Apesar de ser uma característica genética, o albinismo demanda cuidados específicos para garantir qualidade de vida | Foto Jonathan Dadoun
O albinismo é uma desordem genética em que a produção de melanina é reduzida, tornando o indivíduo albino mais sujeito aos efeitos nocivos do sol
Por Gabriele Sá
Revisão Ana Carolina de Araújo
O albinismo é uma condição genética rara, caracterizada pela ausência parcial ou total da melanina, proteína responsável pela coloração da pele, olhos e cabelos. Estima-se que cerca de 21 mil brasileiros vivam com essa condição, conforme dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS).
Apesar de ser uma característica genética, o albinismo demanda cuidados específicos para garantir qualidade de vida e prevenir doenças. De acordo com a dermatologista Marta Mascarenhas, “o albinismo não é uma doença e, portanto, não requer tratamento médico convencional”.
No entanto, ela afirma que é fundamental um acompanhamento regular para evitar complicações relacionadas à falta de melanina ou outras enfermidades. O albinismo é uma condição recessiva, o que significa que ambos os pais devem carregar o gene (ainda que não tenham desenvolvido essa característica), para que um filho desenvolva a despigmentação. Se apenas um dos pais possuir esse gene, a condição não se manifesta.
Verônica Melo, estudante e portadora da condição, compartilha sua experiência: “As dificuldades de um albino começam pela baixa visão e a falta de pigmento da pele. É difícil estar em um ônibus ou numa sala de aula e ser ignorada por todos. Essa tem sido minha trajetória até hoje.”
Embora o albinismo em si não traga consequências diretas para a saúde, as pessoas que têm essa condição estão mais suscetíveis a problemas como cegueira, baixa visão, queimaduras e câncer de pele, já que a melanina atua como uma proteção contra os raios solares. Para minimizar esses riscos, é essencial o uso de roupas adequadas, chapéus, óculos de sol e protetor solar.
Para a arquiteta Andreza Aguida, no entanto, o maior problema não é esse, e sim a questão do preconceito. Muitas pessoas não estão acostumadas com o que, e quem é diferente, e fazem com que as pessoas com albinismo sejam segregadas e tratadas de forma inadequada. “Ser albina é conviver com uma sociedade cheia de preconceitos, pois, infelizmente, muitos ainda não entendem o albinismo”.