Se por um lado houve um aumento considerável dos resíduos de casas e condomínio, por outro, ruas e praias da capital ficaram mais limpas
Por Bruno Luís, João Gabriel Grassi e Murilo Sampaio
Revisão: Antônio Netto
Diante de uma política que limitou a abertura de comércios, bares e restaurantes, houve também um impacto na produção do lixo residencial, causando um aumento considerável desse tipo de resíduos, segundo dados da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).
Durante a quarentena, houve um crescimento de 18% da geração de resíduos (24 mil toneladas), de março a abril de 2021, e 5,5% (7,3 mil toneladas) em maio deste ano, na comparação com os mesmos períodos do ano passado.
Segundo a Limpurb, a produção de lixo doméstico aumentou em cerca de 7% em média, em Salvador, durante a pandemia, entre março a julho de 2020, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Só de lixo doméstico, a capital baiana tem quase três mil toneladas recolhidas diariamente. O crescimento aconteceu principalmente em áreas mais populosas da cidade.
Cuidados com o descarte do lixo residencial
Marcus Passos, ex-presidente da Limpurb, chama atenção em relação ao descarte do lixo residencial e a importância da preservação do meio ambiente. Passos reitera
que os moradores precisam se atentar aos horários de coleta nos seus bairros.
“Quando existe grande presença de lixo na área urbana, esse material pode ser arrastado pela chuva e acabar gerando problemas como deslizamentos de encostas e poluição de mananciais. O correto descarte do lixo ajuda na preservação ambiental, além de evitar problemas como o entupimento de bueiros e consequente alagamento de ruas”, afirma Passos.
O ex-presidente da Limpurb também alerta que os resíduos residenciais devem ser acondicionados e destinados de maneira segura e ambientalmente correta para evitar os impactos ambientais.
“O coronavírus trouxe outro desafio: a necessidade maior de descartar adequadamente materiais como luvas e máscaras. A medida é essencial para reduzir os riscos para a saúde dos trabalhadores que atuam na coleta de resíduos”, explica Passos.
A realidade das casas e condomínios
Ailton é o zelador responsável pela coleta de lixo no condomínio que trabalha e afirma que os moradores têm produzido mais lixo em casa. O zelador acredita que o fato de ficarem muito mais tem em casa têm impacto direto no aumento da produção do lixo residencial.
“A quantidade de lixo aumentou muito, eu era acostumado a retirar um saco por apartamento, hoje em dia acabo retirando dois ou três. Acredito que por conta das pessoas estarem consumindo mais coisas dentro de suas casas”, relata Ailton.
O lixo das ruas e das praias
Em compensação, segundo dados da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), da prefeitura de São Paulo, o período de isolamento social fez com que houvesse queda de 56% nos resíduos recolhidos pela varrição das ruas, diminuição de 12% do lixo comum, considerando os primeira quinzena de abril do ano passado.
Em Salvador não foi diferente. Trabalhadores envolvidos com serviços de limpeza e varrição perceberam as consequências das políticas de isolamento social. Luís Antônio, gari de Salvador, afirma que já é possível perceber diferenças na quantidade de resíduos.
“O povo continua sujando muito, né? Mas acho que existe uma diferença na quantidade de lixo sim, a impressão é que aconteceu uma redução”, relata o gari.
Nas praias da capital baiana também é possível perceber a redução na quantidade de lixo retirado. Segundo dados da Limpurb, de março a julho de 2020, a companhia retirou 1,7 mil toneladas a menos de resíduos das praias da capital baiana, em relação ao mesmo período de 2019. Em junho, a redução foi 44% e, no mês anterior, de 38%.
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