Doença autoimune traz a necessidade de adaptação e cuidados para a rotina do portador
Por Larissa Lima
Revisão: Catherine Marinho
O lúpus é uma doença não contagiosa e autoimune que se manifesta em grande frequência em mulheres. Ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis.
São reconhecidos dois tipos principais de lúpus, o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Não existe cura para a doença, mas com tratamento é possível ter uma vida normal.
Os sintomas podem variar entre fadiga, febre, dor nas articulações, lesões na pele, conhecidas como “rash cutâneo”, que surgem ou pioram com a exposição ao sol, além de vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz.
É importante destacar que a apresentação dos impactos no corpo podem se desenvolver de forma lenta ou repentina.
Rosangela dos Anjos Oliveira, é portadora do lúpus e conta como começaram a surgir os sintomas e de que forma recebeu o diagnóstico.
“Comecei a perceber uma diminuição no meu peso e uma indisposição muito forte. Fui ao médico e o primeiro exame que fiz foi o de HIV, que deu negativo, mas eu estava muito tensa e nervosa, essa emoção no momento me fez ter falta de ar e acabei desmaiando”, relata Oliveira sobre a inquietude dodiganóstico.
“Fui para o hospital e precisei ser transferida para o [Hospital] Otávio Mangabeira, onde permaneci por quatro meses até o diagnóstico, que ocorreu pelo médico desconfiar quando eu falei que sentia dores nas articulações”, completa.
Um dos principais exames para realizar o diagnóstico é o Fan (sigla para fator antinuclear), utilizado para auxiliar no diagnóstico de doenças autoimunes, principalmente o Lúpus.
O exame tem como objetivo detectar no sangue a presença de autoanticorpos produzidos pelo próprio organismo, que atacam as células e tecidos.
A reumatologista e professora da Uniftc, Emanuela Pimenta, diz que normalmente a investigação ocorre com um médico clínico que desconfia e encaminha o paciente para o acompanhamento do reumatologista.
“Além dos sinais e sintomas podem ocorrer problemas pulmonares, como derrame pleural. Por essa razão, além do Fan, também realizamos exames de imagem para checar a situação de alguns órgão internos”, explica Pimenta
“É possível viver uma vida normal, fazendo tratamento, tendo acompanhamento profissional e tomando os cuidados necessários, como o uso do protetor solar”, completa a reumatologista.
Para Rosangela Oliveira, a descoberta da doença mudou o seu ritmo de vida. Ela trabalhava como prestadora de serviços gerais, mas com o avanço do cansaço não teve condições de continuar.
“Mudou tudo na minha vida, trabalhava em uma área que eu precisava ter muito esforço e, como atingiu meu pulmão, não pude continuar. Sinto muita vontade e saudade de ter uma rotina de trabalho, ajudava a exercitar a minha mente, sinto falta também da carteira assinada e dos meus direitos trabalhistas”, relata Oliveira.
Após o diagnóstico, algumas adaptações podem ser necessárias para manter a saúde e bem-estar durante as atividades do dia a dia. Já que não existe cura, essas medidas são importantes para a proteção do corpo e incluem o uso de filtro solar, camisas protetoras contra raios solares e uso de medicamentos, com acompanhamento profissional.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado