseo no bairro de Itaigara. A obra escolhida da vez é o filme francês, “Anos Dourados”, baseado na graphic novel “Degenerado”, da autora Chloé Cruchaudet.