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Inteligência Artificial: uma nova aliada da cotonicultura baiana

Da Redação
6 de outubro de 20256 de outubro de 2025 No Comments

Como a tecnologia e a Inteligência Artificial possibilitam produzir uma agricultura de precisão, ampliando a qualidade e reduzindo os impactos sobre as áreas cultivadas

Campos de algodão na Fazenda Busato, São Desidério: tecnologia e agricultura / Foto: Daniel Matos 

Por Daniel Matos

Revisão e edição: Kátia Borges

Os vastos campos de algodão do Oeste Baiano são um verdadeiro sucesso no mundo da agronomia. Uma história repleta de avanços, estudos e investimentos, principalmente no âmbito da tecnologia, que consolidou a Bahia como a segunda maior produtora de algodão do país e destaque mundial. Todos esses avanços abriram um novo capítulo dessa trajetória, agora com uma coadjuvante que promete revolucionar a cotonicultura: a Inteligência Artificial.

Segundo Alessandra Zanotto, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), o uso de Inteligência Artificial já é uma realidade no campo e tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Ela destaca que a agricultura de precisão, junto à análise de dados, permite otimizar desde o plantio até o manejo e o controle das operações, elevando o padrão da cotonicultura baiana no cenário internacional.

Na opinião de Zanotto, a IA vem somar ainda mais qualidade aos esforços contínuos dos produtores baianos. “O algodão é uma cultura que exige tecnologia e inovação. A Inteligência Artificial vem para agregar, não para substituir o trabalho humano. Ela ajuda a produzir mais com menos — menos área, menos produto, menos impacto. É uma ferramenta que torna a produção mais eficiente e mais sustentável”, pontua a presidente da ABAPA.

Alessandra Zanotto, presidente da ABAPA: IA vem para somar e não substituir | ABAPA/Divulgação

Um dos palcos dessa transformação tecnológica é o laboratório da ABAPA. É no Centro de Análise de Fibras do Algodão que máquinas de tecnologia suíça, fabricadas nos Estados Unidos, analisam fatores como comprimento, resistência, finura e cor da fibra. Esses critérios são importantes para a indústria têxtil mundial, e servem para garantir a credibilidade do algodão baiano no mercado internacional. Demonstram, com transparência, a qualidade real da fibra.

Análises mais precisas

De acordo com Sérgio Alberto Brentano, gerente do centro, a produtividade média das lavouras do Oeste baiano é superior à mundial e, quando se trata de qualidade, o produto ganha ainda mais valor. “A inteligência artificial já está presente em relatórios de análise e controle de qualidade, otimizando processos e facilitando a tomada de decisão”, observa.

De acordo com Brentano, a análise de dados, a partir da inteligência artificial, permite identificar pontos de melhoria e oportunidades para aprimorar tanto a qualidade quanto a produtividade. É uma ferramenta que veio para ficar e será um diferencial ainda maior no futuro, trazendo resultados que ainda não podemos mensurar completamente hoje”, afirma.

Sérgio Alberto Brentano, gerente do Centro de Análise de Fibras do Algodão / Foto: Daniel Matos

Nas fazendas, as consequências dessa digitalização já são explícitas. Na Fazenda Busato, em São Desidério, a engenheira agrônoma Isabela Busato, gestora e herdeira do negócio, explica que a análise de dados é essencial em todas as etapas da produção. “Desde os testes de semente até o beneficiamento, tudo passa por controle digital. Cada fardo de algodão é analisado no laboratório da ABAPA, gerando dados que ajudam na comercialização e na rastreabilidade. Hoje, uma roupa feita 100% de algodão pode ser identificada por QR Code, mostrando todas as informações da fibra.”

Além disso, a Busato investe em sistemas automatizados e projeta implementar uma inteligência artificial própria, que possa interagir com os gestores em tempo real. “A ideia é criar um sistema que funcione como uma conversa de WhatsApp. O produtor poderá perguntar, por exemplo, ‘quantos hectares já foram colhidos?’ e receber a resposta de forma imediata. Isso vai facilitar muito o monitoramento da produção”, conta Isabela.

Campo experimental

As pesquisas, em parceria com a Fundação Bahia e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), têm papel essencial no aprimoramento das variedades de algodão, permitindo o desenvolvimento de cultivos adaptados a diferentes tipos de solo e de condições climáticas. A Fazenda Busato mantém um campo experimental de 60 hectares voltado a estudos técnicos, o que possibilita escolher a variedade ideal para cada área e alcançar uma produção mais rentável.

Centro de Análise de Fibras: algoritmos desenham gestão estratégica de dados  / Foto: Daniel Matos 

Apesar dos avanços, algumas práticas tradicionais ainda continuam presentes, como o controle manual de pragas. Um exemplo disso é uma das formas manuais de fazer a análise de controle de pragas, em que os técnicos percorrem o campo em zigue-zague com um pano, contando as pragas e registrando os dados em aplicativos como o Strider, aplicativo que transforma dados em inteligência estratégica para gestão.

Esses dados são cruzados com informações de clima e umidade, ajudando a definir qual o melhor defensivo e o momento certo para fazer a aplicação. A fazenda também utiliza irrigação por pivô central, controlada por sistemas de análise de evapotranspiração e umidade. Isso mostra como a tecnologia se integra também às práticas de precisão no campo e à tradição.

Modernização e saber popular

De acordo com Júlio Cezár Busato, proprietário da fazenda, a modernização da cotonicultura é resultado de um longo processo de aprendizado e adaptação. “Quando chegamos aqui, era tudo novo. Tivemos que aprender com a terra e buscar tecnologia em todos os lugares. Hoje temos estações meteorológicas conectadas a satélites, que indicam quando vai chover. Antes, eu perguntava a um morador local, o seu Jura, que olhava o céu e dizia se ia chover ou não. Agora, as decisões vêm de dados e de análises precisas. É a evolução do feeling para o digital”, diz.

Entre o saber popular do campo, a precisão das máquinas e o apoio de novas formas inteligentes, a cotonicultura baiana avança rumo a um futuro cada vez mais produtivo. A tecnologia, que antes era vista como complemento, tornou-se mais que isso: agora, ela é um eixo importante de uma produção que combina alta eficiência, rastreabilidade e sustentabilidade, mantendo o algodão baiano como um protagonista. E, como afirmam os produtores e pesquisadores, o algodão do futuro já começa a ser colhido agora, com o apoio da Inteligência Artificial.

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