Pandemia e movimentos artísticos colocam cada vez mais em evidência uma das maiores indústrias de sucesso da Coreia do Sul; no estado, grupos e competições movimentam o mercado
Por: Cristian Pereira
Revisão: Antônio Netto
O gênero musical Korean Pop, mais popularmente conhecido como K-pop, tem crescido de forma acentuada no decorrer dos anos no Brasil, e na pandemia essa taxa foi ainda mais acentuada. Além disso, a dança vem se tornando um importante mecanismo para alavancar ainda mais essa cultura, que vem fazendo parte do cotidiano brasileiro.
Segundo dados do Spotify divulgados em 2020, o K-pop no Brasil cresceu cerca de 47% e o país se tornou a 5° maior nação consumidora do gênero dentro da plataforma, mostrando uma fortificação do ramo bastante acentuada.
A performance em palco é muito presente no estilo musical, por isso, os grupos procuram desenvolver músicas coreografadas e se apresentando em grandes cerimônias ao redor do mundo. Como o grupo BTS, que se apresentou no Billboard Music Awards 2021, com seu single “Butter”.
Dança, competição e o K-pop em Salvador
As performances presentes no gênero vêm criando uma forte cultura de dança que se espalha pelo Brasil, e não é diferente em Salvador. A estudante e dançarina Rany Sanches descreve um pouco como esse cenário de dança e competição vem se espalhando pela cidade.
“As competições soteropolitanas são sempre bem organizadas e com uma equipe de jurados geralmente do ramo da dança. Nosso cenário é bastante competitivo, o que acaba trazendo algumas intrigas entre os grupos de vez em quando, mas são coisas que acontecem em qualquer competitivo e não só da dança”, relata Sanches.
Em Salvador existe o grupo intitulado Kpoppers Baianos Entretenimento (KBE), que organiza eventos e competições com o intuito de unir a comunidade kpopper que existe no estado.
Participante de diversos grupos de dança relacionados ao K-pop, como o @empiredancegroup, @krynsta e o @e.ladiesdance, Sanches conta que dançar e competir já é algo natural em sua vida.
“Acho que participei de todas as competições da KBE. o evento se chama KBE Dance Contest e tem em todos os anos, inclusive na pandemia teve versão online”, conta Sanches.
Além das competições, o movimento artístico do K-pop em Salvador vem se tornando cada vez mais comum, com suas coreografias e passos sincronizados. essa vertente se assemelha a danças já presentes na cultura local, como as coreografias do FitDance ou, mais recentemente, as danças veiculadas na rede social TikTok.
Esse movimento artístico faz com que o número de grupos de dança na capital baiana aumente a cada ano.
Lojas voltadas ao mercado K-pop também têm surgido em Salvador, como a Xks Kpop Shop, especializada no segmento, com produtos para os nichos do gênero.
Além de toda essa movimentação, as apresentações também vêm conquistando espaços no cotidiano da cidade.
Sanches relata como o apoio dentro desses espaços vem se pluralizando com o tempo: “Quando as apresentações são abertas e em praças sempre tem alguém que apenas está passando e para pra prestigiar então é bem recebido por muita gente”.
K-pop e a sua visibilidade
Além da dança e o aumento do streaming durante a pandemia, o sucesso do K-pop em território brasileiro vem também do crescimento dos próprios grupos musicais. A estudante Victoria Lenoir, entusiasta do gênero, relata como a popularidade vem aumentando durante os anos no país.
“Acho que principalmente a partir de 2014, com o EXO e o BTS, já fizeram seu nome. O kpop vem se consolidando no mundo todo e o Brasil faz parte disso. E como é uma indústria com músicas, conceitos e artistas pra todos os gostos, fora o marketing pesado, é muito mais fácil coletar mais fãs. Principalmente agora na pandemia quando ninguém tinha o que fazer e se deparou com uma sugestão de Kpop no YouTube”, opina a estudante.
Em 2020, a rede social Twitter lançou um compilado de estatísticas sobre dados da plataforma, e o Brasil apareceu como 6° país que mais comenta sobre K-pop no mundo, demonstrando a força que o gênero possui no país.
Apesar de número promissores e constante crescimento, o gênero ainda sofre algumas barreiras para se expandir, principalmente no nordeste do país.Victoria reflete como é o cenário de eventos voltados para esse público em Salvador.
“Fora as competições de grupos de dança, que já são bem nichadas, e o Bon Odori, que é um festival de cultura japonesa e que tem um pouco de kpop, não conheço mais eventos de kpop em Salvador e acho que faltam sim. Tanto competições maiores, quanto festivais ou mesmo festas de kpop, que são eventos que têm em outros estados, fazem falta pra galera daqui que curte o gênero”, sugere Lenoir.
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