A série retrata a face artística da cultura LBGTQIA+ e sua marginalização perante a sociedade
Por Beatriz Soares
Revisão: Alice Souza
Como anda a face artística da cultura LGBTQIA+ em uma das cidades mais multiculturais do Brasil? Essa é a resposta que a nova websérie documental “QUEERBRADA” busca mostrar, retratando as vidas pessoais e artísticas de Nola Criola, Liz Reis, Esteban Rodrigues e João Lima.
Com cinco episódios em sua primeira temporada e disponibilizada através do Youtube, a websérie foi idealizada por um ex-aluno da Unifacs, Matheus Anjos e co-dirigida por Eduardo Tosta, proprietário da Camaleoa Filmes.
“A ideia da Websérie veio da construção do projeto do meu TCC, onde produzi um documentário contando a história do antigo espaço cultural Caras e Bocas, um bar voltado para a comunidade LGBTQIA+”, explica Matheus.
“O documentário tinha uma visão mais geral da cena artística e eu ainda sentia a necessidade de falar sobre esse assunto, mas dessa vez de uma maneira mais específica, dando nome, corpo e voz a essas pessoas que fazem a cena LGBTQIA+ aqui na cidade continuar viva”, completa.
Segundo Matheus, foi nessa época que começou a amadurecer a ideia do documentário, porém, foi só com a abertura de um edital do Governo do estado e após convidar Eduardo, que começou o desenvolvimento do projeto.
“Há algum tempo atrás o Mateus me procurou para assistir o documentário que era seu TCC e de cara já fiquei apaixonado pelo estilo documental. Foi quando surgiu à oportunidade de fazer Queerbrada através de um edital de financiamento do governo do estado, ele se tornou possivel no sentido de viabilidade e de momento que a gente poderia falar sobre”, relata Eduardo.
A escolha do formato da série veio da necessidade de dar voz à pluralidade das histórias dos artistas, mostrando as particularidades de um convidado por episódio. De acordo com o idealizador, o principal critério na escolha dos artistas era a diversidade.
“Não só diversidade sexual e de gênero, mas também uma pluralidade nas linguagens artísticas. Por isso que na série nós temos uma Drag Queen, um fotógrafo, uma tatuadora, uma cantora lírica e um poeta”, expõe Matheus.
O jovem relata que já conhecia o elenco escolhido, entretanto, não tinha proximidade e o projeto foi uma grande oportunidade para aproximar das pessoas que ele admirava de longe.
A representatividade foi além do elenco, pois toda equipe de produção da websérie é composto por pessoas do LGBTQIA+.
Beatriz Menezes, estudante do curso de jornalismo da Unifacs, compõe a equipe de produção de Queerbradas, atuando na parte de making off/still e das redes sociais. A estudante explica como foi enriquecedor fazer parte desse projeto.
“Foi massa demais! Uma experiência única! Acho que na vida, o ser humano precisa passar por essa experiência! Eu não tenho nem palavras, esse projeto é/foi muito importante pra mim, sempre dei valor a artistas daqui da Bahia e fazer parte de algo como esse é realçar ainda mais os meus gostos e ideologias. Conheci muita gente, artistas, novos e isso fez com que eu me colocasse no meio do audiovisual e me autoafirmar como artista”, afirma Beatriz.
Filmada em apenas doze dias, Queerbrada está disponível no Youtube: QUEERBRADA – YouTube
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