Pesquisadora explica como empresas e indústrias estão atuando dentro do ambiente virtual
Por Luis Felipe Guimarães
Revisado por: Edvânio Junior
O metaverso é um termo novo e já vinha sendo discutido há bastante tempo. Entretanto, ganhou mais notoriedade após Mark Zuckerberg anunciar a mudança de nome da empresa Facebook para Meta, em 2021, e investir bilhões na tecnologia.
O conceito é de um ambiente virtual que busca reproduzir a realidade através da internet e de tecnologias de realidade virtual e aumentada. Possibilitando, assim, que pessoas e empresas tenham experiências imersivas, sensoriais e simultâneas no ciberespaço.
Nesse universo on-line, o intuito é unir o real e o virtual través do uso de equipamentos, como os óculos de realidade virtual. O usuário pode criar um avatar, conversar com pessoas, jogar, adquirir produtos virtuais e até assistir shows.
A coordenadora do GT de Inovação da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e pesquisadora sobre o metaverso, Sheila Magri, explica que dentro desse ambiente virtual ocorrem transações financeiras que permitem, inclusive, a criação de uma economia própria.
“Os metaversos do futuro vão oferecer monetização para os usuários criadores de conteúdos, de objetos e de espaços, dentro da realidade virtual”, destaca Magri.
Muitas empresas de diversos ramos já estão inseridas no metaverso, investindo nesse ambiente virtual de diferentes maneiras. “Já existem empresas de games que oferecem experiências imersivas com transações financeiras como é o caso de Roblox, Epic Games, Decentraland, entre outras”, relata Magri.
Existem empresas que se apropriaram do discurso do metaverso e estão apostando em inciativas voltadas para a comunicação de marcas e lançamento de produtos, como a Louis Vuitton, que lançou, em 2019, uma coleção para ser vendida no jogo League of Legends.
O metaverso já alcançou outros mercados. “A indústria de celebridades tem participado do mercado de NFTs e também do desenvolvimento de avatares digitais, como, por exemplo, a avatar Satiko, da Sabrina Sato”, conta a pesquisadora.
“A indústria de música também tem usado o metaverso de games para a promoção de cantores ou de shows, como Ariana Grande, em Fortnite e a Anitta, no Free Fire.”, ressalta a coordenadora.
No Brasil, Magri cita estratégias de promoção de marcas e produtos na indústria da propaganda, como a Lojas Americanas, Renner, Magazine Luiza, Lacta que têm ações em vários “metaversos”, seja por meio de avatares, lojas imersivas, realização de desfiles e coleções virtuais, entre outras iniciativas.
Muitas organizações estão também usando os ambientes virtuais para a inovação, para a interação e para o compartilhamento de conhecimento.
O exemplo é o uso da experiência imersiva simultânea do metaverso para contratações de profissionais, aproximar pessoas e realizar treinamentos e reuniões.
Qual a importância do metaverso?
Para Magri, agregar potenciais tecnológicos existentes, corresponder a um desejo de consumo e criar uma economia própria que vai expandir vários modelos de negócio, são fatores que, juntos, fazem esse ambiente virtual tão importante.
“O metaverso também significa um projeto que tem como proposta continuar a expandir as possibilidades de ganhos financeiros, a partir da comercialização virtual de objetos virtuais e propriedades virtuais, não necessariamente com correspondentes concretos no mundo físico”, explica.
A pesquisadora ressalta o crescimento das oportunidades dentro do mercado do Metaverso, sobretudo para os profissionais da área jurídica, de tecnologia, arte e comunicação.
Problemas e obstáculos para o seu desenvolvimento
Magri conta que os maiores problemas se referem a ausência de uma noção das vulnerabilidades que não estão ligadas ao que conhecemos na internet, mas também à falta de regulamentação, questões legais e ética dentro das plataformas.
A pesquisadora acredita que os maiores obstáculos sejam os tecnológicos, devido ao alto custo dos equipamentos necessários para se construir uma boa infraestrutura necessária para o metaverso, dificultando a acessibilidade a esse ambiente virtual.
Como ingressar
Segundo a pesquisadora, a forma mais fácil de ingressar no metaverso e ter uma experiência imersiva atualmente é pelos games. Como o Decentraland, Mobox, Racer Team Rivals, The Sandbox e o Axie Infinity.
“Se a pessoa quiser conhecer um modelo corporativo, que não precisa de óculos de realidade virtual, sugiro entrar, pela internet, no metaverso da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil”, exemplifica Magri.