Aos 54 anos, a professora Marluce Lodi irá competir em mais um triathlon neste domingo (14). O TRITON Brasil, é mais uma de muitas competições que a professora da UNIFACS participa apenas este ano.
Por: Ana Julia
Revisão: Luíz Guilherme
Dividido em 3 “fases”, o TRITON tem um percurso de 1800m de natação no mar, 90km de ciclismo e 21km de corrida, totalizando um percurso de 112,8 km que acontecerá na praia de Placaford, localizada em Salvador. É o desafiador percurso que a professora irá competir neste domingo (14), não apenas pelo lazer e paixão pelo esporte como também em uma forma de preparação para o mundial na Espanha.
Nascida no Rio de Janeiro, Marluce Lodi sempre foi apaixonada por esportes principalmente em sua adolescência onde se jogava em todos os esportes em sua escola principalmente o basquete, que, por muito tempo foi uma de suas grandes paixões. Doutora e mestre em Administração, com especialização e pós-graduação em marketing, ela se divide em suas paixões esportivas e acadêmicas, de forma que pode balancear tudo e continuar conquistando cada vez mais nelas.
Campeã Estadual em 2023 dentro de seu Age-Group (grupo de idade), Marluce foi classificada para competir no Mundial de Triathlon na Espanha em outubro deste ano sendo a única brasileira na faixa dos 50 á 54 anos a representar as mulheres do grupo.
“Na minha adolescência quando iniciei no basquete tinha o sonho de representar o Brasil, os anos se passaram e finalmente vou realizar esse sonho. Nunca é tarde para realizar nossos sonhos!”, conta Lodi de forma entusiasmada sobre a grande competição que a aguarda.
O retorno ao Esporte
Após 20 anos de sedentarismo quando adulta, foi somente aos 40 que Marluce retornou ao meio esportivo por meio de um convite para um triathlon, o qual ela prontamente ‘topou’ participar, entretanto, tinha alguns problemas. “Eu não sabia andar de bicicleta e nem nadar, sobretudo no mar. Tive que aprender primeiro.” Complementa com uma risada divertida sobre a situação. Em sua primeira prova em Caraguatatuba – SP, ela competiu em segredo com o medo de não conseguir concluir a prova, algo que não só conseguiu, como chegou em quarto lugar. “A sensação foi ótima, mas ainda era um primeiro degrau para eu alcançar um objetivo maior que era participar de provas oficiais e mais longas.” Conta a triatleta de forma bem humorada.
Aos poucos Lodi foi aumentando seus percursos até que chegou no que considera sua competição mais marcante, o Ironman 70.3 em Maceió no ano de 2022. “o Ironman é sonho de praticamente todos os triatletas. Eu havia adiado esse sonho por muito tempo, mas quando vim morar em Salvador encontrei o contexto perfeito para me dedicar aos treinos.” Recorda com alegria.
Esportes e Trabalho
Com uma agenda tão cheia dos treinos e exercícios para se manter em forma por conta das competições, ela ainda possui seu trabalho, não só como professora, mas também como pesquisadora e mentora de pós graduação. Conciliar tudo isto não é uma tarefa fácil, mas uma coisa acaba sempre impactando a outra. Contando um pouco sobre sua rotina, Lodi confessa que nos dias em que não treina parece que o trabalho também não parece render mesmo com a rotina tão puxada muitos dias acordando às 3hrs da manhã. “Os treinos são o meu combustível para atender as demandas do dia de trabalho. […] Quantas mulheres da minha idade conseguem dar conta de trabalho, família, filhos e até netos? Não é fácil mesmo conciliar tudo, mas quando se faz com amor, prazer e respeitando a qualidade de vida a gente consegue conciliar.” Lodi pondera.
A Competição
Conversando sobre as expectativas para a competição deste domingo, Marluce se diz confiante mesmo com as adversidades da prova por questões climáticas. Ela está confiante de não apenas completar a prova, como, também, conquistar o pódio.
Marluce Lodi é uma mulher forte, atleta, educadora e muito mais. Uma grande fonte de inspiração para muitas mulheres tendo isto como um de seus ideais. “Meu ideal hoje é poder inspirar outras mulheres não só da minha faixa etária, mas também aquelas com mais de 40 anos que foi quando iniciei minha trajetória no Triathlon. Somente aos 42 anos é que fui aprender a andar de bicicleta e aos 43 a nadar. Tenho muita história pra contar ao longo desses 12 anos de esporte e 10 de Triathlon.” Conclui a triatleta em um tom extremamente alegre e otimista.