Conheça mais sobre o museu afro-brasileiro na capital soteropolitana
Por Gabriela Domingos
Revisão: Edinolia Peixinho
A Casa do Benin é um museu brasileiro localizado na Rua Padre Agostinho Gomes, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. O espaço, inaugurado em 6 de maio de 1988, ano do centenário da abolição da escravatura, foi construído afim de estreitar os laços da cidade de Salvador com a África.
O nome “Benin” foi pensado por ter sido, na época da escravidão, um dos países onde um número maior de pessoas foi traficado da África para o Brasil.
Surgiu também devido às ações do grande escritor, etnólogo e fotógrafo francês Pierre Verger, que após várias contribuições à cidade de Salvador, foi convidado a pensar nesse projeto e fez ligação com o seu livro chamado Fluxos e refluxos, que faz menção ao período de escravidão e o tráfico de escravos entre o Benin e a Bahia de Todos os Santos.
Onde hoje fica a Casa do Benin, no Pelourinho, havia três casarões durante a construção na década de 80. Um deles era um grande sobrado, onde aconteceu um incêndio, e os outros dois casarões eram ruínas, das quais, só restavam as fachadas.
Uma das grandes propostas da criação da casa era a integração e intercâmbio entre artistas, pesquisadores beninenses e brasileiros a fim de se produzir e resgatar conhecimentos e artes afrodiaspóricas. E para que isso fosse possível, foi construída em Benin a Casa do Brasil.
“A Casa do Benin está cada vez mais se firmando e trazendo um espaço de discussões da afro brasilidade, da afro latinidade, da afrobaianidade. Então, hoje a gente está, cada vez mais, tratando dessas temáticas.
E existe também uma questão primordial que é assegurar a memória de um lugar: Benin, que não é um dos países da África mais conhecidos pelas pessoas. Então, temos esse papel de preservação dessa memória com todo nosso acervo” relata Igor Tiago, que é produtor cultural e faz a gestão da casa, atualmente.
Ele também aponta que o público alvo da Casa, hoje em dia, são pessoas negras de Salvador visto que o museu tem um trabalho muito voltado para a preservação das culturas afro-baiana, afro-africana, afrodiaspórica, entre outras.
“Nosso público abrange pessoas de todas as faixas etárias, depende de cada evento”, complementa.
O público médio da casa por mês varia bastante, de acordo com cada programação mensal e com a estação do ano em Salvador.
“No mês de janeiro, que é um mês mais agitado, nós recebemos cerca de 900 pessoas. Já em abril, recebemos cerca de 350. Então isso pode variar”, pontua o produtor cultural.
Atualmente, a casa possui um acervo composto por aproximadamente 200 peças originárias do Golfo do Benin, que eram colecionadas por Pierre Verger. Além disso, a Casa do Benin promove, divulga e apoia vários artistas baianos que são inspirados pela arte de matriz africana para compor as suas exposições.
No Museu já foram realizadas várias atividades socioculturais e educativas como palestras, exposições, cursos e oficinas, tendo como principal objetivo valorizar o reconhecimento da cultura afro-brasileira, além de aproximar os cidadãos soteropolitanos à afro-cultura.
A Casa do Benin tem entrada gratuita e funciona no período de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 09h às 16h. Para saber mais, acesse o Instagram da casa: @casadobenin