Torneio reúne 32 seleções em busca do grande título mundial; torcedores relembram histórias de outras edições e anseios para a edição do Catar
Por Alexandre Tito
Revisão: Matheus Souza
Faltam 13 dias para a Copa do Mundo 2022, dessa vez, o torneio será sediado no Catar, primeiro país do Oriente Médio a receber o evento futebolístico. A estreia será em 20 de novembro, um domingo, que contará com a partida entre Catar e Equador, o primeiro confronto na modalidade pelo Grupo A do campeonato.
Na tarde desta segunda-feira (7/11), o técnico da Seleção Brasileira, Adenor Leonardo, conhecido como Tite, juntamente com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), divulgaram a lista dos 26 jogadores convocados para a Copa do Mundo.
Segundo a Federação Internacional de Futebol (FIFA) a estreia da seleção brasileira, pelo grupo E, acontecerá no dia 24 de novembro, às 16h, horário de Brasília. A disputa será contra o time da Sérvia. Os outros compromissos do Brasil na fase de grupos serão contra a Suíça, no dia 28, Além de enfrentar a seleção de contra Camarões, em 02 de dezembro.
O time brasileiro chega embalado, após fazer a melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-americana no formato de pontos corridos. Foram 45 pontos conquistados através de 14 vitórias e três empates, além disso, 40 gols marcados e apenas cinco sofridos.
Época de Copa do Mundo é sempre especial para o público brasileiro, pois Seleção Brasileira é a maior campeã da competição, com cinco títulos e uma coletânea de momentos emblemáticos ao longo da história. Manuel Raimundo dos Santos, torcedor que acompanha a seleção desde a década de 80, relembra a primeira experiência marcante com a seleção em copas.
“A minha primeira experiência marcante em copa do mundo foi na copa de 82. Naquele ano, o Brasil tinha uma das melhores seleções do planeta, porém no jogo final, o craque da seleção, Zico, perdeu um pênalti e, por conta disso, perdemos um título que parecia já estar ganho. Aquilo me traumatizou, eu era criança, fiquei em choque. Nunca tinha sentido uma tristeza tão grande como havia sentido naquele dia”, relata dos Santos.
Apesar do primeiro momento marcante com o campeonato ter sido frustrante com a eliminação da seleção brasileira, Raimundo comenta sobre a copa de 94, para ele, a mais memorável de sua vida.
“Na copa de 94 eu ‘lavei a alma’, o Brasil não tinha um time tão acreditado, que dava tantas esperanças assim. As pessoas não gostavam do estilo de jogo daquele time, estávamos acostumados com um estilo de jogo mais vistoso, o ‘futebol arte’, bem diferente do que era o estilo daquela seleção”, explica dos Santos.
Manuel, hoje com 50 anos, vai mais além, busca na sua memória, momentos detalhados daquele 17 de julho de 1994, marco para seleção brasileira.
“Me lembro que no dia da final eu estava trabalhando, eu trabalhava no comércio do meu pai, vendendo frutas, tinha uma TV na loja, a rua estava completamente vazia, estavam eu, alguns funcionários da loja e familiares assistindo. Havia um misto de expectativa e medo de que o título mundial não viesse, pois era contra a Itália, uma seleção fortíssima na época”, relata dos Santos.
Ainda sobre o título do Brasil conquistado em 94, o torcedor fanático conta detalhes do dia que a seleção conquistou o título de campeão mundial, aquele que seria o título que marcara sua geração.
Quando Roberto Baggio perdeu o pênalti e Galvão Bueno abraçado com Pelé começaram a gritar ‘é tetra, é tetra!!!’, eu saí pela rua gritando como um louco, pulando, abraçando meus amigos e familiares. Aquele foi o título da minha geração, nunca tinha visto o Brasil ganhar uma copa do mundo, aquele foi sem sombras de dúvidas o mais marcante para mim”, descreve dos Santos.
Apesar disso, o retrospecto brasileiro nos últimos quatro mundiais passou longe do esperado: Eliminada três vezes nas quartas de final (2006, 2010 e 2018) e uma vez na semifinal, na derrota histórica contra a Alemanha por 7 a 1.
Eduardo Costa, aluno de jornalismo da Unifacs e idealizador do projeto “Retrancados”, também comenta sobre o sentimento que sentiu ao presenciar a eliminação em 2014.
“Na época eu tinha dez anos de idade, lembro que juntamos a família toda para assistir ao jogo e foi aquele desastre. Ver o Brasil perder daquela forma, em casa, em uma semifinal de Copa do Mundo, foi muito difícil”, comenta Costa.
A Copa do Mundo que comumente ocorre em quatro e quatro anos, entre os períodos de junho e julho, neste ano, o evento esportivo foi transferido para os meses finais do segundo semestre, o fator decorre das altas temperaturas que o Catar enfrenta nos meses que a Fifa costuma sediar o mundial.
A respeito da mudança da época no ano em que irá ocorrer o torneio, Manuel comenta sobre a surpresa com a transferência.
“Sinceramente, me pegou de surpresa a mudança quando eu soube, é estranho, não sei ao certo se concordo ou discordo, mas de uma coisa eu tenho certeza, que quando aquele time vestindo a camisa amarela entrar em campo, certamente todo o Brasil ficará arrepiado e animado, o país inteiro se une, se esquece dos seus problemas, das suas diferenças e se junta para festejar e torcer. explica dos Santos.
Eduardo aproveitou a inspiração e empolgação para criar o projeto universitário “Retrancados”, para poder falar sobre o Mundial, de forma descontraída e bem-humorada, com conteúdo em diversas mídias como YouTube, Instagram, Twitter e TikTok.
“A ideia em si do projeto eu tinha desde o ensino médio, criar conteúdo que misturasse futebol e entretenimento, muito inspirado pelo canal do YouTube ‘Desimpedidos’. Eu e mais cinco colegas da faculdade juntamos nossas ideias e vamos pôr em prática durante a Copa do Mundo, gravando conteúdo de análise dos jogos da seleção, entrevistando torcedores, fazendo coberturas de locais que transmitem a Copa, como no Pelourinho”, relata Costa.