Notícias Avera
  • Home
  • Cidade
  • Cultura
  • Unifacs
    • Destaques da Facs
    • Curto-Circuito
    • Especial ABAPA
    • Jornada Social Media
  • Esportes
  • Saúde
  • Negócios
  • Expediente
  • Home
  • Geral
  • Patrulha Mecanizada: como a ABAPA melhora o fluxo logístico do algodão

Patrulha Mecanizada: como a ABAPA melhora o fluxo logístico do algodão

Da Redação
2 de outubro de 20254 de outubro de 2025 No Comments

Criado em 2013, o programa foca na segurança dos motoristas e otimiza o transporte de produtos agrícolas nas estradas vicinais do Oeste Baiano, por onde as cargas são escoadas

 Mais de 200 caminhões e máquinas transitam pelas rotas das fazendas | ABAPA/Divulgação

Por Matheus Nogueira 

Revisão e orientação: Kátia Borges

Cheiro de terra molhada é sinônimo de safra boa, pois é regando o plantio que se garante a colheita. Entretanto, garantir a qualidade da safra vai muito além da irrigação, implica em zelar pela qualidade do solo no qual a carga trafega até o destino final. Para isso, é preciso conter os excessos e reaproveitar os recursos naturais. Afinal, a erosão e o assoreamento são recorrentes em estradas vicinais e tais fenômenos prejudicam o fluxo logístico. Com o objetivo de mitigar esse problema, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA) criou, em 2013, o Patrulha Mecanizada.

Com apoio do Instituto Baiano de Algodão (IBA), e em colaboração com o Fundo de Desenvolvimento Agrário (FUNDEAGRO) e com produtores rurais da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), o projeto tem como foco a pavimentação asfáltica e a terraplanagem das estradas vicinais que conectam Luís Eduardo Magalhães às rodovias, dando segurança à logística regional. Entre 2024 e 2025, o Patrulha Mecanizada pavimentou mais de 186 km. No total, foram mais de 320 km de estradas asfaltadas e 3.000 km de estradas recuperadas. 

De acordo com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 2023, a taxa de retorno financeiro do Patrulha Mecanizada correspondeu a R$ 4,04, o que significa que, a cada real investido no projeto, foram obtidos quatro vezes mais. A agilidade do tráfego e a economia de custos, relacionados à manutenção, auxiliam o investimento no setor. Paulo Lopes, gerente do Patrulha Mecanizada, explica que essa lucratividade tem destino certo. “O retorno vai para a sociedade. Seja para o produtor, a pessoa que tem a propriedade da linha, seja para a comunidade que é atendida por essa estrada, seja pelo comerciante que tem um posto de gasolina, restaurante ou pousada”.

Maquinário seguro

No processo de pavimentação e terraplanagem das estradas vicinais são utilizadas, de acordo com Paulo Lopes, escavadeiras, motoniveladoras, tratores, caminhões-pipa, rolos compactadores e usinas de microrrevestimento. “Nossas máquinas possuem controle e rastreio seguro. Os operadores são treinados, capacitados para operar com complemento segurança. Nossa operação é, basicamente, a compactação do terreno, até chegar na estrada. Lançar as camadas de materiais necessários para a resistência adequada ao tráfego até o asfalto”, explica.

Encarregado de manutenção do Patrulha Mecanizada, João Victor da Silva, 25 anos, diz que o trabalho vai muito além do operacional. “Esse é um projeto que gera desenvolvimento, fortalece o agronegócio e promove diversos benefícios sociais”. A frota dispõe de mais de 70 equipamentos, em sua totalidade, entre veículos, máquinas e implementos. O planejamento e a organização dos cronogramas de manutenção das estradas têm sido uma estratégia viável, segundo Silva.

O gerente do projeto explica que há uma fila para a execução dos trabalhos nas estradas próximas às fazendas. “Segue uma ordem de chegada: quem conseguiu criar sua associação, fazer o seu projeto, fica apto e tem a prioridade para ser atendido”, diz. Lopes acrescenta que a equipe da Patrulha Mecanizada nunca está parada, e nem tem planos de parar. “As estradas vão sendo concluídas e outras são iniciadas. São mais de uma década de fila para ser construída ainda, são mais de 1.000 km previstos ao longo dos próximos 10 anos”, observa.

