Festival fortalece a cultura na cidade e destaca artistas negros / Foto: divulgação
Edição de 2025 acontece nos dias 8 e 9 em Salvador e conta com a participação de artistas nacionais e internacionais
Por Luis Gabriel Ornelas
Revisão Laleska Teles
Nos dias 8 e 9 de novembro acontecerá no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador, a quinta edição do Festival Afropunk Bahia, a abertura dos portões está prevista para começar às 17h. O evento contará com a presença de diversos artistas, como a cantora internacional Coco Jones, além dos cantores brasileiros Péricles, BK’, Liniker, da banda baiana BaianaSystem e diversos outros.
O FESTIVAL
O Festival Afropunk surgiu pela primeira em 2005, no centro multiartístico Brooklyn Academy of Music, em Nova Iorque. Ele nasceu do objetivo de seus criadores em explorar o gênero punk a partir de uma perspectiva da comunidade negra, valorizando o estilo musical e os seus artistas. Desde então, o festival já percorreu diversas cidades dos Estados Unidos, apresentando artistas diversos e atraindo multidões.
E então, por meio da ideia de expandir o evento para outros países, os criadores decidiram realizar a primeira edição no Brasil, em 2019, na cidade de São Paulo. Porém, foi em 2021, em Salvador, a cidade mais negra fora do continente africano, que o festival se tornou um fenômeno no país, atraindo tanto turistas quanto investidores. A recepção positiva do público baiano ao evento e o seu retorno econômico, o transformou em um símbolo cultural para a cidade, que este ano completa 5 anos de realização.
IMPORTÂNCIA
Salvador é a cidade com a população mais negra fora da África, e são esses eventos que celebram a cultura dessa comunidade que contribuem para a permanência e resistência dela em um espaço marcado pela racialidade. De acordo com o último senso do IBGE, realizado em 2022, a Bahia é composta majoritariamente (80,8%) por pessoas negras, o que inclui indivíduos pretos (22,4%) e pardos (56,9%).
O Festival Afropunk Bahia chega para fortalecer esse vínculo e complementar essa diversidade cultural na cidade a outros eventos e manifestações culturais já existentes, a exemplo dos desfiles dos blocos afros, como o Ilê Aiyê, e das festas de rua Batekoo, criada em 2014, e o Paredão da Paulilo, realizado desde 2019. Todas essas manifestações culturais têm um único objetivo legítimo: reforçar a importância da diversidade cultural para a sociedade e impedir que ela seja invisibilizada.
O objetivo do festival é proporcionar um ambiente diversificado, onde os ritmos se encontram, desde o passo do samba à requebrada do funk e hip-hop, além de ser um local em que o público negro é o protagonista da noite, possibilitando que ele consiga se identificar com a sua comunidade, ancestralidade, cultura, e também possa ser único, exaltando suas qualidades. Durantes os dois dias de festa não há julgamentos sobre roupas, estética, gostos, mas sim a criação de memórias afetivas.

No Afropunk não há espaços para preconceito / Foto: divulgação
VALORIZAÇÃO
O evento conta com a presença de profissionais negros, desde a equipe técnica aos vendedores na área gastronômica, assim como nos estandes de ativações, que permitem realizar maquiagens, pinturas étnicas, pôr tranças, ganhar brindes e outras atividades. O festival faz questão de promover, desde a sua primeira edição na capital baiana, a criatividade artística do seu público, seja na moda ou na estética.
O Afropunk é o ambiente em que a moda negra é a verdadeira grife da noite, destacando estilos afrocentrados com cores vibrantes e roupas chamativas, que podem ser vistas espalhadas pelo público, muitas confeccionadas e compostas por elementos da cultura negra, como acessórios feitos de búzios ou miçangas. O festival conta com um espaço especifico e customizado para que as pessoas possam tirar fotos e gravar vídeos dos seus looks.
Ainda, o evento conta com uma equipe de profissionais e estrutura dedicada às Pessoas com Deficiência, criando uma experiência mais diversificada.
Este é o festival onde não apenas o público, mas os artistas negros ganham o protagonismo. Eles ganham visibilidade e podem se conectar com suas raízes e levar isso às pessoas presentes.

Edição deste promete atrair pessoas de diversos estados do Brasil / Foto: divulgação
LINE-UP
08/11 (sábado)
DJ Boneka – 17h30
Núbia convida Muzenza – 19h
Budah convida Wyclef Jean – 20h10
Coco Jones – 21h20
Péricles – 22h30
BK’ – 23H40
Àttooxxà – 00h40
Paredão – 01h50
09/11 (domingo)
DJ Umiranda – 17h30
MC Luanna – 18h50
Os Garotin – 20h
Tems – 21h10
Liniker – 22h20
Baiana System convida Sister Nancy – 00h
Tatau convida Marcia Short e Lazzo Matumbi – 01h
Paredão – 02h10
LOCAL
Av. Luís Vianna Filho, 1590 – Salvador, BA.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
A classificação permitida para o evento é de 14 anos, menores de 14 anos podem entrar acompanhadas dos pais e/ou responsáveis. Para pessoas maiores de 14 anos será exigida a documentação de identificação original com foto.
O evento possui dois espaços, a Arena, que conta com uma área ampla com frente para o palco, ambiente exclusivo para PCD e ativações de marcas. E o Lounge, com estrutura de acomodação própria, oferecendo mais conforto e serviços diversos, incluindo acesso à frente do Palco Gira, espaço para PCD, banheiros climatizados, área de descanso e de gastronomia exclusiva.Os ingressos estão disponíveis no site https://afropunk.byinti.com e custam a partir de R$ 83,60 (meia) para um único dia ou R$ 177,65 (meia) para os dois dias de festa.
