Como forma de ajudar na saúde física e mental, estudantes que praticam o esporte compartilham suas experiências
Por Maiara Giudice
Revisão: Luísa Mendes
O futebol de salão, mais conhecido como futsal, surgiu na década de 1930, no Uruguai, como uma forma de adaptação do futebol de campo às quadras. Em 1934, na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, foram formuladas as primeiras regras do esporte.
Quase um século depois, o futsal é um esportes muito praticado pelos universitários de Salvador, que o enxergam como um meio de desenvolver sua saúde física, mental e uma forma de fazer amizades.
Segundo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), “a atividade física é boa para o coração, o corpo e a mente” e sua prática reduz os sintomas de depressão e ansiedade, melhoram a qualidade do pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral; isto é percebido por quem pratica atividades em períodos de pressão, como na vivência acadêmica.
Caio Queirós, goleiro da Atlética de Psicologia da Bahiana, conta que a prática do futsal ajuda na criação de um sentimento de união:
“É interessante o aspecto que considera a atlética e a identidade que o esporte gera sobre a mesma e os estudantes, pois ao representar sua faculdade e seu curso, dentro do ambiente esportivo e de competição, se cria uma identidade, rivalidades, pertencimento e reconhecimento, principalmente o caso do futsal que é o mais popular”, admite Queirós.
O atleta ressalta que essas são questões que potencializam a integração das pessoas, tanto do próprio curso e faculdade quanto de cursos e universidades diferentes, criando um vínculo único.
“O esporte universitário ajuda bastante a conhecer pessoas e criar novas amizades, entre diversos semestres ou até mesmo formados, facilitando bastante a adaptação na faculdade. Além disso, como os assuntos ligados ao curso e a universidade estão sempre à tona nas conversas entre o time, você adquire conhecimentos acadêmicos e profissionais, além de ampliar seu networking e lidar com futuros companheiros de profissão”, conta.
A felicidade em praticar o esporte e o sentimento de união são compartilhados com Gabriela Santana, ala da Atlética Baiana de Direito.
“Sempre gostei de praticar o esporte, hoje em dia, durante a minha trajetória acadêmica, o futsal tem sido minha válvula de escape! É o momento que tenho pra relaxar! acredito ser importante na vida de uma estudante, o equilíbrio entre o estudo e o lazer! da mesma forma que os outros esportes proporcionam um bem-estar, o futsal feminino também”, diz Santana.
A atleta também ressalta a importância do crescimento do futsal feminino em Salvador.
“Faz-se importante salientar que o futsal feminino ainda está ganhando visibilidade e achando seu devido espaço. Acredito que sua importância na cidade Salvador dar-se-á pela oportunidade das mulheres que sonham em ser jogadoras ou até mesmo que fazem isso por hobby! O desenvolvimento do futsal feminino permite que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens tem no esporte”, afirma.
Para a ala, o futsal feminino não cresce por si só, é preciso disciplina e sentimento de pertencimento para motivar outras mulheres a permanecerem no esporte: “o sentimento de pertencimento abre portas para novas atletas e para uma maior visibilidade às mulheres que se encontram no esporte”.
Pohema Profeta, fixa da Atlética de Comunicação da Unifacs, diz que viver o futsal feminino é, de fato, uma experiência única e essencial em sua trajetória universitária. Ela utiliza o time como uma forma de fazer amizades e se tranquilizar em momentos mais difíceis na faculdade. Profeta, que, além de participar dos treinos, também compete pela Atleticom, tem estes momentos considerados de muita importância na sua vida.
“Para a mim, participar tanto da Atlética como do time de futsal torna a faculdade um lugar mais tranquilo, tira todo peso de ser universitário além de ajudar a criar amigos, sair e curtir a universidade”, diz.
A psicóloga afirma que é um ambiente desafiador em que há um aumento considerável da quantidade e importância de novas responsabilidades ao longo do tempo. Este momento pode fazer com que alguns alunos se afastem do meio social, passando a viver um cotidiano desgastante, o que pode gerar transtornos de ansiedade, depressão e outras questões pela falta de cuidado físico e mental
“O esporte em si está diretamente ligado a saúde e bem-estar, ao equilíbrio físico e emocional do indivíduo que o pratica. Na perspectiva mental, também auxilia consideravelmente na prevenção e no tratamento de alguns transtornos psicológicos. Ele também pode ser interpretado como uma ampliação dos conhecimentos de forma prática, retirando o estigma social de que estudantes devem se atentar apenas aos conteúdos teóricos das matrizes curriculares”, explica.
Para Nathália Blohem, a participação em treinos e competições esportivas faz com que haja a chance conhecer outros ambientes e culturas, “além do desenvolvimento de habilidades em liderança, de comprometimento, da tomada de decisões e a estimulação de habilidades sociais, como por exemplo, como a criação de vínculos interpessoais, melhora na comunicação e um maior nível de inclusão entre os alunos.”