Por Letícia Soares
Carioca, mas morando em Brasília – DF, mãe de 3 filhos e casada pela segunda vez, enfrentou um relacionamento abusivo e via seu marido, na época delegado e autoritário, bater nos filhos dele. Inconformada com a situação, tentou conversar com amigas próximas a fim de acharem uma solução, porém, Geralda Florisbela Gonçalves Soares somente descobriu que essas mulheres sofriam maus-tratos dos esposos.
Foi pensando nas pessoas que passavam e passam pela mesma situação que fundaram, em 2005/2006, uma Organização Não-Governamental (ONG) chamada de Associação das Mulheres de Sobradinho II (AMSII), que tem como objetivo assessorar, defender e garantir os direitos de mulheres vítimas de violência doméstica, grávidas na adolescência e idosos em situação de vulnerabilidade social.
A equipe formada, também, por 15 voluntários estagiários das faculdades Unopar, Unisa e Anhanguera, oferece para as 420 mulheres atendidas: oficinas educativas, rodas de conversas, atendimento psicológico jurídico, cursos artesanais e profissionalizantes (totalmente gratuitos), visando a capacitação, a produção e venda dos produtos, proporcionando sua independência financeira, bazar e o empoderamento.
As rodas de conversas possuem temas como, família, autoestima, saúde (física e mental), segurança, projeto e convecções de enxovais, atendimento às gestantes pela Faculdade de Medicina de Brasília (ESCS), entre outros. A alimentação é fornecida na ONG, desde café da manhã até o lanche no meio da tarde. Duas vezes na semana, também são distribuídas sopas para o público participantes das oficinas e moradores de rua. Além disso, a AMSII atualmente sobrevive de doações e apoio não-oficial de alguns deputados.
São muitas suas conquistas, como a transformação na primeira casa abrigo de mulheres do Distrito Federal, novas leis contra a violência, o aumento de denúncias pelo disk 180, maior conscientização da vítima e rapidez aos encaminhamentos dos órgãos de apoio. Ao denunciar o agressor, a vítima sairá da delegação com posse da medida protetiva dela, sentindo-se então, mais protegida.
Belíssimo texto!