A autora best-seller e o influenciador digital participaram do painel “E se Harry Potter fosse meu?” no evento literário
Por Eider Queiroz
Revisão: Antônio Netto
No início da tarde de hoje (10), aconteceu o painel “E se Harry Potter fosse meu?” com a participação da autora de livros juvenis Babi Dewet e o influencer Adriel Bispo. O bate-papo aconteceu na Arena Jovem do evento e foi mediado pelo escritor e roteirista João Mendes.
A proposta do painel foi discutir o fenômeno Harry Potter, que completa 25 anos desde o lançamento do primeiro livro, e a influência que a obra de JK Rowling teve em suas vidas.
A autora do conto “Outono inesquecível” contou como o mundo bruxo mudou sua vida e trouxe perspectivas sobre a literatura. “Foi lendo fanfics de Harry Potter que eu percebi que todo mundo poderia ser escritora”, declara. Para ela, o universo criado por JK Rowling representou mais do que uma obra que ela gostava, mas também a ajudou a criar um senso de comunidade com os outros fãs.
Dewet tomou o holofote para si ao falar do mundo bruxo criado pela autora britânica. Adriel e João ficaram mais como comentaristas e coadjuvantes do painel, já que ambos declararam que Percy Jackson é o universo favorito deles.
Desde seu lançamento, Harry Potter impactou a vida de milhões de pessoas com os filmes, jogos, livros e produtos licenciados. O mediador do bate papo, João Mendes até chegou a pontuar que a saga já passou pelo menos uma vez na vida de todo mundo. Entretanto JK Rowling entrou recentemente em uma série de polêmicas ao ser publicamente transfóbica, repudiando a existência e os direitos de pessoas trans.
Babi Dewet, como a principal fã da saga no painel, não poupou palavras para se opor à posição da criadora do universo de Harry Potter. Dewet, que também faz parte da comunidade LGBTQIAP+, deixou claro o quanto isso é constrangedor para as pessoas que gostam da saga, principalmente porque os princípios da história de Harry Potter envolvem direitos e igualdade para todos.
Também foi abordado durante o bate-papo o argumento de separar a obra do autor e os três convidados presentes discordaram dessa ideia. O contra-argumento usado foi que mesmo se tratando de uma obra ficcional, quando um autor escreve um personagem, uma história, ele está colocando uma parte de si naquele trabalho.
O painel encerrou com Babi respondendo a pergunta “se você fosse a JK Rowling do bem, o que você faria de diferente?” feita por uma fã na audiência. A autora então contou que se pudesse ela daria mais profundidade para o personagem do Draco Malfoy, o deixaria um antagonista com mais camadas, coisa que, segundo ela, Rowling perdeu a oportunidade.
Além do aprofundamento na história do personagem icônico da Sonserina, Babi revelou que teria escrito os Comensais da Morte mais distantes das idéias de nazi-facismo, para que deixasse os povos afetados por esses movimentos menos desconfortáveis.