Pessoas que passaram pela cura da doença mostram que, apesar do processo ser assustador, existe esperança
Por Larissa Lima
Revisão: Catherine Marinho
O câncer é um tipo de doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células de determinada parte do corpo, que se dividem rapidamente, formando tumores.
Essas células podem ser muito agressivas e incontroláveis, espalhando para outras regiões do corpo.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram quase 630 mil novos casos diagnosticados de câncer no Brasil, apenas em 2020.
Deste número, 309 mil foram em homems, prevalecendo o cancer de prostata em quase 30% dos casos, e 316 mil em mulheres, com quase 30% de casos de câncer de mama.
O momento de enfrentar a doença se torna muito difícil para o paciente e é necessário o suporte e apoio não só familiar, mas também psicológico, de um profissional capacitado para entender e auxiliar em todo esse percurso.
Maria Ivete Valadares, psicóloga clínica e analista, explica como o processo de terapia pode ser útil em casos como esses.
“A terapia pode ser benéfica oferecendo um suporte emocional a partir de uma escuta qualificada. E esta escuta necessita ser empática, pois requer a compreensão das dores do paciente, sem julgamentos. Esta escuta deve ouvir, inclusive, o silêncio do paciente. É uma escuta que reconhece a humanidade de quem fala, que acolhe e pode ser entendida como um ato de amor”, explica Valadares.
Relatos de superação
Ricardo Caldeira, professor de jiu-jitsu, conta como descobriu o câncer de tireóide e se viu impactado diante dessa nova realidade.
“Eu era acompanhado por um médico endocrinologista e especialista em medicina do esporte, foi assim que fiquei sabendo da existência de uma alteração no exame de ultrassonografia da tireoide. Foi detectado um pequeno nódulo e a partir daí passei a acompanhar a evolução. Como continuou crescendo, o médico resolveu fazer um exame mais criterioso para saber se era um simples nódulo, e para a minha surpresa era câncer e tive que operar para retirar a tireoide total”, relata Caldeira.
O momento de descoberta do câncer gera muita preocupação e medo para o paciente, devido às incontáveis histórias de experiências com a doença. Para Ricardo foi um momento de muita preocupação e medo.
“Quando retornei ao médico para saber e ele deu a notícia, meu chão caiu, fiquei muito nervoso, apesar dele dizer que as chances de cura em casos como o meu eram excelentes, ninguém consegue ficar normal com uma notícia como esta”, conta o professor de jiu-jitsu.
A glândula tireoide está localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo da laringe (cordas vocais). Ela produz hormônios que regulam o seu metabolismo, processo em que o seu corpo usa e armazena sua energia.
“Tenho que tomar o hormônio todos os dias , mas isso é a única coisa que ficou desse susto todo. Ninguém espera ter a notícia que está com câncer, ainda mais eu que sempre fui muito ligado à saúde e aos esportes. Hoje, graças a Deus, só restou a história e o susto. Estou curado há 12 anos”, comemora Caldeira.
A enfermeira Karina Biset passou por momentos assustadores, antes da descoberta do câncer, o seu corpo sofreu diversas crises hemorrágicas sem a presença de dores, essas crises duravam 15 dias no mês e só com o resultado da biópsia foi possível identificar o tumor maligno instalado no colo do útero e na vagina.
“Fiquei muito angustiada. Por trabalhar na área de saúde e conhecer a conduta o sentimento se intensificou, foi com a ajuda de um profissional que realizei a biópsia. Durante a espera do resultado tive uma situação de hemorragia mais forte. Por isso fui às pressas para a emergência e descobriram o rompimento de uma artéria no útero, fiquei internada e recebi o diagnóstico do tumor”, relata Biset.
Após longos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, a enferemeira conseguiu diminuir o tamanho do tumor até estar curada do câncer, o resultado do tratamento possibilitou a não retirada do útero, foi uma grande vitória para a enfermeira. Karina conta que usa essa experiência como lição e forma de dar suporte aos seus pacientes que se encontram na mesma situação:
“Hoje, estando curada, faço exames a cada semestre para garantir a minha segurança e o meu tratamento foi muito bem sucedido, hoje como sou da área de saúde me utilizo desse sucesso e experiência que passei para dar forças aos meus pacientes e dizer que existe esperança”
Tratamentos
Os tratamentos podem variar de acordo com os tipos de câncer, estágio da doença, onde está localizado, e como se encontra a saúde geral do paciente.
Alguns dos principais tratamentos são a quimioterapia, que utiliza medicamentos anticancerígenos, de forma venosa, para destruir as células tumorais, e a radioterapia, que consiste no uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.
Além dos tratamentos, o exercício físico pode prevenir e auxiliar na prevenção do câncer, como explica o preparador físico William Obradovich.
“O exercício físico de forma frequente e com um bom acompanhamento pode prevenir alguns tipos de câncer, como, por exemplo, o câncer de colo, de acordo com alguns estudos recentes. Em alguns casos, durante o tratamento, podemos observar a perda de massa magra de alguns pacientes, gerando cansaço. O exercício físico, para a melhora desse condicionamento, é de fundamental importância, inclusive ajudando na imunidade”, explica Obradovich.
É importante lembrar que a prática deve ser realizada com o acompanhamento de profissionais capacitados e sempre em conjunto com a orientação do médico oncologista.
“O exercício pode ser desaconselhado para alguns pacientes com leucócitos baixos, onde os próprios médicos pedem para dar uma pausa, mas quando os alunos melhoram, voltam sempre com um treino mais leve e direcionado para cada situação”, conclui o preparador físico.
Sobre a doença
Câncer é uma condição que pode englobar mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas, doença grave e de piora progressiva. Todos os tipos têm em comum o crescimento desordenado de células capazes de invadir tecidos adjacentes ou órgãos.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando na pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são ossos, músculos ou cartilagem, são chamados sarcomas.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado