Através das redes sociais, esportistas motivam seus seguidores a se exercitarem
Por Carolina Pena, João Gabriel Carvalho e Letícia Bugarin
Revisão: Antônio Netto
Esportistas já conquistavam seguidores ao expor sua rotina de exercícios, forma física, hábitos alimentares e tendências na moda fitness. Tornaram-se ainda mais frequentes através de vídeos, em especial com a ferramenta Reels do Instagram e no TikTok, dois dos aplicativos muito utilizados nos últimos anos.
Assim, atletas baianos usam plataformas digitais para compartilhar seu estilo de vida e desafios da profissão com seus admiradores e praticantes de modalidades esportivas, a fim de inspirar e entreter pessoas de todas as idades.
A popularidade que influenciadores-atletas alcançam na Internet também chamam a atenção de empresas, atrás das famosas “parcerias”.
Inspiração
Incentivar pessoas a sair do sedentarismo é o que motiva muitos atletas a dividirem suas experiências no mundo do esporte nas redes sociais.
É o caso do fisiculturista e criador de conteúdo digital Val Santos, com mais de 10 mil seguidores no Instagram: “foi algo que eu comecei a praticar e mudou minha vida. Com tanto benefício, eu queria que mais pessoas conhecessem esse esporte”.
O crossfiteiro Paulo Victor Nhok posta sobre a prática na web para “demonstrar que qualquer pessoa pode praticar esse tipo de atividade, mesmo que adaptada”. Seus perfis no Instagram e TikTok já acumulam, juntos, mais de 14 mil seguidores.
Praticante de bicicross, conhecido também como BMX, Caio Silva declara que quando começou no esporte sentiu falta de uma inspiração. Começou a postar no Instagram em 2013, com o intuito de incentivar jovens iniciantes no esporte e servir de “inspiração e motivação”.
“O bicicross significa amor genuíno”, diz Silva, que frequenta a pista de BMX em Patamares. Logo começou a postar seus treinos e campeonatos na Internet porque “são poucos os atletas de BMX que ficam postando os treinos”.
O atleta de BMX sempre teve afinidade pelas aulas de educação física do colégio e, em 2008, decidiu se inscrever numa competição que acontecia na pista de ciclismo de Patamares. Ele ainda guarda seu troféu de segundo lugar.
Admiradores
Victor Calazans é fã de fisiculturismo desde que começou a frequentar a academia. Encontrou inspiração nas publicações de um integrante da liga profissional da Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB), Gêder Rocha, e é um dos quase 225 mil seguidores do atleta.
Na opinião de Calazans, o crescente interesse do público pelas redes sociais do fisiculturista se dá pela busca da carreira esportiva ou, simplesmente, pela inspiração para se exercitar.
“Gêder Rocha é fonte de inspiração para muitos jovens, alguns que possuíam um grande potencial que, sem ele, não arriscariam antes”, opina Calazans.
Pandemia
Desde 2020, esportistas já ativos nas redes sociais tiveram que se adaptar às normas de isolamento social e passaram a investir ainda mais na criação de conteúdo digital.
O fisioculturista Val Santos passou a treinar em casa e produzir vídeos de motivação. Apesar das dificuldades, o fisiculturista se esforçou para fazer lives, realizar consultorias e aulas online.
Muitos usuários agora procuram também em seu feed dicas de como se exercitar e manter a forma. A demanda do público por algo motivacional, reconfortante ou distrativo também aumentou bastante.
“Com os conteúdos desses atletas, existe uma distração na mente. No esporte, o progresso e melhoria são pilares de sustentação”, afirma Calazans. “Isso acaba sendo transmitido para aqueles que os absorvem, melhorando nossa saúde mental”, completa.
Na visão do fã, nota-se uma mudança “bem significativa” entre a forma como Rocha atualiza seu perfil depois do início da pandemia: “antes havia muito mais conteúdo, como story, vídeos e postagens. Isso caiu bruscamente”.
A visão do apreciador de fisiculturismo difere da de Paulo Victor, que garante que a única grande alteração na sua rotina de gravações foi o ambiente de filmagens. Antes de limitar os treinos às praças, boxes e academias, o praticante de CrossFit também utilizava locais fechados para filmar, como as regiões internas da sua residência.
Prós e contras
A grande audiência adquirida por esses atletas nas redes sociais também tem seu lado negativo. Muitas vezes, esses influenciadores se tornam vulneráveis à difamação da sua imagem e assédio por parte de haters.
“O mais chato é as pessoas que não aceitam o seu trabalho. Já tive muito problema nas redes sociais, já pegaram minhas fotos, fizeram meme”, relata Santos.
Apesar disso, na opinião do esportista, as vantagens superam as dificuldades. O fisiculturista vê gratificação em motivar seu público. Santos chega a trocar mensagens com pessoas de outros estados, que dizem ter sido inspiradas por ele a começar a treinar.
Nhok afirma que a maior compensação de produzir conteúdo é promover uma vida saudável e impulsionar as pessoas a saírem da inércia, “além de mostrar uma visão diferente do esporte, na qual não é necessário ser um super atleta para praticar”.
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