
Jean Carlos de Oliveira, professor convidado para a palestra / Foto: Gabriele Sá
Palestra online aborda o racismo algorítmico e suas tendências em uma sociedade excludente
Por Gabriele Sá
Revisão Alana Bitencourt
Aconteceu nesta segunda, dia 20, a abertura do Comunicarte, projeto que discute a comunicação e arte em tempos de inteligência artificial. Tendo em sua primeira discussão o tema “Alexa você é racista?” com mediação de Jean Carlos de Oliveira, professor de publicidade da São Judas e participação de Melyssa Pinheiro e Beatriz Costa, professoras de comunicação e design. A palestra teve como temas centrais, como os bancos de imagens, algoritmo e a IA tem dificuldade, não reconhece pessoas negras ou rostos que não seguem o padrão.
O tema desse debate foi escrito em um artigo pelo próprio mediador, que examina criticamente os algoritmos e suas implicações. Levantando questões sobre equidade, justiça social e responsabilidade ética e propõe medidas para mitigar o viés algorítmico: design inclusivo, revisões sistemáticas de banco de dados existentes, maior transparência e prestação de contas por parte das empresas e organizações que os utilizam.
“Para melhorarmos esse cenário, precisamos de uma pressão social para que as empresas mudem. Isso é um processo lento, mas tem que acontecer, se tivermos equipes mais diversas, certos erros seriam evitados e corrigidos antes de ser lançado”, argumenta Oliveira.
Nesse contexto, num mundo mediado por algoritmos, a automação pode reproduzir ou ampliar vieses racistas, sexistas, LGBTfóbicos… O viés algorítmico é uma tendência sistemática de gerar resultados injustos. A discussão sobre racismo algorítmico, desigualdade racial embutida ou amplificada por algoritmos, torna-se central no design e na ética tecnológica.
Assim, a compreensão de muitas manifestações do racismo é difícil quando se trata de tecnologias algorítmicas de comunicação, que trazem novas camadas em seu funcionamento. Quando a tecnologia é percebida sem ligação com essa problemática, acontece a negação do racismo nas relações sociais em nossa sociedade.
“É difícil para nós que não somos aqueles corpos dos quais o algoritmo entende como corpos possíveis de serem felizes. E como a gente não é incluída na sociedade, essa exclusão é muito complexa. Então essa mensagem é uma reflexão importantíssima, para que nós, que somos produtores de conteúdo, e os futuros produtores, para que a gente possa refletir, pensar e trazer essas questões que vão fazer com que essa sociedade possa ser melhor para todas as pessoas”, finaliza Melyssa Pinheiro.