A procura por melhores oportunidades de emprego e renda são alguns dos motivos da saída do país
Por Karina Pereira
Revisão: Gabriela Ribeiro
A elevada taxa de desemprego, a falta de oportunidades profissionais juntamente com o alto custo de vida são alguns dos diversos motivos que ocasionam a saída de baianos para outras nações do mundo.
Segundo dados do Colégio Notarial do Brasil (CNB), os cartórios baianos registraram um aumento de 113% na busca pelo serviço de validação de documentos para o uso no exterior, entre julho e novembro de 2021. Referente à solicitação de vistos para estudos, o número ultrapassa os 150% em relação ao mesmo período em 2020.
Empreendedora leva o sabor baiano ao exterior
O desemprego e o desejo de progredir impulsionaram a baiana, Verônica Oliveira, 40, a deixar o município de Belo Campo, no interior da Bahia, rumo aos Estados Unidos, em 2009. A empreendedora, que iniciou a vida na América do Norte trabalhando como doméstica em três empregos, hoje realiza palestras e dá dicas de empreendedorismo e liderança no exterior.
“Eu sou de origem humilde. Comecei trabalhando em casas de família, porém, meu sonho era trabalhar no setor alimentício e comecei a fazer tapioca para família e amigos. Devido a alta adesão, comecei a comercializar, depois de 6 meses abri o meu próprio restaurante”, relata Oliveira.
A empresária que, mora no país há 13 anos, alega que o idioma foi o seu maior obstáculo, porém, preservar a sua identidade baiana foi um diferencial em sua trajetória. Hoje, a palestrante é CEO do restaurante de comida brasileira “BrTakeout”, localizado em Massachusetts, EUA, além de fornecer o produto “Tapioca da Baiana” em todo o território estadunidense.
Nomadismo digital: estilo de vida muda o destino de jovens feirenses
A busca pela fluência no inglês com foco em melhores oportunidades no mercado de trabalho foi o combustível para que os baianos de Feira de Santana, Raphael Mascarenhas, 28, e Indiara Vitório, 25, embarcassem em uma nova experiência de intercâmbio na Irlanda, em 2019.
No início, o casal de jornalistas tinha como objetivo voltar ao país, porém, descobriram um novo estilo de vida viajando e trabalhando com produção de conteúdo em apoio aos jovens brasileiros de baixa renda que almejam morar no exterior.
“Somos os primeiros da nossa família a sair do Brasil e o nosso primeiro desafio foi o financeiro. Passamos três anos abdicando de muitas coisas e, quando chegamos na Irlanda, continuamos trabalhando e economizando, porém, hoje colhemos os frutos. Já viajamos mais de 12 países produzindo conteúdo para o nosso canal e hoje já conseguimos viver desse estilo de vida”, explica o casal.
Em busca de novas oportunidades
Devido à falta de perspectiva profissional e sensação de insegurança, os jovens baianos têm buscado oportunidades de expansão através de programas de bolsas de estudo e pesquisa oferecidos por diversas universidades ao redor do mundo como forma de driblar as dificuldades enfrentadas no país.
Pensando nisso, Indi e Rapha construíram o canal “Se vai bora”, onde dão dicas de intercâmbio e falam sobre o custo de vida no exterior, além de disponibilizarem um programa de mentoria para futuros intercambistas que pretendem viajar para a Irlanda.
“A mensagem que eu deixo para as pessoas que tem essa vontade de sair do país é que se munam de informação, economizem e creiam que é possível”, ressalta a jornalista.
Atualmente, os chamados “nômades digitais”, contam com mais de 40 mil inscritos no Youtube e 22 mil no Instagram (@sevaibora).
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