O festival de cinema mais antigo em atividade da Bahia encerra sua 20ª edição nesta quarta-feira
Foto de Divulgação / Patricia Almeida
Por Maria Fernanda Caribé
Revisão Kátia Borges
Nesta quarta-feira (9), encerra a 20ª edição do festival “Panorama Internacional Coisa de Cinema” que aconteceu entre os dias 03 e 09 de abril, nas cidades de Salvador, no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter Silveira, em Salvador, e também no Cine Theatro Cachoeirano, em Cachoeira.
O festival, que contou com uma programação de mais de 120 longas e curtas-metragens de diversos lugares do Brasil e do mundo, vem se destacando pela sua programação inédita de filmes que promovem diversidade de vozes e culturas plurais no cinema.
O Panorama teve sua primeira edição em 2002 por meio da exibição de 33 filmes em salas lotadas. Vinte e três anos depois, ainda encontramos as salas cheias e na sua curadoria três categorias de competitivas: Baiana, Nacional e Internacional, assim como o “Panorama Brasil”, exibição não competitiva de mais de 20 filmes brasileiros lançados nos últimos anos.
Na edição de 2025, o festival trouxe a reexibição de filmes clássicos nacionais restaurados como “Bye Bye Brasil” e “Iracema: uma Transamazônica”, além de seminários e oficinas sobre inúmeros temas relacionados ao mercado de produção e exibição de filmes para o público.
“Um festival é muito mais do que buscar bilheteria,” conta a diretora de produção do evento, Diandra Rocha “É uma exibição que tem a ver com o que está sendo vivenciado por pessoas que muitas vezes não conseguem distribuir seus filmes, de uma forma mais extensa. Acredito que é um trabalho muito bonito.”
Diandra Rocha (Foto de Divulgação / Patricia Almeida)
Diandra está no seu primeiro ano como diretora de produção do festival, mas antes já participou como monitora e frequentadora. “Antes de ser produtora, eu fui o público por muito tempo e foi estar nesse espaço e ver no catálogo as siglas do Brasil (BA, AL), eu comecei a pensar na possibilidade de fazer parte disso.”
A produtora ressalta a visibilidade que o festival e seus filmes apresentam para a plateia, como um ambiente em que ela enxerga suas histórias nas telas de exibição. “Quando a gente se vê na tela do cinema, consegue se projetar naquilo e também ver as nossas histórias. Porque quando o cinema está sendo produzido, é com histórias e vivências de toda uma cultura de um povo que está aqui [no festival],” declara a Diandra.
Englobando diversas histórias em seu circuito, alguns dos filmes inéditos desta edição foram os documentários “A Queda do Céu” e “Catadoras”, além dos longas de ficção baiano “Jamex e o Fim do Mundo” e o pernambucano “Ainda não é Amanhã, como também vários curtas-metragens que contaram suas sessões com ingressos esgotados.
“O Panorama sempre foi um espaço importante de trocas. As pessoas vão abertas a descobrir novas obras e experiências. O fato dos realizadores estarem presentes também, os bate-papos após as sessões ajudam a aproximar ainda mais o público. É uma espécie de ‘carnaval cinéfilo’.” enfatiza a roteirista, professora e crítica de cinema, Amanda Aouad, que acompanha o festival há anos.
Em Salvador, o evento ocupa o único cinema de rua da cidade, Cine Glauber Rocha, e é um importante expoente para o cinema brasileiro, principalmente baiano, atuando na formação de novos públicos e cineastas.