Como a frequência desta doença era maior nos negros do que nos brancos, a anemia falciforme era qualificada geralmente como uma “doença racial”
Por Larissa Lima
Revisão: Elisa Brotto
O Fusca projeto de extensão da Universidade Salvador (Unifacs) que abrange sustentabilidade, cultura e arte, realizou um projeto em homenagem ao dia da consciência negra durante os dias 25, 26 e 27 de novembro, abordando temas sobre representatividade, cultura e saúde.
No dia 27, a especialista em administração hospitalar Maria Cândida Queiroz, explicou sobre a anemia falciforme na população negra e falou da importância do diagnóstico nos primeiros momentos.
A anemia falciforme é um grupo de distúrbios hereditários em que os glóbulos vermelhos assumem o formato de foice, a doença é hereditária e a sua identificação pode ser realizada nos primeiros momentos de vida. “Quando não descoberto no período neonatal já é considerado um diagnóstico tardio”, afirma Maria Cândida, já que quando descoberto de forma tardia pode deixar sequelas e prejudicar o tratamento.
Não existe um tratamento específico para a anemia falciforme, em algumas situações pode haver indicação de ações para diminuir as crises dolorosas pela hidroxiureia, isquemias cerebrais de repetição que é tratada pela terapia de transfusão regular e terapia da quelação de ferro para aqueles que recebem transfusões com frequência e acumulam ferro no organismo e, mais raramente, a troca de hemácias (eritracitaferese).
A doença pode ter cura através do transplante alogênico de medula óssea. O grande problema é que a maior parte dos pacientes não é candidato ao procedimento pelos critérios de elegibilidade ou por não ter doador compatível.
A live tirou dúvidas dos participantes e explicou os tratamentos e evoluções das políticas públicas, como a terapia gênica, que funciona como uma correção do gene, mas não é tão acessível financeiramente.
Cândida explica que a doença foi originada no continente africano, sendo uma característica mais marcante da população negra e associa a falta de incentivo a programas ao racismo: “Entendemos que a falta de desenvolvimento do sistema para anemia falciforme é devido ao racismo, já que é uma doença que atinge em sua maioria o povo negro, quanto mais fazemos mais temos coisas para desenvolver ”, resssalta.
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