Jornalista fala sobre o desafio de narrar histórias de vidas e compartilha suas experiências na área
Por Rodrigo Portela
Revisão: Fernanda Abreu
Nesta quarta-feira (5), a professora de jornalismo da Unifacs, Katia Borges, convidou o também jornalista e escritor, Gonçalo Junior, para um bate papo em formato de live com os alunos do curso de jornalismo da instituição, na série de encontros “Entre o Lead e Lida”.
Gonçalo é baiano de nascimento, mas reside em São Paulo já há alguns anos. É autor de mais de 40 livros e especialista em biografias.
Durante o bate papo, o jornalista fala sobre suas experiências escrevendo biografias e dá algumas dicas para os estudantes.
“Busque um personagem fascinante, que você tenha interesse ou um fato extraordinário”, revela o escritor.
“Eu fujo de gente viva, é péssimo”, revela o escritor ao ser indagado pela mediadora da live, se é mais fácil biografar alguém que já morreu ou alguém vivo.
Além de toda a sua experiência e bagagem no campo da escrita, o convidado aproveita o momento para falar sobre a situação do jornalismo na atualidade. Com o advento das mídias sociais e a crise do impresso, Gonçalo diz que estamos vivendo uma “grande distorção” em relação a como lidar com as redes sociais.
Segundo ele, a internet não está absorvendo a mão de obra do jornalista, o que acaba não criando uma estrutura para que se tenha bons repórteres.
Experiência de tocar uma Editora
Gonçalo está à frente da Editora Noir e relata ser muito dificuldades estar no comando de uma editora em um ambiente em que os gastos para a produção de um livro aumentaram consideravelmente dentro de um curto espaço de tempo.
Como exemplo deste cenário, o jornalista cita que nem mesmo grandes empresas que comercializam livros têm conseguido manter uma estratégia sólida e acabaram sem conseguir se sustentar, como é o caso da Saraiva e da Livraria Cultura.
Para quem pretende abrir uma pequena editora, o convidado aproveitou para dar algumas dicas. “Você tem que ter onde vender, isso é o que interessa. Se você criar uma estrutura de escoamento, uma pequena sobrevive, mas você precisa saber onde vender, e como vender, é importante ter uma linha editorial”, explica Gonçalo.
Experiência como escritor biográfico
Gonçalo apresentou sua nova obra, “Jacob do Bandolim – Um Coração que Chora”.
“Jacob foi um dos poucos livros que eu me dediquei integralmente, eu levei pelo menos 3 anos”, relata Junior quando indagado sobre o processo de elaboração do livro.
Um processo curioso que o escritor diz ter o costume de fazer, mas que toma um tempo considerável, é o de reescrever o livro pelo menos seis vezes.
Segundo ele, esse processo torna possível a percepção de muitos erros.
Outra curiosidade, é que, antes da escrita de uma obra, o autor realiza uma imersão total no universo musical e cinematográfico da época a qual vai escrever.
Segundo Gonçalo, de uma certa forma esse processo lhe “insere” naquele espaço e tempo, facilitando o processo de escrita.
A motivação para se inserir no universo biográfico
A aluna Milena Santos, que participou do ao vivo da live, questionou o que leva o autor a escrever biografias.
‘’Nos livros, eu consigo me realizar profissionalmente como jornalista, ou seja, esse interesse que eu tenho pelo investigativo, aprofundar nos temas e personagens, me realizo dessa forma nos livros”, responde Gonçalo.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado