A importância de quem transforma fatos em histórias
Celebrada em 7 de abril, a data valoriza os profissionais que se dedicam a informar, investigar e dar voz ao povo
Por Ronald Guedes
Revisão: Anna Gherardi
Com os avanços da tecnologia e a facilidade de acesso à informação, também aumentou o risco da disseminação de fake news e desinformações. Por isso, o papel do jornalista nunca foi tão essencial quanto no cenário atual. O Dia do Jornalista, celebrado em 7 de abril, homenageia os profissionais que se dedicam a buscar a verdade, apurar fatos e transformar acontecimentos em narrativas que informam, conscientizam e impactam a vida das pessoas.
A data foi escolhida para homenagear o médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, assassinado em novembro de 1830 por denunciar os abusos do monarca e defender a liberdade de expressão. Sua morte alimentou ainda mais a crise e a revolta contra Dom Pedro I, que renunciou ao trono em 7 de abril de 1831 — data escolhida pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) para a celebração.
No século XXI, o jornalismo baiano — assim como em outras regiões — enfrenta desafios como a adaptação às novas tecnologias e a luta contra a desinformação. No entanto, a tradição jornalística da Bahia, aliada à resiliência de seus profissionais, mantém vivo o compromisso com a verdade e com o interesse público.
Em meio a toda essa história, tivemos diversos nomes marcantes para a Bahia. Entre eles:
JOSÉ CARLOS TEIXEIRA

FOTO REPRODUÇÃO: SINJORBA
José Carlos Teixeira, natural de Ruy Barbosa e criado em Feira de Santana, foi um jornalista, escritor e militante. Começou sua carreira em 1969 como repórter, sendo um dos fundadores do jornal Feira Hoje.
Trabalhou em grandes redações como O Globo e O Estado de S. Paulo e teve uma trajetória marcante também como assessor de imprensa e professor de jornalismo. Publicou livros, como “Dicionário de Mwangolê” e “Walmir Lima: um bamba da Bahia”, e deixou um legado de dedicação à cultura e à liberdade de expressão.
José Carlos faleceu deixando uma marca inesquecível no jornalismo baiano e no coração de todos que o conheceram.
ARTUR CARMEL

FOTO REPRODUÇÃO: SINJORBA
Carmel foi um jornalista irreverente e um dos grandes nomes da comunicação baiana. Na década de 1980, teve papel fundamental na intervenção que separou a Escola de Comunicação da Escola de Biblioteconomia da UFBA, ocupando a antiga Biblioteca da Universidade, em uma ação que resultou na criação da Faculdade de Comunicação.
Graduado pela antiga Escola de Biblioteconomia e Comunicação da UFBA, ele teve passagens por importantes veículos, como A Tarde, Tribuna da Bahia e o extinto Jornal da Bahia, além de atuar em agências de publicidade e assessorias de imprensa.
Carmel deixa um legado de contribuição para o jornalismo e para a história da comunicação na Bahia.
JORGINHO RAMOS

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Jorge Luiz Ramos, ou Jorginho, nasceu em Ipirá, em 1955, e se destacou como um grande jornalista e ativista baiano.
Passou parte da infância em Itapicuru e se mudou para Cachoeira, no Recôncavo, ainda jovem. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA) e atuou em importantes veículos de comunicação como TV Bahia e TV Santa Cruz.
Além de ser professor na UFBA, também teve uma trajetória de destaque na administração pública, sendo subsecretário de comunicação de Salvador.
Jorge foi membro da mesa diretora da Associação Baiana de Imprensa (ABI) e diretor da Biblioteca Ruy Barbosa no IGHB. Autor do livro “O Semeador de Orquestras” e organizador da Coleção Bicentenário do 2 de julho, deixa um legado de contribuição à cultura e ao jornalismo baiano.
KARDÉ MOURÃO

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Formada em Jornalismo pela UFBA em 1981, Kardé iniciou sua carreira na TV Aratu, mas se destacou principalmente por seu trabalho em entidades de classe.
Foi assessora de imprensa de importantes organizações como a CUT, a CTB e a APLB, além de integrar a comissão da Fenaj que criou o primeiro Manual de Assessoria de Imprensa do Brasil, em 1985.
Com um legado de luta e dedicação ao fortalecimento dos sindicatos e da categoria jornalística, Kardé deixa uma marca indelével, sendo uma referência e inspiração para todos que a conheceram.
WANDA CHASE

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Wanda Chase, nascida no Amazonas, recebeu o Título de Cidadã Soteropolitana — do qual se orgulhava muito — e construiu uma trajetória brilhante no jornalismo baiano.
Atuou em grandes veículos como Rede Manchete, Globo Nordeste e passou 27 anos na TV Bahia. Mesmo após a aposentadoria, seguiu ativa com a coluna ‘Opraí Wanda Chase’, no portal iBahia, e o podcast ‘Bastidores com Wanda Chase’.
Pioneira e uma das primeiras jornalistas negras de destaque na TV baiana, Wanda foi ativista do movimento negro e teve forte ligação com blocos afro, estava escrevendo um livro sobre o Axé Music, reforçando seu legado na cultura e comunicação. Sua partida deixou um grande vazio, mas sua luta por visibilidade e inclusão segue viva.
A data é um momento de reflexão sobre os desafios da profissão, como o baixo reconhecimento, o excesso de trabalho e as constantes ameaças à liberdade de imprensa. A paixão por contar histórias, informar, dar voz às comunidades e contribuir com a sociedade motiva jornalistas e estudantes em todo o país. Mais do que uma homenagem, o dia reforça a importância de valorizar a informação e reconhecer o papel essencial do jornalista.
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