Nos dias 18 e 19 de novembro o festival realiza a terceira edição brasileira em Salvador
Por Isadora Gomes
Revisão por: Beatriz Fialho
O Afropunk, festival que nasceu no Brooklyn, Nova Iorque, é o maior encontro de cultura negra do mundo. Combinando música, arte e moda, o evento se tornou um símbolo da cultura negra contemporânea. Criado em 2005, como um movimento cultural focado na representatividade negra na música. Seu objetivo é construir um espaço para artistas e público negro, onde a identidade e a expressão artística ganha evidência.
Ao longo dos anos, o festival sai do Brooklyn, Nova York, e se expande para diferentes cidades no mundo, ganhando edições em Atlanta, Paris, Londres e Joanesburgo, espalhando a mensagem de reencontro com a ancestralidade e das diásporas africanas, por meio de um “aquilombamento” moderno.
E então o festival chega à Bahia, na capital mais negra fora da África, já na terceira edição trazendo consigo toda a sua trajetória de resistência e celebração da diversidade. Com um ambiente onde todo mundo vê e é visto. Onde a batucada do samba ou no groove da quebradeira, vira roda, com o suor e energia que a Bahia tem.
“Eu fui na edição passada e foi surreal de bom, eu fui do trabalho direto para o show, e no caminho só de ver aquele tanto de gente como a gente, tudo pretinho e empoderado já me deu vontade de chorar”, conta Vitória Jesus sobre sua experiência no Afropunk Bahia.
Para a trancista, Maiane Nascimento, o festival é também sobre memórias afetivas. “Afropunk me lembra muito uma festa que ‘Mainha’ sempre me levou, a Noite da Beleza Negra. Obviamente que algo mais atual, com a cara de nossa geração, mas com a mesma essência de enaltecer os nossos.”
MÚSICA, ARTE E MODA
A essência do Afropunk está diretamente ligada à música, arte e moda. O festival apresenta uma programação diversificada, que abrange gêneros como hip-hop, soul, funk, rap e muitos outros. Artistas negros como a baiana Larissa Luz, Carlinhos Brown, o rapper Mano Brown, Margareth Menezes e o cantor jamaicano-americano Masego já marcaram presença nas últimas edições do festival no Brasil.
O afropunk destaca a criatividade negra, valorizando a expressão artística e criativa de artistas negros, com performances exclusivas e instalações interativas. A presença de profissionais negros nas lideranças de toda a produção de direção criativa e artística, é outra característica importante do festival.
Um lugar onde a moda ganha espaço e marca a essência do Afropunk, estilos autênticos afrocentrados ganham destaque, celebrando a beleza ancestral com looks deslumbrantes. As cores, búzios e acessórios característicos da cultura negra repletos de ancestralidade e significado são vistos em todo o festival.
O espaço Trançadeira é um empreendimento preto de Salvador que faz parte da beleza ancestral do Afropunk. “Ter a Trançadeira tão presente no festival me faz ter a certeza que estou no caminho certo. Enaltecer os meus para uma festa tão linda e significativa me deixa feliz no nível mais bonito que existe. Eu me sinto honrada de fazer cabelos específicos para o afropunk, me sinto contemplada também. É a forma do nosso povo de ser feliz. Aquilombando!”, diz Maiane Nascimento, CEO da Trançadeira.
VOZES NEGRAS
Momento das vozes negras serem exaltadas e reverenciadas. O festival dá visibilidade a artistas negros, baianos, brasileiros e do mundo todo, conectados pela história. O palco é o local de compartilharem vivências e histórias através da música. O artista Carlinhos Brown, cantor, compositor e multi-instrumentista, vai comemorar no festival os 27 anos do álbum Alfagamabetizado, fazendo um passeio pelo samba-reggae ao axé music.
AFROPUNK BAHIA 2023
O Afropunk Bahia apresenta a terceira edição brasileira em Salvador, um marco importante para o festival e para o estado. Esse ano promete ser um encontro memorável, com novas perspectivas, ritmos e vivências da cultura negra, reunindo vozes potentes, talentos locais e uma programação que reflete a riqueza da cultura afro-baiana.
LINE UP COMPLETA
DIA 18 – SÁBADO
Victoria Monet (EUA); Djonga; Carlinhos Brown canta Alfagamabetizado; Gaby Amarantos; Luccas Carlos convida O Poeta; Majur; O Kannalha; Pivoman e Manigga; Tasha e Tracie Feat. Tati Quebra Barraco; Trapfunkgalívio; Tash LC (Inglaterra).
DIA 19 – DOMINGO
Iza; Alcione convida Mangueira; Ajuliacosta; Baianasystem convida Noite E Dia (Angola) E Patche Di Rima (Guiné-Bissau); Karen Francis; Kayblack Feat. Mc Caverinha; Lunna Montty; Olodum; Vandal.
DATA E LOCAL:
O Afropunk Bahia 2023 será no Sábado (18) e Domingo (19) de novembro, às 16h00. No Parque de Exposições. – Av. Luís Viana Filho, 1590, Salvador – Bahia
ACESSOS:
Festival conta com: Arena, espaço amplo com frente do palco garantida pra colar com a galera. Com espaço exclusivo para PCD e ativações de marcas. Lounge, com estrutura de acomodação própria, oferecendo mais conforto.
TIPOS DE INGRESSO:
Passaporte: Pacote promocional de ingressos para os dois dias do Festival AFROPUNK.
Inteira: Ingresso válido apenas para o dia escolhido. Dá acesso apenas ao local determinado no ingresso.
Meia entrada: Ingresso destinado a estudantes, idosos, trans, professores e PCDs.
Ingresso social: A cada ingresso social, o festival destina R$ 10,00 (descontados os devidos impostos) para instituições e projetos que impulsionam a construção de novas possibilidades para o povo negro.