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Plano Safra 2023/24 foca em sustentabilidade e cotonicultura brasileira inspira modelo de agricultura do futuro

Da Redação
6 de outubro de 2023 No Comments
Cotonicultura Plano Safra

Práticas que combinam produtividade e responsabilidade ambiental estão no foco do Ministério da Agricultura para aumentar a competitividade frente às exigências globais

Por: Antônio Netto

O Plano Safra 2023/2024 foi anunciado em Brasília, no final do mês de junho, tendo como grande destaque o foco no incentivo à sustentabilidade no agronegócio. Uma das novidades do Plano é o RenovAgro, Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentável, que, dentre outras medidas, premiará com redução das taxas de juros, em 0,5 ponto percentual, os agricultores que investirem em práticas agropecuárias sustentáveis.

Essa é uma medida clara do Governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em aumentar a competitividade do país e atender às exigências do mercado global, que tem dado crescente atenção ao agronegócio “verde”, com foco em práticas agrícolas sustentáveis e responsáveis.

Nesta edição, o Plano Safra apresentou um crescimento de 26,8% em relação ao plano anterior, disponibilizando R$ 364,22 bilhões em crédito rural, destinado ao custeio e investimento na agricultura brasileira.

Durante a solenidade de lançamento do plano, Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), enfatizou a importância do crédito como ferramenta essencial para impulsionar inovações, sustentabilidade e qualidade na produção nacional. Fatores que, segundo Schenkel, robustecem a competitividade do setor na “nossa missão de alimentar e vestir o mundo com os frutos da agricultura”.

Nesse contexto, a cotonicultura brasileira tem se mostrado uma potência e um modelo de inspiração desta agricultura do futuro, já que, com o investimento em pesquisa, tecnologia e gestão, desenvolvido nas últimas décadas, o setor conseguiu se consolidar com práticas produtivas que respeitam o meio ambiente e as leis trabalhistas brasileiras.

De acordo com o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, esse comprometimento “começa a ser reconhecido e os benefícios, que antes significavam melhor desempenho nas lavouras, hoje sinalizam para possíveis ganhos financeiros, com empresas e bancos concedendo condições especiais de crédito para o produtor comprovadamente sustentável”. 

Presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Luiz Carlos Bergamaschi. Foto: Abapa

Com produtividade frequentemente superando a média nacional e, em alguns casos, até estabelecendo recordes internacionais, como na produção em regime de sequeiro (sem irrigação), a Bahia se destaca não apenas pela produção de algodão, mas também pelo comprometimento com a sustentabilidade.

“Temos um dos mais completos programas de sustentabilidade de algodão em todo o mundo, o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), presente, na safra passada 2021/2022, em 87,3% das lavouras baianas. O programa tem um longo protocolo, de 183 itens, totalmente baseado nas legislações trabalhistas e ambientais brasileiras”, explica Bergamaschi.

Em vigor desde a transformação do Programa Socioambiental da Produção de Algodão (Psoal), lançado em 2009, o ABR é sustentado por três pilares fundamentais: social, ambiental e econômico, reforçando uma imagem positiva do algodão brasileiro e garantindo sua competitividade no emergente mercado global de algodão responsável. 

Laboratório de Classificação de Fibra da Abapa, em Luis Eduardo Magalhães. Foto: Abapa

“Por iniciativas assim, como o próprio Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sempre diz, os cotonicultores brasileiros já praticam a agricultura de baixo carbono, mesmo antes disso ser um conceito”, destaca o presidente da Abapa.

Outro prática relevante da cotonicultura brasileira, mencionada por Bergamaschi, neste modelo da agricultura do futuro, mais sustentável, é a redução de insumos sintéticos, destinados ao controle biológico do plantio, e a incorporação dos bioinsumos, desenvolvidos a partir de enzimas, extratos, microrganismos e feromônios.

“Um avanço muito grande que estamos tendo, na Bahia e no Brasil, é a entrada cada vez mais significativa dos bioinsumos na produção. Hoje eles são, principalmente, pesticidas biológicos, inimigos naturais das pragas, como vespas e outros insetos, vírus e bactérias. Eles já representam mais de 30% da matriz de Manejo Integrado de Pragas (MIP), e trazem grande economia para o produtor, além de ganhos para o meio ambiente”, reforça Bergamaschi.

Em entrevista ao Canal Rural, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, ressalta a influência positiva destas ações da cotonicultura para outros setores agrícolas: “É fundamental para que o pessoal do milho, o pessoal da soja, do sorgo, do arroz, aprenderem com o pessoal do algodão, eu acho que isso vai fazer o Brasil ficar mais forte ainda no mercado internacional”.

