Mesmo com o isolamento social, manter os laços afetivos nesse período é importante, mesmo que virtual
Por Tainara Neves
Revisão: Antônio Netto
De acordo com a Fundação Bunge, a celebração do Dia das Mães ocorre desde a Grécia antiga, onde a mãe dos deuses, Rhea, era homenageada na entrada da primavera. Foi no império romano que passou a celebrar o quarto domingo da quaresma em homenagem a Virgem Maria e Mãe da Igreja.
Porém, foi no século XVI que a data se fortificou na Inglaterra e passou a ficar conhecida como o “Domingo das Mães”. No Brasil foi o presidente Getúlio Vargas que oficializou o segundo domingo de maio como a data comemorativa.
Mas devido à pandemia do coronavírus e a imposição do isolamento social, novas rotinas foram surgindo e, com isso, datas comemorativas acabaram sendo reformuladas ou até mesmo adiadas.
Por ser uma data especial, algumas famílias buscam meios para que o Dia das Mães não passe em branco e a tecnologia tem sido uma grande aliada nesse processo.
Brisa Almeida (25), que mora em São Paulo e passará o segundo ano consecutivo longe da sua mãe, Silvana, encomendou para celebrar o dia, mesmo que à distância, uma cesta de café da manhã para sua mãe, e através de uma chamada de vídeo celebrará o dia.
Segundo ela, a saudade é grande e o desejo de estar junto maior ainda, mas por conta da pandemia esse desejo não vai se concretizar, pois ela tem medo de viajar e acabar contaminado a mãe que assim como seu pai são do grupo de risco.
“Mas enquanto isso não acontece à forma que eu encontrei foi essa, celebrar à distância”, comenta.
Brisa mantém a esperança de que a pandemia acabe o mais rápido possível para poder reencontrar a sua mãe.
Felipe Villas Boas (33), que mora há sete anos fora do Brasil e atualmente vive na República Tcheca, diz que normalmente liga par mãe e que todos os anos vem para o Brasil para vê-la, mas devido a pandemia a viagem foi adiada esse ano.
Villas Boas explica que morar fora do país e viver longe da família é difícil, pois a saudade é grande, mas a forma encontrada para matar essa saudade vai ser através de uma live ou ligação para a mãe.
Por proteção
Andréa Nunes (38) diz que todos os domingos do Dias das Mães, ao longo dos anos, passa junto com a mãe e os familiares, mas devido à pandemia, esse ano não haverá encontro como de costume.
Ela conta que optou, como forma de proteção à mãe, que cumpre junto com seu pai o isolamento social, não ter esse encontro. “Então será um dia que não comemoraremos, acaba sendo estranho para nossa família não termos esse domingo para comemorar”, relata a filha.
Nunes diz que se não fosse a pandemia iria passar o dia como fazia antes, “íamos a Santa Missa, almoçaríamos juntas e conversaríamos sobre as nossas vidas e logo depois daríamos um passeio na praia”. Andréa tem a fé de que logo estará com a sua mãe. “Com a graça de Deus estaremos juntas sim”, diz esperançosa.
Juntas
Há também famílias que passarão juntas, como a de Manuela Nascimento (30), que vai comemorar o dia com sua mãe Ana Pedreira (61), com todos os cuidados. Manuela diz que é um privilégio poder está com sua mãe e sua filha Maria Luiza.
“É um presente de Deus diante de tantas perdas que tivemos ao longo desse período, é um privilégio e agradeço a Deus por passar imune a esse vírus e estar com minha mãe”, comenta.
Manuela diz que antes da pandemia o Dia das Mães reunia todos os familiares, mas devido o isolamento social, esse ano vai ser diferente. “Esse ano só passará minha irmã, minha filha e eu com ela”, relata.