Data serve para celebrar e conscientizar população sobre a importância histórica e cultural dos povos originários, que aqui chegaram primeiro.
Por Catharina Almeida
Revisão por Gabriel Ornelas
O dia dos povos indígenas celebra a diversidade e cultura dos povos originários brasileiros, mas também é uma data de conscientização e reivindicações. Por essa razão, a ONG Thydêwá realizará uma “fogueira digital” na sexta-feira, 19 de abril, promovendo diversos conteúdos paradidáticos e diálogos interculturais no canal do Youtube Mensagens de Paz. O encontro denominado de projeto “Indígenas e Diversidade para Paz” ocorrerá a partir de uma série de lives, além de prever formação para indígenas participantes. Idealizada a partir da dinâmica de troca e compartilhamento de falas das fogueiras tradicionais indígenas, a fogueira digital oferecerá uma experiência única de diálogo. Convidados indígenas e não indígenas conduzirão uma conversa tranquila e consciente sobre diversidade cultural, com o foco na convivência harmônica entre essas comunidades nas escolas baianas.
Apesar de ser o estado com a segunda maior população indígena do país, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia ocupa também o terceiro lugar na violência contra esses povos.
“[…] A ideia é se encontrar com pessoas, se conectar e sintonizar, de uma forma que no momento não se está discutindo simplesmente uma possibilidade dentro de um projeto, mas uma visão de mundo”, explica Sebástian Gerlic, um dos sócios fundadores do projeto. Sebástian traz também o desejo de que o projeto “Indígenas e Diversidade para Paz” progrida para dentro das salas de aula, com a colaboração de professores da rede pública, ação que a ONG já fez anteriormente.
O projeto será realizado em colaboração com a Neoenergia Coelba e do Instituto Neoenergia – que atuam como patrocinadores via Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado da Bahia –, Fazcultura através do Edital Transformando Energia em Cultura da Neoenergia 2023.
A ONG Thydêwá – que significa “esperança da Terra” – opera desde 2002 em prol da causa indígena. Com mais de 55 projetos executados com sucesso, além de diversos prêmios pelo trabalho, entre eles o Prêmio Direitos Humanos outorgado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), a organização vem atuando de maneira relevante na Bahia. Um dos seus preceitos é o protagonismo dos povos originários: quatro, dos cinco sócios atuais, são indígenas.
Nhenety Kariri-Xocó, um desses sócios, reforça a importância do indígena e da sua cultura na formação étnico-cultural do país. “Os povos originários representam uma importância fundamental para nosso país, na sua história e formação étnica de nossa nação. Considerando nossas florestas como as maiores do mundo, eles são defensores do meio ambiente, que é essencial para o clima do planeta Terra […] todo esse contexto esclarece a importância dessas populações em todo esse processo do bem-estar coletivo”.
“O Dia dos Povos Indígenas mostra a seriedade em como o Brasil e o mundo vem buscando proteger os nativos, com seus direitos culturais, sociais, linguísticos, bem como defender nossas florestas e seu meio ambiente – muito importantes para o nosso planeta”, completa Nhenety Kariri-Xocó.