Mesa mais aguardada lota Centro de Convenções na tarde desta sexta-feira (3)
Por Gabriel Dourado
Com lotação máxima, o centro de convenções de Salvador recebeu na tarde desta sexta-feira (03) Viola Davis, acompanhada do marido Julius Tennon, a também atriz Taís Araújo e a produtora Melanie Clark, para uma conversa sobre a importância das narrativas afrocentadas.
Abrindo a mesa, o mediador Maurício Mota trouxe o exemplo da Coreia do Sul que vem fazendo contínuos investimentos nos setores culturais em busca de fortalecer e globalizar a cultura local. O mediador ainda apontou o K-POP como case de sucesso dessa jornada.
Em coletiva, antes da mesa, a brasileira Taís Araújo reafirmou a importância de se estar no controle dessas narrativas, de sermos protagonistas das nossas próprias histórias. A atriz também chamou a atenção para aqueles que tem a caneta, “não só falar com a gente, com a população sobre isso, mas também é responsabilidade de quem está com a caneta na mão, deixando bem claro a caneta é o cheque”.
“A publicidade, o cinema e a televisão têm a responsabilidade de reconstruir essas histórias do nosso ponto de vista e a gente tem que sentir que é possível reconstruir esse imaginário”, completou Taís Araújo já do palco.
A atriz Viola Davis, vencedora do Oscar em 2017, comentou sobre como existem diversas histórias que ainda não são contadas sobre pessoas pretas, “pessoas como vocês aqui nessa plateia não tiveram suas histórias contadas”.
A conversa foi marcada por muito bom humor pela parte dos convidados e por uma empolgação excepcional do público que transformou o ambiente. Julius Tennon iniciou sua fala saudando o público com um “Axé”. Já Melanie Clark chegou a arriscar o portugues para falar com o público.
Outro ponto de destaque da mesa foi a fala da produtora Melanie Clark que revelou um pouco sobre a importância da adaptação para Broadway do romance do brasieliro Nelson Rodrigues, “O beijo no asfalto”. Para Clark a história do Nelson “é atemporal e ela fala e dialoga com comunidades ao redor do mundo”.
Impacto no Público
Para Ana Carolina, designer que estava presente, ficou a reflexão sobre o que consumimos “tudo dentro desse mercado capitalista, ele vem a partir de um viés, de uma perspectiva de controle e de desejo de embutir nas nossas mentes, nas nossas certos modelos, a tentativa de inserir modelos hegemônicos nas nossas vivências”.
Leticia, que também é da capital, acredita que foi “uma experiência fantástica, principalmente para o público negro de Salvador. Ter essa oportunidade assim foi um presente, realmente, poder participar, poder escutar a história de mulheres, homens, homens pretos, mulheres pretas que tem tanto para contar e agregar na nossa vida, conhecimento, se sentir representada aqui nesse momento, para mim foi fantástico”.