Parcerias e expansão

Além das vicinais, o Patrulha revitalizou trechos de duas rodovias estaduais: 35 km da BA-458 (Rodovia Estrondo) e 60 km da BA-462 (Linha Alto Horizonte). A perspectiva é criar parcerias com o poder público para viabilizar a expansão do projeto, como avalia Alessandra Zanotto, presidente da ABAPA. “Nosso projeto já é uma realidade na Bahia, porém, não fazemos nada sozinhos. A última estrada pavimentada, com 68 km, é um exemplo. Foi uma parceria com a IBA, com os produtores e com o governo estadual, por meio do Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (PRODEAGRO). Dependemos de parcerias sólidas como essa”, explica.

Para Alessandra Zanotto, presidente da ABAPA, a meta é expandir o projeto | EMBRAPA/Divulgação

A logística, de acordo com Zanotto, melhora não apenas a produção, mas também a vida dos trabalhadores. “Hoje temos colaboradores das fazendas que podem circular em rodovias que são pavimentadas e não em estradas vicinais precárias, como acontecia antigamente”. O desenvolvimento, como pontua a presidente da ABAPA, estende-se à preservação de água dentro das fazendas e à segurança no transporte.

Um dos beneficiados pelo projeto, o caminhoneiro Horácio Aquino ganha a vida transportando algodão pelas estradas do Oeste Baiano. Começou como encarregado em uma das fazendas da região e, com o tempo, comprou seu próprio caminhão e passou a trabalhar de forma autônoma. “Antigamente, era muito complicado. A região do Oeste da Bahia hoje é uma das mais privilegiadas, porque, a cada ano, as coisas melhoram. Há muita influência em torno da agricultura, e os agricultores se empenham para fazer o negócio andar”, avalia.

Autônomo, Horácio Aquino transporta algodão no Oeste Baiano | Foto: Matheus Nogueira

Processo de Terraplanagem

Segundo Gustavo Prado, diretor-executivo da ABAPA, o projeto foi iniciado com a finalidade de atender aos produtores de algodão que enfrentavam condições precárias de logística no Oeste Baiano. “Antes de começar o Patrulha, a Bahia tinha uma qualidade muito ruim de estradas vicinais (que ligam uma propriedade à outra), porque, na região, o relevo é muito plano. Por outro lado, existem as serras e, quando há chuva pesada nesses locais, a água desce junto às enxurradas e forma um leito análogo a um rio”, explica.

Barreiras de captação, contenção e desvios laterais da água da chuva são algumas das estratégias adotadas, privilegiando o aspecto sustentável, com o objetivo de direcionar a água a um local adequado. “Com nossas intervenções, aumentando o nível da estrada acima da lavoura, conseguimos ter sucesso, porque são formadas bacias de captação para a água ser filtrada”, explica, ressaltando que o Patrulha Mecanizada é um exemplo da força e da união dos produtores. E é assim que a cotonicultura movimenta a economia do país.

Para saber mais sobre a Patrulha Mecanizada, ouça o podcast “Caminhos do Algodão”, que traz relatos de trabalhadores rurais do Oeste Baiano e de integrantes da ABAPA.

Navegação de Post

Do campo para a sala de aula: a cotonicultura transforma o ensino no Oeste baiano
Algodão com RG: a fibra que une o campo, a moda e o consumidor

Related Articles

AVERA Jornalismo

Proclamação da República: entenda o marco para início de um novo regime

AVERA Avera em Pauta Jornalismo

Podcast Avera em Pauta inicia terceira temporada com debate sobre os males mentais do século XXI

AVERA Comunicarte

Comunicarte: IA na prática profissional

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

  • Luciano Juba: a nova aposta para a Seleção Brasileira
  • Mobilização Pró-saúde da População Negra
  • Podcast Avera em Pauta recebe a pró-reitora da UNIFACS para discutir mudanças acadêmicas na instituição
  • Cenário teatral de Salvador preocupa atores, produtores e o público
  • Demandas acadêmicas impactam a saúde mental dos estudantes na Unifacs: “o tempo parece muito, mas pode ser enganoso se não formos capazes de progredir ao longo do semestre”
  • A importância de livros infantis na construção da autoestima de crianças negras
  • Museus que dialogam com jovens
  • Saúde da população trans e travesti na Bahia: avanços e desafios

ARQUIVO

  • novembro 2025
  • outubro 2025
  • junho 2025
  • maio 2025
  • abril 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • outubro 2024
  • setembro 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • abril 2024
  • dezembro 2023
  • novembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • abril 2023
  • março 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • fevereiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • dezembro 2018
© 2022 - AVERA - Agência de Notícias Experimental da UNIFACS - Universidade Salvador (Bahia) | Todos os direitos reservados. | Theme: OMag by LilyTurf Themes