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Ba-Vi é resistência: o clássico que sobrevive ao tempo, às crises e às divisões

Da Redação
15 de outubro de 202515 de outubro de 2025 No Comments
AVERA Bahia Esportes Salvador

Arena Fonte Nova e Estádio Manoel Barradas / Foto: Acervo pessoal de Anna Gherardi e João Victor Viana

Mesmo com rebaixamentos, crises e transformações no futebol moderno, o confronto entre Bahia e Vitória segue como um dos maiores símbolos da identidade baiana

Por Anna Gherardi 

Revisão Felipe Moreira 

O início do clássico 

O primeiro Ba-Vi foi disputado em 10 de abril de 1932, no Campo da Graça. O Bahia venceu o Vitória por 3 a 2. Desde então, já são mais de 500 confrontos oficiais, marcados por viradas históricas, provocações inesquecíveis e uma rivalidade que moldou a identidade esportiva do estado. De lá para cá, o equilíbrio é parte do espetáculo: o Bahia soma maior número de vitórias gerais, enquanto o Vitória carrega uma sequência de títulos e momentos decisivos que alimentam o fogo da disputa. 

Nem sempre o Ba-Vi foi palco de grandes taças, mas sempre foi palco de grandes emoções. O confronto já disputou Campeonatos Baianos, Campeonatos Brasileiros das séries A, B e C e Copas do Nordeste. 

Quem viveu, não esquece: o Ba-Vi de dezembro de 1939, quando o Bahia venceu por 10 a 1, no Estádio Arthur Morais. O troco veio em julho de 1948, com 7 a 1 para o Vitória. Já em agosto de 1994, pela final do estadual, os times baianos empataram no jogo em que ficou famoso pelo lendário gol de Raudinei, marcado aos 45 minutos do segundo tempo. Na final do Baiano de 2012, o clássico empatou, mas foi o time Tricolor quem levantou a taça. Em 2013, na inauguração da Fonte Nova, o time Rubro Negro goleou o Bahia com um sonoro 5 a 1.

Para o narrador e apresentador esportivo Rainan Peralva, da TV Bahia, o Ba-Vi segue vivo porque representa a força de um estado inteiro. “O que faz o Ba-Vi resistir ao tempo e ainda mobilizar tanta paixão é justamente o fato de só termos esses dois times de relevância nacional aqui na Bahia. Ou você é Bahia, ou é Vitória.” 

Segundo ele, a rivalidade vai além das quatro linhas e faz parte da construção da identidade do torcedor baiano. “Muita gente fala que você pode trocar de mulher, pode trocar de marido, mas não troca de time. O time acompanha a pessoa a vida inteira, vira parte da identidade dela.” 

Torcida única, coração dividido 

Um dos temas mais sensíveis da atualidade para os fãs do clássico é o fim da torcida mista. Durante décadas, o Ba-Vi foi o único clássico do país que mantinha o setor misto no estádio. Em abril de 2017, a morte de um torcedor na região do Dique do Tororó foi o estopim para o clássico de torcida única nos estádios, que durou quase um ano. Em 2018, o Ministério Público avaliou como positivos os resultados em termos de segurança e deu parecer favorável à volta das duas torcidas. 

Porém, em 2018, o chamado “Ba-Vi da paz” acabou em uma briga generalizada entre os jogadores dentro do Barradão. Fora do campo, horas antes do jogo, a Polícia Militar registrou ocorrências entre as torcidas no Centro de Salvador. Diante disso, o MP-BA fez uma nova recomendação de torcida única que segue até hoje. 

Torcida Uniformizada Os Imbatíveis na reunião de alinhamento sobre a segurança do Ba-Vi da próxima quinta-feira (16) / Foto: Reprodução @osimbativeis_oficial 

Em reunião realizada na última terça-feira (14), representantes da Polícia Militar e do Ministério Público mostraram que os últimos clássicos tiveram redução no número de ocorrências dentro e no entorno dos estádios. A expectativa era de que o fim da torcida única acontecesse nesse ano, portanto, o MP-BA e a PM alegaram que ainda não é o momento para o retorno da torcida visitante no BaVi.

Enock Pereira e Matheus Simoni na Arena Fonte Nova | Foto: Acervo Pessoal dos torcedores 

A decisão de extinguir esse espaço, após episódios de violência, dividiu opiniões. Para Enock Pereira, de 66 anos, torcedor do Bahia, o tempo da torcida mista ficou guardado na memória como um dos períodos mais especiais do futebol baiano. “Naquela época, era muito bom. A gente saía junto, sentava lado a lado no estádio. Brincava, provocava, depois se abraçava e ia beber junto. Era maravilhoso. Hoje não tem a mesma emoção, não tem o mesmo sabor da vitória.”

Entre os rubro-negros, a lembrança também é de saudade. O torcedor Matheus Simoni, de 32 anos, define o Ba-Vi com duas torcidas como uma experiência única. “Não tem outra definição pra Ba-Vi que não seja emoção. Era muito bom ver as duas torcidas no estádio, sentir a vibração e a gozação saudável que sempre existiu nas ruas da cidade. A gente perde muito com isso.” 

Os nomes eternos do clássico 

Lendas do Bahia e do Vitória, retrospectivamente | Foto: Reprodução do instagram dos exs jogadores. 

A história do BaVi também é feita por personagens que viraram lendas. Marcelo Ramos, Uéslei Pitbull e Nonato são nomes eternizados na história de lendas do Bahia em clássicos. Já do lado do Vitória, Ramon Menezes, Dinei e Neto Baiano consolidaram seus status como heróis dos clássicos. 

O maior artilheiro da história do confronto é Carlito, com 23 gols marcados pelo Bahia e 4 marcados pelo Vitória. Juvenal é destaque do Rubro Negro, com 19 gols e o destaque do Tricolor fica com Vareta, com 18 gols no total. 

O clássico BaVi é resistência 

Mesmo com crises políticas, rebaixamentos, dívidas e reformulações, o clássico sobrevive. O Bahia atualmente vive o projeto SAF e o renascimento sob o Grupo City. O Vitória, depois de anos de instabilidade, voltou à Série A com a força de sua torcida e da reconstrução. Ambos resistem e o Ba-Vi resiste junto. 

Mais do que um jogo, o Ba-Vi é um sentimento coletivo que move a cidade e define o humor dos baianos a cada encontro. Para o torcedor Gabriel Felipe, de 25 anos, tricolor, o clássico “sempre vai representar o ‘algo a mais’ na semana”. […] Não dá para levar como mais um jogo. Envolve o dia a dia, as conversas com os amigos, a resenha com os vizinhos. Muda o clima da cidade e representa esse clima diferente que só Salvador pode proporcionar”, afirma. 

Mesmo diante das diferenças técnicas e financeiras atuais, Gabriel acredita que o Ba-Vi mantém sua essência: “clássicos são diferentes. A vontade é diferente, a pressão é diferente. A história dos dois clubes mostra que, independente da situação de cada um, o clássico é sempre um jogo novo e de motivações diferentes.” 

Do lado rubro-negro, o torcedor Gabriel de Luca, de 26 anos, define o Ba-Vi como “um grande evento cultural da cidade”. […] A capital se transforma. As pessoas se transformam. É um grande motivo pra se reunir, conversar, brincar. Mesmo quem não está tão envolvido entra na provocação, entra na expectativa”, conta. 

Para ele, o que sustenta essa rivalidade há tanto tempo é simples: “É o amor. O Vitória pode estar na Série C, na B, na A… sempre há um motivo pra se reunir em torno do time. Isso faz parte de quem eu sou e é algo que eu quero viver sempre.” 

E talvez seja esse o segredo da eternidade do Ba-Vi: em tempos de rivalidades digitais e estádios frios, ele ainda é emoção pura, suor, corpo, canto e resistência. Um duelo que, mais do que dividir uma cidade, a define.

Estádio Manoel Barradas / Foto: Acervo Pessoal Larissa Moreno

Bahia e Vitória se enfrentam na próxima quinta-feira (16), pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida acontece no estádio Manoel Barradas, às 21h30 com transmissão no SporTV e no Premiere.

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