No cenário de “abre e fecha” do comércio, a saída para muito desempregados foi empreender. Ao mesmo tempo, estabelecimentos começam a reabrir
Por Flávia Alexandre, Isis Madureira e Ellen Moscoso
Revisão: Antônio Netto
Com taxa de ocupação dos leitos de UTI em Salvador atingindo a marca de 80% de pacientes, no mês de fevereiro de 2021, em decorrência do covid-19, a Prefeitura da capital, juntamente com o Governo do Estado, decretaram fases de fechamento do comércio e lockdown.
Com isso, ficou determinado que apenas atividades essenciais poderiam funcionar, dentre elas, serviços hospitalares, farmácias e supermercados, por exemplo.
Sendo assim, os outros setores tiveram que fechar as suas portas e enfrentar as consequências econômicas desta decisão. Nem todos os comércios tinham condições de continuar mantendo seus funcionários e, com isso, o índice de desemprego alavancou.
São mais de 513 mil desempregados em Salvador e região metropolitana, segundo dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O número, levantado entre os meses de fevereiro e março deste ano, corresponde a 25,7% da População Economicamente Ativa (Pea).
Parte destes desempregado contaram inicialmente com a ajuda do auxílio emergencial e precisaram que se reinventar para conseguir sobreviver à esta fase.
Empreender para mudar a realidade
Como alternativa, muitas pessoas recorreram ao empreendedorismo. Foi o que aconteceu com a empreendedora e nutricionista Bruna Rodrigues, de 25 anos.
Quando o comércio e os estabelecimentos começaram a fechar, Bruna recebeu o auxílio emergencial e com o dinheiro investiu no seu novo negócio: vendas de marmitas fitness congeladas.
“Empreender é ter fé, e mesmo com medo, seguir e acreditar que vai dar certo, com ou sem pandemia. Nunca será fácil empreender, mas a gente insiste, bota Deus na frente e vai!”, relata a otimista empreendedora.
Começar é o passo importante, e para isso é preciso saber que em todo novo negócio é preciso que existam pessoas interessadas em consumir o seu produto.
Para Bruna, o início não foi fácil. “Já tive semanas de só ter um cliente, só vender seis marmitas. Mas é sobre ter fé. Para mim, o meu único cliente daquela semana foi importante. A vida é isso. Empreender é isso. Ninguém começa do alto e todos temos um começo”, relata Bruna.
Redes sociais como plataforma de negócios
“Hoje, graças a Deus, está bem melhor. Estou longe de onde quero chegar, mas sigo com fé. Tudo foi crescendo devido a indicações e posts no Instagram. Mas 80% dos meus clientes vieram através de indicações”, conta.
Como todo bom negócio, o investimento na imagem e qualidade das fotos dos produtos é fundamental. Hoje, o seu sustento vem todo da venda das marmitas.
“Então é isso, mesmo em circunstâncias difíceis, mesmo que tudo pareça que irá dar errado, eu sigo acreditando e, com certeza, virão dias melhores! Não é fácil, mas também não é impossível. É sobre sair da zona de conforto!”, motiva a empreendedora.
Reabrindo com segurança
Sueli Pereira, 35 anos, é gerente de uma loja de maquiagem e acessórios. A empresa conseguiu manter o salário dos seus funcionários durante o fechamento do comércio na pandemia.
Apesar do estabelecimento estar aberto neste momento, Sueli relata que o medo de um novo fechamento ainda existente. “Hoje, as coisas reabriram, mas continua a incerteza, tudo mudou completamente em um ano”, conta.
O estabelecimento que Sueli gerencia reabriu seguindo todos os protocolos de recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Segundo a gerente, comércio “reabriu sim, com toda precaução, com todo cuidado, combatendo a covid, mas ainda assim tem pessoas que se sentem inseguras para irem às compras”.
Visite o Instagram da AVERA e conheça nossos conteúdos exclusivos.