Após sucesso na FEBRACE, as estudantes viajam para a ISEF em Los Angeles
Por Catarina Gramosa
Revisão por Louise Santos
As ex-alunas do SESI Piatã, Clara Dias Brandão, Mariah Clara da Silva e Sabrina Rocha tiveram os seus sonhos realizados ao apresentar seu projeto inovador na Feira Internacional de Ciência e Engenharia (ISEF), em Los Angeles.
Com a criação de um suplemento alimentar para gado feito de microalgas e subprodutos de laranja, uma solução que visa diminuir o impacto ambiental e melhorar a saúde dos animais. Após vencerem na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), elas conquistaram o financiamento através de uma vaquinha online e viajaram para os Estados Unidos, onde representaram o Brasil.
A solução sustentável para a pecuária e desafios
O conceito de utilizar microalgas e subprodutos de laranja nasceu da necessidade de encontrar alternativas sustentáveis na alimentação animal. “Queríamos criar algo que não só melhorasse a saúde do gado, mas que também ajudasse a diminuir os resíduos agrícolas”, explica Clara Dias. O projeto já demonstrou potencial para transformar a indústria da pecuária ao aumentar a pegada ecológica e proporcionar práticas mais verdes.
Desenvolver o suplemento não foi uma tarefa simples, as bolsistas enfrentaram diversos desafios, desde a pesquisa inicial até os testes práticos. O principal obstáculo foi a distância, pois as três moravam longe da instituição, como Sabrina, que saía de casa pela manhã e retornava à noite. Além disso, encontraram dificuldades na bioquímica, com a busca dos ingredientes certos. No entanto, o esforço valeu a pena. O reconhecimento na FEBRACE foi um marco importante, abrindo portas para oportunidades.
A dificuldade de ser mulher na ciência
Além dos desafios técnicos e práticos, as estudantes enfrentaram barreiras significativas por serem mulheres em um campo dominado por homens. “Acho que o maior desafio são as pessoas, em específico os homens, mesmo que estejam no mesmo nível técnico que você, acham que nunca sabemos o suficiente sobre o assunto em que estamos trabalhando, o que infelizmente é recorrente. Sempre colocam nosso conhecimento a prova pelo simples fato de sermos mulheres”, relata Sabrina Rocha.
Sonhos se tornam realidade
Para tornar o sonho de participar da ISEF realidade, as jovens criaram uma vaquinha. O objetivo era arrecadar fundos para cobrir despesas como passaportes, vistos e alimentação, já que não era incluso. A comunidade engajou, reconhecendo a importância do projeto não só para a ciência, mas também para o futuro sustentável do Brasil. Em Los Angeles, elas compartilharam seu projeto e aprenderam com outros jovens cientistas.
Entrevista com Sabrina Rocha
Como este projeto pode impactar a indústria de pecuária no Brasil e no mundo?
O projeto oferece uma alternativa sustentável que pode reduzir a emissão de gases poluentes na pecuária, proporcionando um incentivo para práticas mais ecológicas e sustentáveis.
Como foi lidar com as etapas mais importantes no preparo para apresentar o projeto na FEBRACE?
O professor das pesquisadoras valorizava muito a saúde mental, e elas tinham uma espécie de atividades antes das competições como alongamentos e trabalhar a respiração, entre elas tinham até uma piada que era antes de começar era pra abraçar uma árvore, pra descontrair o clima.
Como planejam utilizar a experiência na ISEF para o avanço do projeto?
Elas esperam transformar o projeto em um produto viável e usar as mídias sociais para espalhar conhecimento. Também planejam coletar resultados científicos para buscar uma patente.
Que conselho daria para outros estudantes interessados em carreiras na ciência e sustentabilidade?
Resiliência é fundamental. Ciência no Brasil é um desafio, e as oportunidades devem ser agarradas com determinação. Elas destacam a importância do apoio institucional, como o que receberam do SESI e CIMATEC.
A trajetória de Clara Dias Brandão, Mariah Clara da Silva e Sabrina Rocha é um exemplo inspirador de força, inovação e superação. Em um campo historicamente dominado por homens, elas enfrentaram e venceram desafios técnicos, logísticos e sociais para desenvolver uma solução sustentável que pode revolucionar a pecuária. A participação na ISEF não só representou uma vitória pessoal e profissional, mas também destacou a capacidade das mulheres de liderar mudanças significativas na ciência.
Com o apoio da comunidade e de instituições dedicadas, elas provaram que sonhos podem se tornar realidade quando se há dedicação e apoio mútuo. Seu exemplo é uma luz para futuras gerações de biomédicas, demonstrando que, com resiliência e colaboração, é possível alcançar grandes feitos e contribuir para um futuro mais sustentável.