O projeto tem como proposta estabelecer contato entre teatros e museus da região estimulando uma efetiva constituição dessa rede | Foto Fernando Barbosa IPAC
Criado a partir de uma dissertação de mestrado, o Corredor Cultural da Vitória será expandido para outros bairros da cidade
Por Daniel Matos
Revisão Isadora Gomes
O Corredor Cultural da Vitória, projeto realizado pela Vertente Cultural e pelo Museu de Arte da Bahia (MAB), tem como objetivo facilitar a interação entre os espaços culturais de Salvador. O projeto, inicialmente, é uma rede de colaboração entre os espaços culturais existentes no Corredor da Vitória, mas que pretende se expandir para outros bairros da cidade.
A idealização do programa começou com uma pesquisa de mestrado. Fabiana Pimentel, a criadora do Corredor Cultural, estava realizando uma pesquisa de mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em que analisa a relação entre identidade territorial e gestão de espaços culturais.
O ponto de partida foi o conceito de que quanto mais consciente das relações territoriais ao seu redor, mais efetiva será a gestão de um espaço cultural, ocasionando mais engajamento público, expressando sua proposta com mais clareza, ajudando na captação de recursos e contribuindo positivamente ao seu entorno.
“Eu comecei a fazer essa pesquisa tendo
como grupo empírico as instituições do
Corredor da Vitória pela peculiaridade desse
território, um território que concentra uma
diversidade e uma representatividade muito
grande de espaços culturais na cidade.”
Fabiana Pimentel, pesquisadora
Fabiana Pimentel | Foto Arquivo Pessoal
A materialização
Por muito tempo a ideia do Corredor Cultural ficou limitada ao âmbito da pesquisa acadêmica. Entre 2022 e 2023, Pola Ribeiro, atual diretor do MAB, teve contato com Fabiana e, juntos, ele pensaram a materialização do projeto. Dentro dessa mobilização, conseguiram enquadrar um conjunto de ações e a implementação do Corredor Cultural na Lei Paulo Gustavo, e é esse projeto que está sendo executado.
“No momento em que a gente se reúne, em que a gente conversa, passamos a ver a possibilidade de apresentar uma grande quantidade de oferta, de cursos, de seminários, de lançamentos, de peças de teatro, de exposições, de oficinas, em um território que é muito agradável, que é considerado o centro da cidade, uma rua em que se pode transitar a céu aberto”, comenta Pola Ribeiro.
Três eixos
O projeto tem como proposta estabelecer contato entre as instituições culturais, estimulando uma efetiva constituição dessa rede. O Corredor Cultural é dividido em três eixos de ação. O primeiro eixo é a articulação, com encontros entre gestores dos espaços, com a finalidade de traçar as bases e de constituição essa ligação.
O segundo eixo é o de capacitações, composto por oficinas realizadas durante a Semana dos Museus, com o interesse de trazer para o diálogo pautas fundamentais para pensar sobre esses complexos culturais nos dias atuais.
O terceiro e último eixo é a comunicação, com diversas ações, como posts em redes sociais, agenda compartilhada entre os espaços e um site que será lançado em novembro. O projeto tem sido realizado por meio da verba fornecida pela Lei Paulo Gustavo e também pela cooperação entre os membros.
“Após a constituição formal, que deve acontecer até o final deste ano, já estamos trabalhando nos próximos passos: qual é a nossa agenda 2025? Quais são as ações que a rede vai continuar empreendendo para 2025? É certo que a dimensão de comunicação é uma dimensão também importante de organização para a rede”, diz Fabiana Pimentel sobre as ideias e projetos para o futuro do Corredor Cultural.