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A data nos faz refletir sobre a importância da literatura baiana e o impacto das redes sociais no mercado literário
Por Catharina Almeida
Revisão: Ana Carolina de Araújo
A cada 29 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Livro, data que homenageia a fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1810. Embora tenha sido criada inicialmente para abrigar a Real Biblioteca Portuguesa, a data representa um marco significativo para o desenvolvimento literário no país.
Mais de 200 anos depois, a Bahia se destaca por suas iniciativas literárias. Este ano, por exemplo, foram destinados mais de R$ 24 milhões para apoiar eventos literários em todo o Estado, conforme informações do Projeto Bahia Literária. De acordo com dados da GL Eventos, organizadora da Bienal do Livro da Bahia, o evento atraiu mais de 100 mil visitantes em sua edição deste ano, um aumento de 10 mil em relação à edição anterior.
Para a escritora baiana Vanessa Reis, é preciso conquistar mais espaços no mercado literário. “Temos tantos autores baianos incríveis levando nossos sotaques para o resto do país, e isso me alegra muito. Contudo, ainda sinto que o destaque nas grandes editoras é insuficiente. Há uma dualidade entre conquistar esse espaço e o longo caminho que ainda temos pela frente”, explica.
Autora independente desde 2017, Vanessa lançou sua primeira obra em publicação tradicional, o romance “Interseção”, durante a Bienal do Livro da Bahia. Como pessoa com deficiência e usuária de cadeira de rodas, a temática do protagonismo é recorrente.
“Imagina a surpresa ao descobrir que a primeira Bienal da minha vida seria aquela em que eu lançaria meu livro e participaria de uma mesa com autores incríveis, debatendo a importância de histórias de amor diversas!” Vanessa reflete sobre essa oportunidade. “Não imaginava ser recebida de forma tão calorosa pelos colaboradores da Bienal e pelos leitores! Um abraço na alma”
Vanessa Reis, escritora | Foto Divulgação
Livros na internet
Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços em 2023 revela que, pela primeira vez, os brasileiros estão preferindo comprar livros pela internet. Foram investidos R$ 6 bilhões em compras virtuais, um crescimento superior a 1000% em relação ao ano anterior. Esses dados indicam uma tendência também observada em outras esferas, como as redes sociais.
A influenciadora literária Gabriele Carvalho (@livroseriesbrigadeiro) ressalta a importância de ocupar espaços físicos e digitais. “Acredito que a literatura baiana é extremamente potente, mas a internet trouxe a visibilidade que faltava. As potências da literatura baiana se tornaram mais visíveis graças à internet! Isso é uma forma de conquistar novos espaços e projetar nossa literatura para toda a região e o Brasil”, diz.
Com mais de 60 mil seguidores no Instagram, Gabriele produz conteúdo digital e é fundadora do Caldeirão do Livro, um clube literário que conecta leitores baianos. Sobre a influência das redes sociais, ela enfatiza que o meio digital é crucial para alcançar novos leitores.
“Seria uma mentira dizer que um autor que se promove nas redes terá o mesmo reconhecimento que aquele que fica fora delas. Quer goste ou não, as redes sociais se tornaram o ponto de encontro dos leitores. Elas ajudam a aumentar o reconhecimento, conquistar um público maior e se tornar uma referência no mercado.”