Desde 2016 o grupo realiza ações em Salvador para combater o preconceito e falta de acessibilidade para as mulheres gordas
Por Monique Sousa
Revisão: Érika Matos
Fundado em 2016, o coletivo “Vai Ter Gorda”, atua com o objetivo de combater a gordofobia, o grupo cobra respeito e diversidade na Bahia. Para atingir essa meta, os membros do movimento realizam diversas ações pela cidade de Salvador.
Adriana Santos, criadora do movimento, explica que o coletivo conseguiu abrir várias questões políticas e sociais como a luta contra a gordofobia, a falta de acessibilidade, e a valorização da mulher gorda no local de trabalho.
O grupo participou da elaboração dos Projetos de Lei 284/2019 e 23.507/2019, que visam a criação de um dia municipal e estadual de combate à gordofobia.
“Foi em Salvador que foi protocolado o Projeto de Lei do dia municipal de combate a gordofobia, e esse projeto se estendeu para outros estados, onde já foi aprovado, a exemplo de Pernambuco, mas infelizmente aqui em Salvador o projeto se encontra arquivado. O movimento Vai Ter Gorda foi um degrau para se falar sobre essa tematica” , relata Santos.
Outro Projeto de Lei que foi uma solicitação do Vai Ter Gorda, foi o 303/2009 que garante o acesso a pessoas obesas pela porta de desembarque nos ônibus, o projeto está arquivado na Câmara Municipal da Bahia (ALBA).
Através do Instagram (@vaitergorda) o projeto tem ganhado força e visibilidade.O movimento usa da rede para divulgar o trabalho, além de produzir lives e entrevistas.
Quebra de padrões
O movimento tem a proposta de trazer questões sobre gordofobia para a sociedade, como o protagonismo da mulher gorda, por exemplo a série Drop Dead Diva, na qual tem como protagonista a atriz Brooke Elliott dando vida a Jane Bingum, uma advogada gorda.
Pauline Santos, que conheceu o projeto em 2019 no concurso de musa do Futebol Plus Size, conta sobre a importância desse projeto: “O movimento Vai Ter Gorda melhora e ajuda na visibilidade da mulher gorda no mercado de trabalho, no esporte e nas passarelas. Mostra que podemos tudo, que basta nos empoderarmos e conquistar a cada dia o nosso espaço para desconstruir que padrão de beleza é mulher magra“, conta Pauline.
Em homenagem ao mês da mulher, em março de 2022, o grupo realizou um ensaio fotográfico na Ponta de Humaitá, visando a descriminalização e respeito do corpo gordo nas praias.
Além disso, no mesmo mês foi lançado o Editorial: La Mare, que além do objetivo de enfrentamento à gordofobia, deu ênfase às histórias de mulheres que venceram o Covid-19 e o lançamento da moda plus size.
”Conseguimos pontuar sobre a questão da mulher gorda na moda, pois não é só aumentar a forma, as mulheres gordas também tem vaidade e querem uma roupa jovem e que valorize suas curvas”, ressalta Adriana.
Algumas ações que o coletivo fez e vem fazendo conta com a parceria de algumas secretarias, Adriana nos conta que hoje ela se encontra como conselheira estadual em defesa dos direitos femininos na Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
“É a primeira vez que um movimento contra a gordofobia ocupa uma das cadeiras do conselho, isso é uma vitória. Vamos na luta para ocupar esses espaços, precisamos de mulheres gordas na tv, sendo jornalistas, sendo protagonistas’’, relata Adriana.
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