Por Camila Carrera e Jamile Silva
“O futuro do Jornalismo: startaps e possibilidades de financiamento” foi o tema debatido pela jornalista Talyta Singer e pela publicitária Júlia Galvão na manhã desta quinta-feira (18), durante a 2ª Semana de Jornalismo da Unifacs (Jornal.U). O evento, organizado pela Avera Agência de Notícias, reuniu profissionais atuantes no mercado de trabalho, pesquisadores da área de Comunicação e alunos do curso de Jornalismo da universidade.
Reunidos no auditório do Campus Tancredo Neves (CTN), estudantes e convidados debateram sobre as mudanças ocorridas no campo jornalístico a partir da convergência midiática. Os conteúdos abordados nas palestras fomentaram discussões a respeito das perspectivas futuras da profissão e das novas formas de se fazer Jornalismo no Século XXI.
De acordo com Talyta Singer, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as startups são empresas criadas a partir de financiamentos externos, que precisam de inovações constantes para se manterem ativas. “O exercício jornalístico atual provém das inovações midiáticas, que estão unificadas à economia e à cultura. Com isso, as startups surgem e são ligadas às novas situações de competição do mercado”, afirma.
Singer, que é pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJol) da UFBA, ressalta que a inovação está ligada a um ciclo de destruição e criação, cabendo aos jornalistas acompanhar as atualizações do mercado e fornecer conteúdos de qualidade para que possam se diferenciar. “Em uma startup é preciso haver difusão. É necessário produzir conteúdos e difundi-los em várias esferas midiáticas sob diferentes formas”, completa.
Já para a publicitária Júlia Galvão, também pesquisadora do GJol, a crise ideológica e econômica presente no atual cenário jornalístico está relacionada a uma mudança paradigmática do modelo de negócio. “É preciso atentar-se à inovação do setor econômico. A venda do espaço publicitário já não é o bastante. É preciso investir nos conhecimentos e atualizar a forma de negócio”, pontua. E completa: “Existem vários tipos de financiamento, tais como o coletivo, micropagamentos e venda de coberturas. Com isso, é necessário pensar nos modelos de negócio conforme o que você oferece”, acrescenta.
EMPREENDEDORISMO – De acordo com a organizadora do evento, a professora do curso de Jornalismo da Unifacs, Mariana Alcântara, tratar de assuntos relativos às startups e alternativas de financiamento para o jornalismo, é fundamental para que os estudantes possam expandir suas perspectivas de atuação na área. Além disso, a professora defende a necessidade de uma formação em empreendedorismo para que os aspirantes a jornalistas consigam se adaptar aos desafios do mercado de trabalho no presente e no futuro.
Presente no evento, o estudante do primeiro semestre de Jornalismo, Abimael Lira, comentou o quão imprescindível é para os estudantes da área se atentar a outros campos do conhecimento, pois a formação do jornalista é multidisciplinar. “Ser apoderar dos conhecimentos de outras áreas é importante para aprimorar o saber intelectual, já que o mercado é mutável e exige adaptação”, disse.