Impulsionando a competitividade através da sustentabilidade

A demanda por fibras sintéticas, derivadas de produtos químicos como poliéster e nylon, tem crescido mundialmente. Esse cenário é impulsionado por custos mais baixos e menor necessidade de espaço para produção, se comparado com o mercado das fibras naturais, como o algodão. 

A indústria têxtil brasileira enfrenta, assim, uma concorrência acirrada destes produtos vindos do mercado asiático, inclusive no próprio consumo doméstico. Em resposta a essa competitividade, o setor brasileiro da cotonicultura tem direcionado seus investimentos para produtos com maior valor agregado, atendendo as exigências dos consumidores por práticas mais sustentáveis e alta qualidade.

Ana Paula Franciosi, da segunda geração da família Franciosi, é gestora de uma das sociedades de maior estrutura da região Oeste da Bahia, que inclui seis fazendas, que, juntas, correspondem a mais de 60 mil hectares.

A agricultora destaca que, enquanto o setor têxtil busca equilibrar conforto, durabilidade e custo, a sustentabilidade se firma como o grande desafio do século, instigando inovações e práticas mais conscientes em toda a cadeia produtiva da cotonicultura, fazendo frente ao mercado sintético.

Ana Paula Franciosi. Foto: Antônio Netto.

“É um pouco complexo, porque a gente está falando de algo [fibra sintética] que é muito mais barato que o algodão. Começa por aí a nossa dificuldade. Porém, há um mês, mais ou menos, a gente estava falando aqui, em Luís Eduardo Magalhães, com o pessoal de fiação e representantes da Renner, por exemplo. Todo mundo comentando a importância do algodão, da exigência do pessoal lá na ponta da cadeia, do consumidor final, demonstrando o interesse deles em trabalhar cada vez mais com algodão, porque sabem que é uma produção mais sustentável”, declara Franciosi.

A gestora reconhece que a grande barreira para enfrentar os materiais sintéticos ainda é o custo. Mas acredita que esse gargalo tende a diminuir: “Quanto mais a gente trabalha, quanto mais o tempo passa, novas tecnologias vão aparecendo, o tamanho vai aumentando e a gente vai diluindo o custo, para justamente baratear o que a gente tá fazendo aqui. Eu acho que isso é desenvolvimento. Daqui a um tempo, quem sabe, a gente está conseguindo bater o preço [do sintético] e vestindo todo mundo de algodão”.

Diante deste panorama, o Plano Safra 2023/2024 pode ser um forte aliado. Ao direcionar seu foco para o incentivo à sustentabilidade no agronegócio, especialmente através do programa RenovAgro, a redução nas taxas de juros pode se tornar uma ferramenta importante na jornada para tornar o algodão mais competitivo frente às fibras sintéticas.

Franciosi complementa que a busca pela qualidade da fibra do algodão vai além de uma estratégia de mercado: “É, na verdade, uma responsabilidade. Por exemplo, na nossa usina beneficiadora de algodão, a gente trabalha com as máquinas que tenham todo o cuidado do mundo, cada curva da funilaria foi pensada para não quebrar a fibra, para cuidar da cor, para que não perca a qualidade de jeito nenhum. E é o que eles [consumidores] demandam”.

Essa performance contribui significativamente para a balança comercial, fortalecendo a economia do país. Com previsões apontando para uma safra 17,6% maior, o Brasil reforça sua posição estratégica no mercado global de algodão. Como resultado destas ações, segundo a Abrapa, um ponto notável é a liderança do Brasil em sustentabilidade na cotonicultura, consolidando-se como o principal fornecedor global de algodão sustentável.

“A qualidade da fibra produzida na Bahia é reconhecida internacionalmente, com a Ásia sendo nosso principal mercado de exportação. Além disso, a recuperação da indústria têxtil brasileira, nos pilares de respeito ambiental, social e econômico, contribuíram para o crescimento desta demanda”, declara Bergamaschi, presidente da Abapa.

Tecnologia e eficiência produtiva do algodão

Nas últimas décadas, a cotonicultura baiana passou por uma transformação notável. Investimentos em tecnologia, profissionalização dos produtores e a busca constante por eficiência produtiva, incluindo uma gestão Social, Ambiental e Econômica (ESG, sigla em inglês) responsável, foram fatores fundamentais para essa mudança.

Como resultado, em 2021/22, o Brasil alcançou, desta vez, o posto de segundo maior exportador de algodão do mundo. Além disso, a produção nacional atende quase a totalidade do consumo doméstico têxtil, com 99,9% do algodão utilizado no país sendo de origem brasileira.

Segundo o Boletim de Safras da Conab, o Brasil registrou uma produção de 2,79 milhões de toneladas de algodão na safra 2020/2021. A Bahia foi responsável por 21% desta produção. Assim, o estado se consolida como o segundo maior produtor de algodão do país, ficando atrás apenas do Mato Grosso.

Fazenda Zanotto Cotton. Foto: Abapa

Dados apresentados pelo presidente da Abapa, mostram ainda que mesmo com uma redução de 60% na área de plantio da cotonicultura brasileira, desde a safra 76/77, passando de 4,0 milhões de hectares para 1,6 milhões em 22/23, o país registrou um aumento expressivo de 411% na produção de algodão.

O destaque mais impressionante, no entanto, está na produtividade. Em 76/77, o Brasil produzia modestos 143 kg de algodão por hectare. Já na safra 22/23, esse número saltou para 1.821 kg por hectare, um aumento surpreendente de 1.171%.

Para Bergamaschi, a regra é “fazer mais com menos”, numa alusão ao aumento da produtividade da safra sem que, necessariamente, haja a necessidade de aumento significativo de áreas cultivadas, reforçando a aposta do setor em tecnologia, sustentabilidade e gestão eficiente.

Brasil rumo ao topo: desafiando a liderança dos Estados Unidos

Em um marco significativo, o Brasil ultrapassou a Índia, consolidando-se como o segundo maior exportador de algodão do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com a Abrapa, o país fornece 20% de todo o algodão comercializado internacionalmente.

No ranking do agronegócio brasileiro, o setor ocupa a sétima posição em termos de valor, resultando em uma receita de US$ 3,2 bilhões no ano comercial de 2021/2022. Com isso, o próximo objetivo da cotonicultura brasileira é ampliar sua presença no mercado asiático. Entre os maiores importadores estão China, Vietnã, Turquia e Bangladesh.

Segundo dados recentes da Abrapa, o Brasil está no caminho para ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o líder mundial em exportações de algodão. As estimativas para que isso acontecesse seria para os próximos anos, entretanto, novas projeções apontam esse acontecimento, possivelmente, na safra 2023-2024.

Esse avanço é atribuído, por um lado, às adversidades climáticas que atingiram a região do Texas, principal estado produtor de algodão dos EUA e, por outro, à crescente qualidade do produto brasileiro.

Segundo o Departamento de Agricultura Americano (USDA), a expectativa era que os EUA vendessem 12,5 milhões de fardos de algodão nesta safra. Mas o departamento pode revisar essa projeção para um número menor, potencialmente favorecendo o Brasil, que tem uma estimativa de exportar 11,25 milhões de fardos.

RenovAgro: expansão responsável e sustentável

No Plano Safra 2023/24, o RenovAgro amplia o apoio à recuperação de pastagens degradadas pela pecuária, com foco na conversão para a produção agrícola, destinando investimentos voltados para a revitalização destas áreas.

Esse programa engloba práticas como os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e também podem ser financiadas a agricultura orgânica, a recomposição de áreas de preservação permanente ou de reserva legal, a produção de bioinsumos e de biofertilizantes, de sistemas para geração de energia renovável e outras práticas que envolvem produção sustentável e resultem em baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.

O programa vai aumentar as linhas de crédito para agricultores que optarem por revitalizar e utilizar pastagens anteriormente abandonadas, com a taxa de juros mais baixa do setor agrícola empresarial, fixada em 7% anuais.

Durante a coletiva de imprensa do lançamento do Plano Safra, o Ministro Fávaro estimou que o país tem aproximadamente 60 milhões de hectares de pastagens degradadas, com potencial para serem recuperadas e transformadas em zonas agrícolas.

De acordo com o Atlas das Pastagens da Universidade Federal de Goiás (UFG), a Bahia possuía, em 2021, cerca de 18.6 milhões de hectares de área de pastagens, ou seja, 33% do território estadual.

Sendo que desses 24,05% foi qualificada no quesito qualidade da pastagem como área de degradação severa, 37,31% como intermediária e apenas 38,63% como ausente de degradação.

Apesar desses números, segundo dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), houve um avanço ao longo dos anos, visto que a área considerada como área de degradação severa chegou a atingir mais de 9 bilhões de ha e, hoje, ocupa uma área de pouco mais de 4 bilhões de ha.

O presidente da Abapa destaca que a região Oeste da Bahia  tem a sua maior vocação na produção de grãos e que, portanto, não é tradicionalmente uma área de pecuária extensiva, com grandes áreas de pastagens degradadas. Mas destaca a importância do Programa RenovAgro para todo o setor agropecuário.

“Acredito que, nas áreas onde há pastagens degradadas nas outras regiões da Bahia e do Brasil, com o incentivo à tecnologia, através do programa, se pode converter essas áreas em terras produtivas e isso será muito bom, não apenas para a cotonicultura, como para todas as outras atividades agrícolas brasileiras”, conclui Bergamaschi.

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