Foto: Reprodução (alignbydesign)
Ana Carolina Lemos, docente do curso de Design Gráfico no Ecossistema Ânima, deu dicas valiosas para os designers que desejam expandir seu potencial criativo e conquistar o mercado
Por Catarina Gramosa
Revisão: Juliana Brito
Na segunda (28), a professora Ana Carolina Lemos, docente do curso de Design Gráfico no Ecossistema Ânima, conduziu uma palestra virtual com os estudantes de Design na Semana de Arquitetura e Urbanismo do Ecossistema Ânima, falando sobre os desafios e oportunidades no universo do design gráfico, do freelancer à consolidação de um negócio próprio.
No bate-papo, intitulado “Além da Criação: O Empreendedorismo no Design Gráfico”, foram abordados temas que vão desde o autoconhecimento e construção de portfólio até a necessidade e importância da autenticidade e profissionalização, oferecendo insights e dicas para transformar o trabalho de designer em uma carreira de sucesso.
Para muitos designers, as portas começam a se abrir com o trabalho freelancer (ou “freela”) — como aquele logotipo feito para o primo do amigo do vizinho ou a identidade visual criada às pressas para um evento. Trabalhar como freelancer significa ser autônomo, ou seja: trabalhar de forma independente, sem um contrato fixo com uma empresa, aceitando projetos pontuais para clientes. Muitos começam com estes serviços, paralelamente a outras atividades, como estudar ou trabalhar em um emprego regular, para complementar a renda e ganhar experiência.
É neste início que, na maioria das vezes, os designers exploram diferentes áreas e desenvolvam a liberdade criativa para entender melhor suas próprias habilidades e interesses. Todavia, como destaca a professora Ana Carolina, o freelancer também precisa ter organização e autogestão para administrar muito bem seu tempo, negociar com clientes e precificar seu trabalho de forma justa. Ela incentiva os participantes a verem o “freela” como uma fase de ganhar experiência e autoconhecimento, capaz de abrir portas para uma carreira consolidada.
Conhecendo seus talentos
A professora ressalta, ainda, que um dos principais passos para quem quer aprender a empreender no design é conhecer bem seus próprios talentos: “Quais tarefas de design você mais gosta de fazer? Que tipo de feedback costuma receber?”, exemplifica.
Ela aconselha que os designers façam a si mesmos para identificar tanto seus pontos fortes e fracos como seus interesses genuínos. Além disso, destaca a importância de ouvir o retorno de seus colegas e amigos, pois na maior parte das vezes, eles têm uma visão ampla dos nossos talentos e podem nos ajudar a ver habilidades que subestimamos.
No bate-papo, uma frase que impactou foi: “A importância de ser um amador”. Ana Carolina nos lembra que, na busca pelo sucesso, muitos profissionais esquecem o valor de agir com paixão e disposição para arriscar. Para ela, o amador não tem medo de experimentar e se permite errar, assim vivenciando novas ideias e propagando seus resultados sem a pressão da perfeição. Esse comportamento, segundo a mentora, é o que torna o designer autêntico e reconhecido no mercado.
“A gente quer tanto ser igual que perdemos a nossa autenticidade”, diz a aluna Sophia Menezes na palestra com Ana. Em um mercado saturado, ser autêntico pode ser o maior diferencial de um design. O bate-papo com a professora Ana Carolina reforçou essa ideia, destacando que quebrar padrões e abraçar uma postura única são essenciais para quem deseja se destacar.
A importância do portfólio
A mentora frisa que ter um portfólio é crucial. Recomenda incluir não só o resultado final, mas também o processo e as decisões criativas por trás de cada projeto. Plataformas como Behance, Dribbble e redes sociais como Instagram e LinkedIn são essenciais para dar visibilidade ao trabalho e captar novos clientes.
Por fim, a professora ressalta a importância de entender o valor do próprio trabalho, evitando frustrações com preços muito baixos. Ela sugeriu definir tarifas fixas para projetos fechados e valores por hora para consultorias ou projetos de escopo flexível. Além disso, recomendou a formalização do negócio com contratos, um site próprio e até um CNPJ, o que aumenta a credibilidade do designer no mercado.
A palestra da professora Ana Carolina Lemos enfatizou que o Design Gráfico não se limita à criação, mas também envolve empreendedorismo. Trabalhar como freelancer é um passo importante que permite a exploração das habilidades e interesses pessoais. Ser autêntico e aberto a experimentações é essencial para se destacar em um mercado competitivo. E, enfim, com um portfólio bem estruturado e um entendimento claro do valor do seu trabalho, os designers podem construir uma carreira sólida e gratificante