Durante o bate-papo no evento literário, a autora aproveitou para ler trechos das suas crônicas
Por Guilherme Tourinho
Revisão: Antônio Netto
Nesta sexta-feira (11), a professora, jornalista e escritora Kátia Borges participou como palestrante em uma das mesas do segundo dia da Bienal do Livro Bahia com o tema “Porque Escrevo”.
Ao lado de Borges, estavam os também escritores Rita Santana e Ruy Espinheira Filho, com mediação de Simone Ribeiro. Durante o painel, a escritora promoveu o seu mais novo livro: “Tudo Será Daqui Para Frente”.
O livro de crônicas surgiu em meio ao período pandêmico e reúne 45 textos, os quais a escritora afirma refletir sobre “o nosso tempo e as nossas mazelas”. Este é seu segundo livro de crônicas, mas o oitavo de sua carreira, que inclui livros de poesias e contos.
Além do novo livro, Borges comenta sobre o sucesso da Bienal e o novo momento literário que vive o país. Para a escritora, esse é um momento especial para todos os autores brasileiros, visto que as portas foram abertas para públicos que antes tinham menos visibilidade.
“Os escritores negros, que finalmente conseguem conquistar espaço nas editoras, nos eventos e nos prêmios literários, fazendo valer obras antes subestimadas por conta do racismo estrutural. Para os autores homossexuais, que também começam a despontar com grande sucesso, com o Festival Mix e o Prêmio Caio Fernando Abreu, por exemplo. Para os escritores e escritoras trans, hoje incluídos em coletâneas e premiados”, destaca a autora, que complementa:
“Para os autores indígenas, que estão sendo reconhecidos não apenas como guardiões dos saberes dos povos originários, mas como escritores de fato. Enfim, um momento precioso de renovação e de inclusão, como nunca tivemos.”
O painel trouxe os relatos da vivência de cada um dos autores convidados, além de dicas sobre como adentrar neste universo. Borges destaca que o primeiro passo é perder o medo de errar.
“Há muitas dificuldades, de fato, mas quem quer escrever deve saber, de antemão, que o sucesso não é ganhar prêmios e, sim, desenvolver um trabalho do qual você se orgulhe”, finaliza.