Com a expansão do Covid-19, professoras Kátia Borges (foto) e Camila Farias, da Unifacs, discutem em ‘live’ o papel da arte e cultura durante o período de isolamento social
Por Clara Paixão*
Em bate-papo online, realizado nesta terça-feira (31) e promovido pelas professoras Camila Farias e Kátia Borges, da Unifacs, discutiu-se a “Arte e Cultura em Tempos de Crises”.
No momento de pandemia mundial, a proposta da discussão entre as professoras e os mais de 120 alunos que acompanharam a live, era questionar: “arte serve mesmo para quê?”.
A provocação proposta pelas professoras começa com a frase de um poema, recitado pela cantora Maria Bethânia: “A arte existe porque a vida não basta”.
O debate coloca em pauta a importância dos aspectos artísticos no momento de pandemia, em que se valorizam ainda mais a ciência e as áreas exatas. “É a arte como tradução do social e da vida em coletividade”, explica Farias.
Isolamento, arte e política
A recomendação das autoridades mundiais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), e de parte dos representantes políticos, como o governadores e prefeito, é de isolamento social para evitar o boom do contágio pelo Covid-19.
É nesse isolamento que, segundo as professoras, entra a arte. “A arte não vai parar. A arte está nas nossas casas, estamos dançando, estamos assistindo shows promovidos por cantores, poetas, artistas, mesmo com toda essa catástrofe”, afirma Farias.
“O mundo está passando por dificuldades e nós estamos aqui para contorná-las do jeito que podemos, seja fazendo uma live para todo mundo ver ou cantando ‘Eu falei faraó’ na sacada dos prédios”, exemplifica a Profa. Kátia.
Com as medidas do isolamentos social, o Brasil vive uma “queda de braço” entre os que o defendem como fator de Saúde Pública e os que querem flexibilizar essa norma, pelos impactos na Economia, como o Presidente Bolsonaro.
“No momento em que não podemos sair de casa e que o ‘nosso Presidente’ não entende isso, é nesse momento que devemos fazer ao contrário do que ele pede”, defende a Profa. Camila.
Arte e esperança
“A arte nos coloca em pé, seja ela qual for. Porque a arte é mãe de todas as linguagens”, explica a Profa. Kátia. “A verdade é que está todo mundo em choque e quando tudo isso acabar vamos ver o mundo com outros olhos”, completa.
Quando o período de pandemia mundial passar, a Profa. Kátia propõe uma solução para deixar tudo mais leve: “faremos uma festa”, brinca.
Unifacs Lives
Durante o isolamento social, a Unifacs está realizando uma série de transmissões ao vivo, chamada de Unifacs Lives, com professores e especialistas, nos diversos segmentos e áreas, para fornecer conteúdos educacionais e de entretenimento ao corpo acadêmico.
Sobre as Professoras da live: “Arte e Cultura em Tempos de Crises”:
Kátia Borges é doutora em Literatura e Cultura (UFBA) e autora de diversos livros: Traversée d’Océans – Voix poétiques de Bretagne et de Bahia (Éditions Lanore, 2012), Autores Baianos, um Panorama (P55, 2013) e na Mini-Anthology of Brazilian Poetry (Placitas: Malpais Rewiew, 2013).
Escreve crônicas semanais no Jornal Correio desde agosto de 2018, além de lecionar no curso de Jornalismo da Universidade Salvador (Unifacs) na Escola de Ciências Sociais Aplicadas, Educação, Artes e Humanidades (HECSA).
Camila Farias é doutoranda em Cultura e Sociedade (UFBA), com experiências profissionais ligadas à produção cultural e comunicação, possui passagens por eventos acadêmicos, festivais de música, teatro, dança e pela III Bienal de Artes da Bahia (2014).
Integra o quadro de professores da Universidade Salvador (Unifacs), lecionando para os cursos da Escola de Ciências Sociais Aplicadas, Educação, Artes e Humanidades (HECSA). Se interessa pelos estudos das novas culturas políticas, sustentadas pelas digitalidades do contemporâneo.
*Sob supervisão de Antonio Netto, Professor de Jornalismo da UNIFACS e Coordenador da AVERA.